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Campo Futuro levanta custos de produção em 5 estados
As culturas analisadas foram cana-de-açúcar, avicultura de corte, suinocultura integrada, suinocultura independente, leite e mamão
Brasília (19/05/2023) – O Projeto Campo Futuro promoveu, de segunda (15) a sexta (19), o levantamento dos custos de produção de cana-de-açúcar, avicultura de corte, suinocultura integrada, suinocultura independente, leite e mamão no Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná.
Na segunda (15), o levantamento foi realizado em Uberlândia (MG) na cadeia da suinocultura integrada, em duas atividades: sistema de produção de leitões e unidade de terminação.
Na terça (16) o painel levantou os custos de produção da suinocultura independente em Ponte Nova (MG) e de leite em Milhã (CE).
A propriedade modal cearense produz cerca de 200 litros de leite por dia, obtendo receita média de R$ 2 pelo litro através da ordenha de 40 animais Girolando, de produtividade de cerca de 14 litros/dia.
O levantamento revelou a predominância de sistemas de baixo uso de insumos na produção de pastagens e de volumosos, notadamente a silagem de milho e palma forrageira. Associado a isso, os desafios inerentes ao clima na região culminam em alto uso de concentrado, que comprometeu aproximadamente 42% da receita com o leite. Em relação à saúde financeira dos empreendimentos, o Custo Operacional Efetivo (COE) e o Custo Operacional Total (COT) foram cobertos pela receita, contudo, foi insuficiente par cobrir os Custos Totais (CT).
O projeto também analisou a produção de leite em Morada Nova (CE), na quarta (17). As propriedades modais caracterizadas contam com cerca de 60 hectares, produzem 100 litros/dia, em média. O baixo aporte tecnológico, que culmina em produtividade de cerca de 8 litros por cabeça dia, associado à predominância de pastagens nativas, também acaba por gerar alta dependência de ração concentrada.
Segundo o técnico Guilherme Dias, que acompanhou o painel, “os resultados permitiram inferir sustentabilidade no curto prazo, onde os desembolsos foram suficientes para cobrir as despesas da atividade, mas ainda aquém da depreciação, pró-labore e remuneração do capital investido”.
Em Jacarezinho (PR) a cultura analisada foi a cana-de-açúcar em uma propriedade modal de 72 hectares, com produtividade de 90 toneladas/ha. De acordo com o levantamento, as expectativas são positivas para essa safra em relação ao ciclo passado, como clima mais favorável e queda no preço de alguns insumos, como fertilizantes. Os itens que mais pesaram sobre os custos de produção foram maquinário e fertilizantes.
Em Quixadá (CE), o projeto Campo Futuro analisou a produção de leite de uma propriedade familiar de 30 hectares, na quinta (18). Com produção de cerca de 80 litros/dia, o padrão de baixo aporte tecnológico se repetiu na região.
Contudo, os dados apontam que vem crescendo, nas propriedades cearenses, a adoção de suplementação forrageira, com uso de capineiras (área de terra cultivada com gramíneas de elevado potencial de produção de forragem), de silagem e de palma forrageira na grande maioria das propriedades modais.
“A convivência com a seca na região é uma realidade, e o programa da Assistência Técnica e Gerencial do Senar vem fazendo a diferença nas pequenas propriedades que predominam na região”, avalia Guilherme Dias.
Também na quinta o projeto promoveu os painéis de frango de corte integrado em Caarapó (MS) e de mamão em Pinheiros (ES). O cultivo de mamão formosa na propriedade de 30 hectares é consorciado com café e tem uma produtividade de 100 toneladas por hectare.
De acordo com a assessora técnica Letícia Fonseca, o projeto havia realizado um painel na região em 2020 e agora, três anos depois, foi possível notar redução na produtividade, decorrente da maior pressão fitossanitária, maior ocorrência das doenças meleira e mosaico no mamoeiro, culminando na redução do ciclo, de 27 para 23 meses, sem que haja formação e colheita do terceiro cacho.
A cultura também foi analisada em Linhares (ES), na sexta (19). A propriedade modal tem 25 hectares cultivados, predominantemente com mamão Havaí. A produtividade é de 70 toneladas/ha e um ciclo de cultivo de 22 meses.
Letícia Fonseca afirma que, assim como em Pinheiros, houve redução do ciclo em função da pressão de pragas e doenças.
“Cabe destacar que o período é de baixa oferta da fruta, o que tem resultado em bons preços no mercado e resultados atrativos ao produtor. No entanto, o projeto sugere ao produtor a gestão da atividade avaliando também cenários de baixa, por exemplo, durante o pico de oferta esperado para o verão.”
O projeto também analisou, na sexta, a produção de avicultura de corte no sistema integrado no município de Dourados (MS).
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