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Maranhão

Maranhão inicia seu último período de vacinação obrigatória contra a febre aftosa
Foto Maranhao contra a Aftosa 1

Especialista aponta motivos para que criadores de bovinos e bubalinos não deixem de vacinar seus rebanhos e garantam o novo status sanitário do estado

30 de março 2024

Por: Raquel Araújo

Fonte: Ascom Faema/Senar

A portaria nº 665/2024 publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no último dia 21 de março já sinaliza claramente o reconhecimento do Maranhão como nova zona livre de febre aftosa sem vacinação, ao lado dos estados do Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal. Porém, a portaria deixa bem claro que o novo status sanitário ainda depende crucialmente da superação de um decisivo desafio: cumprir o último ciclo vacinal obrigatório no período de 01 a 30 de abril de 2024.

A meta é vacinar 95% de um rebanho de mais de 9 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos, o 2º maior plantel do Nordeste.

“É um desafio enorme, mas com uma grande motivação, pois a portaria do MAPA já nos dá a clara mensagem que agora só depende de nós alcançar um objetivo que há tanto tempo almejamos”, destaca o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Maranhão (FAEMA), Raimundo Coelho.

A instituição é uma das parceiras do Governo do Estado do Maranhão nas ações de sensibilização de criadores para a importância do cumprimento da vacinação, especialmente as Caravanas contra a Febre Aftosa, que já percorreram os municípios de Imperatriz, Açailândia, Grajaú, Santa Luzia, Mirinzal, Zé Doca e Vitória do Mearim. Nesta semana, a mobilização acontece nas cidades de Caxias (02/04), Codó (03/04), Presidente Dutra (04/04), Pedreiras (05/04) e Bacabal (06/04), onde será a realizada a solenidade de abertura oficial da campanha, com a presença do governador do estado, Carlos Brandão.

Razões para vacinar

Além de ser o último ciclo obrigatório de vacinação, a médica veterinária e técnica de campo do SENAR no Maranhão, Kris Prado, aponta mais razões para os criadores não deixarem de imunizar seus rebanhos bovídeos.

Diminuição do estresse do rebanho – “O manejo necessário para a realização da vacinação estressa animais e cuidadores, pois altera suas rotinas, aumenta o risco de acidentes, entre muitas outras situações potencialmente perigosas para o rebanho e seus tratadores. Para se ter uma ideia, em geral, os animais sabem que só são tirados do pasto para o curral para serem submetidos a algum procedimento. Por si só, essa situação já causa sofrimento aos animais, que resistem ao manejo, e se colocam em situações mais propícias a causar acidentes: quebrar pernas ou chifres, por exemplo. Além disso, os animais ficam confinados por muito tempo – às vezes o dia inteiro – e isso provoca estresse térmico também”, destaca a profissional.

Menos custo de produção – “A desobrigação da vacinação traz ao criador a economia de não ter mais que comprar os imunizantes, nem pagar profissionais para aplicarem as vacinas. Além disso, o novo status sanitário permitirá o trânsito livre do rebanho – vivo ou abatido – em todos os estados, trazendo economia também em taxas e licenças”, pontua Kris Prado.

Maior oportunidade de lucro – “A vacinação – sobretudo quando é má aplicada – causa abcessos na carcaça dos animais, que precisam ser descartados no momento do abate e, consequentemente, causam perdas de carne e de lucro para o criador. Sem ter que vacinar os animais, o aproveitamento da carne abatida será maior e, consequentemente, o lucro também”, explica a médica veterinária.

Ampliação de mercado – “Um dos benefícios mais esperados pelos criadores é a possibilidade de trânsito livre e a autorização para comercializar o rebanho com novos mercados, que não estão acessíveis no status sanitário atual”, analisa a especialista.

Valorização da arroba do boi – “O novo status sanitário, aliado à diminuição de custos e aumento da área de aproveitamento da carne no momento do abate contribuirão para a valorização do preço da arroba do nosso boi, trazendo ainda mais benefícios econômicos para a pecuária do estado”, destaca a médica veterinária.

Para vacinar seu rebanho os criadores devem adquirir e aplicar os imunizantes no período de 01 a 30 de abril, e depois apresentar a prestação de contas à Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Maranhão (AGED). “Importante alertar mais uma vez: não há possibilidade de prorrogação neste prazo. Então, todos devem ficar atentos e dar sua parcela de contribuição para que o Maranhão viva esse novo e promissor tempo em nossa pecuária”, incentiva Raimundo Coelho.

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