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Campo Futuro levanta custos da agropecuária em seis estados
Primavera do leste

Painéis de grãos, frutas, hortaliças, café, cana e pecuária de corte foram realizados durante a semana

28 de julho 2023
Por CNA

Brasília (28/07/2023) – O projeto Campo Futuro, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), realizou, durante essa semana, painéis de levantamento de custos de produção da agropecuária nos estados de Mato Grosso, Rio de Janeiro, Bahia, Tocantins e Minas Gerais.

Os encontros tiveram a participação de produtores, sindicatos rurais, cooperativas, técnicos, representantes das federações estaduais, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e do Centro de Inteligência de Mercado da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA).

Confira os principais resultados dos levantamentos por atividade:

Grãos (soja e milho) – A coleta de informações ocorreu em Mato Grosso para as culturas de soja e milho. Nos municípios de Primavera do Leste e Campo Novo do Parecis, as produtividades médias obtidas para a soja na safra 2022/2023 foram de 60 sacas por hectare. Em Sinop, foram 62 sacas/ha e, em Querência, 65 sacas/ha.

Painel de grãos em Campo Novo do Parecis Painel de grãos em Campo Novo do Parecis

Para o milho 2ª safra, os produtores colheram, em média, 100 sacas por hectare em Primavera do Leste, 105 sacas/ha em Querência, 110 sacas/ha em Sinop e 125 sacas/ha em Campo Novo do Parecis e em Sorriso.

Painel de grãos em Sinop Painel de grãos em Sinop

Segundo o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, no período analisado, os custos com fertilizantes da soja tiveram altas de 73% e 70% em Primavera do Leste e em Sorriso, respectivamente. Os herbicidas para o milho subiram 115% nas duas regiões. Já em Querência, a alta foi de 132% para os fertilizantes da soja.

Hortaliças (alface) – O levantamento de dados foi realizado no município de Teresópolis (RJ), onde foi definida uma propriedade modal de 2 hectares, sendo 1,4 hectare cultivado com alface, ao longo de seis ciclos de plantio em um ano. As variedades que predominam são crespa e lisa, com comercialização direto na propriedade.

A assessora técnica Letícia Barony afirmou que durante o painel foi ressaltada a oscilação nos volumes cultivados, bem como na oferta de produtos ao longo do ano e, especialmente, dos preços praticados, havendo uma grande variação entre inverno e verão. “A análise foi essencial para a avaliação da atratividade da cultura”, disse.

Painel de banana em Bom Jesus da Lapa Painel de banana em Bom Jesus da Lapa

Frutas (banana) – Já o painel de custos de produção da banana foi promovido na região de Bom Jesus da Lapa (BA). A propriedade típica avaliada possui 8 hectares cultivados com a fruta, com predomínio do tipo prata anã e produtividade de 25 toneladas por hectare.

“Um painel semelhante foi realizado em 2018 e na época foi indicada produtividade de 30 toneladas por hectare. Os produtores relataram redução na produtividade frente aos desafios fitossanitários e elevação nos custos com insumos”, explicou Letícia.

Pecuária de corte – Os técnicos do Campo Futuro estiveram nos municípios de Araguaçu, Paraíso do Tocantins e Colinas do Tocantins para levantar os custos de produção da pecuária de corte. Em Araguaçu, o sistema de produção é de cria de bezerros em uma área de pastagem de cerca de 220 hectares, com 150 matrizes. Os itens que mais pesam no Custo Operacional Efetivo (COE) são suplementos minerais (247,1%) e mão de obra (22%). O custo da arroba vendida na região totalizou R$ 298,30.

Painel de pecuária de corte em Araguaçu Painel de pecuária de corte em Araguaçu

O assessor técnico da CNA Rafael Ribeiro informou que, em Paraíso do Tocantins, o sistema de produção também é de cria de bezerros, com 500 matrizes e uma propriedade modal de aproximadamente 1,1 mil hectares de pastagens. Suplementos minerais é o item que mais pesa no bolso do produtor, responsável por 31% do COE, seguido por combustível (16,3%) e mão de obra (13,5%).

Painel de pecuária de corte em Paraíso do Tocantins Painel de pecuária de corte em Paraíso do Tocantins

Já em Colinas do Tocantins, o sistema é de recria e terminação de bovinos em pasto mais suplementação. A propriedade modal tem aproximadamente 1 mil hectares de área total, com 380 cabeças de boi gordo vendidas anualmente. Os principais itens do COE são aquisição de animais (58,9%) e suplementação mineral (28,9%).

Painel de pecuária de corte em Colinas do Tocantins Painel de pecuária de corte em Colinas do Tocantins

Cana-de-açúcar – Os painéis do projeto Campo Futuro de cana-de-açúcar ocorreram em Minas Gerais. Em Iturama foi definida uma propriedade modal de 500 hectares de produção e 6 cortes por ciclo produtivo. A produtividade média da região é de cerca de 78 toneladas por hectare e qualidade da matéria-prima de 136 quilogramas de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana.

Painel de cana em Iturama Painel de cana em Iturama

A assessora técnica Eduarda Lee destacou que na região é utilizado o Consecana Iturama como sistema de remuneração. Já em Campo Florido, a propriedade é de 1 mil hectares, 6 cortes e produtividade de 95 toneladas por hectare.

Painel de cana em Campo Florido Painel de cana em Campo Florido

Café – O levantamento de custos de produção do café arábica foi realizado em Santa Rita do Sapucaí (MG). De acordo com a assessora técnica Raquel Miranda, a propriedade modal foi caracterizada com 20 hectares de área produtiva e o cultivo é realizado em sequeiro com condução semimecanizada. Houve plantio de cultivares resistentes a ferrugem nas áreas em processo de renovação e a melhora na produtividade média por hectare para a safra de 2023.

Em comparação com o levantamento dos custos realizado em 2022, os desembolsos com os principais componentes do custo de produção sofreram aumentos de 24% com mão-de-obra e 9% com defensivos. Os desembolsos com fertilizantes recuaram 38%, mecanização 13%, possibilitando uma redução de 20% no total dos desembolsos diretos. “No entanto, mesmo com a redução dos custos de produção, a margem líquida da atividade está negativa, devido ao forte recuo nos preços do café”, disse Raquel.

Painel de café em Santa Rita do Sapucaí Painel de café em Santa Rita do Sapucaí

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