ALIMEN T AN D O O B R A SILEIRO

CNA realiza painéis do Campo Futuro em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul
Tupa

Culturas analisadas foram borracha natural, eucalipto, mandioca, laranja, pecuária de leite e avicultura de corte

29 de maio 2024
Por CNA

Brasília (29/05/2024) – Produtores rurais dos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul participaram, nesta semana, dos levantamentos de custos de produção do projeto Campo Futuro. As produções analisadas foram borracha natural, eucalipto, mandioca, laranja, pecuária de leite e avicultura de corte.

Os encontros tiveram o apoio de sindicatos rurais municipais e das federações estaduais de agricultura, além de entidades de pesquisa. Os resultados alcançados a partir dos painéis auxiliam os produtores na tomada de decisões e no gerenciamento dos custos com a atividade.

Confira os destaques para cada cultura:

Borracha natural (São José do Rio Preto, Tupã – SP): Em São José do Rio Preto, foi realizado o painel de custos da borracha natural, onde a propriedade modal é de 30 hectares de produção. A mesma atividade foi levantada em Tupã, que definiu um modal de 20 hectares.

Painel de borracha natural em São José do Rio Preto Painel de borracha natural em São José do Rio Preto

Em ambas as praças, as produtividades médias são de 2.000 quilos de coágulo por hectare ano e ciclo de produção de 35 anos. Em São José do Rio Preto, a extração começa no sétimo ano, enquanto em Tupã, tem início no oitavo.

Eucalipto (Botucatu – SP): O levantamento de custos da atividade de eucalipto ocorreu em Botucatu. Na região, a propriedade modal é de 30 hectares, com índice de matéria acumulada (IMA) de 45 m3/ha/ano e ciclo de produção de 7 anos, sem desbastes ao longo do tempo. A madeira é destinada à processo.

Painel de borracha natural em Botucatu Painel de borracha natural em Botucatu

Mandioca (Paranavaí – PR): A produção de mandioca na região de Paranavaí é majoritariamente em área arrendada, com foco em variedades destinadas à indústria (IPR Paraguainha e IPR B36), sendo 100 hectares cultivados. O sistema de cultivo adotado é semimecanizado, sem irrigação. A prática de cultivo adotada é de um ciclo e meio.

A produtividade média indicada é de 35 toneladas por hectare e rendimento de 520 gramas de amido por quilograma de mandioca, rendimento inferior às médias históricas da região. A redução é observada frente às altas temperaturas e chuvas insuficientes em alguns períodos do ciclo.

Painel de mandioca em Paranavaí Painel de mandioca em Paranavaí

Laranja (Paranavaí – PR): Durante o levantamento, a propriedade típica definida foi 100 hectares cultivados com laranja, em área própria, sistema de cultivo semimecanizado e não irrigado. Há predomínio de variedades Pêra Rio, Folha Murcha e Valência, e comercialização destinada à indústria (70%) e mercado (30%).

Para a safra que se inicia, há estimativa de produção de 600 caixas de 40,8 quilos por hectare, volume aquém à média da região conforme relatado pelos produtores (1.000 caixas por 40,8kg/ha). Dentre os fatores de impacto na queda de rendimento estão as altas temperaturas observadas em setembro de 2023, com consequente abortamento floral, atrelado a maior incidência de greening.

Painel de laranja em Paranavaí Painel de laranja em Paranavaí

Aves de corte (Londrina – PR): O painel de avicultura de corte foi realizado em Londrina para o levantamento dos custos de produção da atividade no modelo de integração. A propriedade modal possui 2 galpões, com 16 metros x 150 metros, cada, e alojamento de 61 mil aves por lote, sendo 30,5 mil por galpão.

As despesas com o sistema de aquecimento foi o item de maior peso no Custo Operacional Efetivo (COE), com 23,7%, seguido pela mão de obra (19,8%), insumos para a cama (18,9%), e energia elétrica (15,1%).

Painel de avicultura de corte em Londrina Painel de avicultura de corte em Londrina

Pecuária de leite (Camapuã – MS): Conforme levantamento, a propriedade modal da região de Camapuã produz cerca de 115 litros de leite ao dia, utilizando animais meio sangue girolando/nelore. A propriedade tem área total de 128 hectares e a produção é realizada exclusivamente em pastagens, sem a suplementação com ração concentrada.

A receita obtida com o leite permitiu remunerar apenas os desembolsos da atividade, uma vez que a capacidade produtiva limitada acaba dificultando a diluição dos custos com depreciação e pró-labore do produtor em um volume maior de leite. Com isso, verifica-se sua sustentabilidade apenas no curto prazo, demandando ajustes para possibilitar a composição de caixa para a renovação da infraestrutura produtiva no médio e longo prazos.

Painel de leite em Camapuã Painel de leite em Camapuã

Entretanto, a margem bruta por hectare da atividade leiteira foi 56% superior à alternativa de uso da terra, que seria o arrendamento para gado de corte, demonstrando a competitividade da atividade da região.

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