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Campo Futuro levanta custos de produção de grãos, hortaliças e pecuária de corte
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Painéis foram realizados no Distrito Federal, Bahia, Goiás, Minas Gerais e São Paulo

26 de julho 2024
Por CNA

Brasília (26/07/2024) – Essa semana o Projeto Campo Futuro analisou os custos de produção de grãos (DF, GO e MG), hortaliças (BA) e pecuária de corte (SP).

As análises foram realizadas com apoio das federações de agricultura e pecuária estaduais, sindicatos rurais e institutos de pesquisa.

Grãos – O Campo Futuro analisou as culturas da soja, milho, trigo e feijão nos municípios de Rio Verde e Cristalina (GO), Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD/DF) e em Uberaba (MG).

Em Rio Verde, o clima seco impactou a produtividade da soja, que fechou com média de produtividade de 55 sacas/ha, cinco sacas a menos que o planejado. Por outro lado, o milho 2ª safra se desenvolveu acima do esperado, colhendo em média 120 sacas/ha.

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Segundo o assessor técnico da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas, Tiago Pereira, mesmo com a produtividade ainda dentro de uma média histórica, os preços recebidos impactaram negativamente na margem bruta dos produtores.

Em Cristalina, o clima quente e seco também afetou a produtividade média da região. Os produtores colheram em média 56 sacas/ha de soja (-12%), 75 sacas/ha de milho segunda safra (-6%), 30 sacas/ha de trigo (-14%) e 50 sacas de feijão (+11%). Os desembolsos com inseticidas na soja aumentaram 57% devido à pressão por mosca branca.

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Na região do PAD/DF, o clima favoreceu o desenvolvimento dos cultivos da safra de 2023/24. A soja atingiu média de 70 sacas/ha enquanto para o milho segunda safra, a produtividade média foi de 115 sacas/ha. Para o trigo irrigado, a produtividade média foi de 115 sacas/ha.

“Mesmo com boa produtividade, os produtores tiveram dificuldades para saldar os desembolsos da safra, devido à queda dos preços. Para o feijão, por exemplo, os preços médios de comercialização caíram 30%”, afirmou Pereira.

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O assessor ressaltou que, em Uberaba (MG), o cenário climático também foi desafiador. As médias de produtividade fecharam em 58 sacas/ha de soja, 70 sacas/ha de milho segunda safra e 10 sacas de trigo. Durante o painel, os produtores relataram chuvas irregulares e períodos com temperatura acima dos 40 graus.

Hortaliças - O painel levantou os custos da cultura do morango em Pouso Alegre (MG), em uma propriedade modal com cinco mil m2 (0,5 hectare) cultivados em sistema irrigado e semimecanizado. A produção é desempenhada pela agricultura familiar com apoio de mão-de-obra externa em períodos de pico de colheita.

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O plantio é realizado em canteiros no solo e mulching, com proteção de tuneis plásticos, possibilitando controle do clima próximo a planta como temperatura, umidade, luminosidade.

A assessora técnica da Comissão Nacional de Hortaliças e Flores, Letícia Fonseca, explica que essa estratégia auxilia também no controle de pragas e doenças, prevenção de danos em períodos de chuvas intensas, geada e granizo, e reduz a matocompetição pela presença de plantas daninhas.

“Para o modal avaliado, espera-se produção de 0,8 quilogramas por planta, em um estande de 25 mil plantas cultivadas. Produção total de 20 toneladas do fruto. Cabe destacar que, há casos de produtores que optaram por investir no cultivo em estufas, possibilitando ciclos de cultivo e colheita prolongada”, afirmou Letícia.

Pecuária de corte – O Campo Futuro também analisou os custos de produção da pecuária de corte em Cerqueira César, São José do Rio Preto e Pompeia, em São Paulo.

Em Cerqueira César, a propriedade modal trabalha com o sistema de recria de bovinos em uma área total de 72,6 hectares e comercialização de 55 cabeças por ano, entre bezerros desmamados e garrotes. Os itens de maior peso no custo operacional efetivo (COE) foram a aquisição de animais (72,8%) e a suplementação mineral (6,2%).

No município de São José do Rio Preto, foram levantados os custos de produção da engorda em confinamento, considerando 1.000 cabeças terminadas por ano. Neste sistema, a aquisição de animais representou 64,9% do COE, seguido pela alimentação, com 26,1%.

Já em Pompeia, a propriedade modal realiza a recria de bovinos, com a comercialização anual de 213 animais. Nesse sistema, a aquisição dos animais para a recria, representou 72,6% do COE.