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Campo Futuro analisa custos de produção do café, uva, soja, milho e leite
Uva

Painéis foram realizados em municípios do ES, MT, MS, PE e SP

19 de agosto 2022
Por CNA

Brasília (19/08/2022) – Esta semana o projeto Campo Futuro levantou os custos de produção das culturas do café, uva, soja, milho e leite no Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e São Paulo.

O Campo Futuro é desenvolvido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Os painéis da semana tiveram a participação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e Centro de Inteligência de Mercado da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA).

Na terça (16), o projeto analisou o café conilon em Cachoeiro do Itapemirim (ES), em uma propriedade modal com 15 hectares de área produtiva, cultivo em sequeiro, condução e colheita manual. Os desembolsos com fertilizantes corresponderam a 34% do Custo Operacional Efetivo (COE), seguido pelo desembolso com mão de obra em 27% e defensivos agrícolas com 14%.

Em Dourados (MS), foi a vez da soja e do milho. Segundo o levantamento, a seca severa comprometeu a safra de verão 2020/21, com a colheita média de 20 sacas por hectare para soja.

Os gastos com insumos em geral no cultivo da oleaginosa subiram 150% em relação à safra anterior. Para os fertilizantes e sementes, as altas foram de 151% e 111%, respectivamente. Devido à alta infestação de percevejo, o custo com inseticidas subiu 261%. Já para os herbicidas, o aumento foi de 448%.

Em relação ao milho 2ª safra, foram colhidas em média 85 sacas por hectare. Os gastos com insumos no cultivo do cereal subiram 147% em relação à safra anterior. As maiores altas foram observadas foram para os fertilizantes (163%), herbicidas (523%) e inseticidas (376%).

Na quarta (17), o levantamento apontou que a chuva em excesso na colheita, em Sinop (MT), resultou em 62 sacas por hectare em média. Os custos com sementes subiram 80% para a oleaginosa e 72% com fertilizantes. Para o milho, as condições climáticas foram boas, permitindo que os produtores colhessem 110 sacas por hectare em média. Por outro lado, o custo com fertilizantes cresceu 137%. Já para os fungicidas, o aumento foi de 198%.

Em Pilar do Sul (SP), a uva de mesa, produzida em uma propriedade típica da região com oito hectares sendo três cultivados com a fruta, apresentou produtividade de 15 toneladas por hectare, com predominância das variedades Rubi, Benitaka, Brasil e Itália. A comercialização é via intermediários, com preços médios de R$3,50/quilograma de uva.

Após a análise, a propriedade estudada indicou margem líquida negativa, havendo descapitalização ao longo do tempo, mas também margem bruta negativa, indicando que a atividade não se mantem no curto prazo, pois não consegue arcar com os desembolsos da safra e, portanto, vem sendo subsidiada por outras fontes de recursos. No que tange à relação de troca, seriam necessárias 25,80 toneladas de uva para arcar com o Custo Total da atividade.

Na quinta (18) e na sexta (19), o Campo Futuro analisou a produção de leite em Buíque (PE) e Bodocó (PE), com propriedades modais de leite 60 e 40 hectares, respectivamente.

No município de Buíque, na quinta, foi identificada a ordenha de 35 vacas de linhagem Girolando, produzindo cerca de 580 litros diariamente. Já nas propriedades em Bodocó, analisadas na sexta, são produzidos 210 litros de leite diariamente.

Conforme esperado, em ambas as regiões os custos referentes à alimentação do rebanho comprometeram a maior parte dos desembolsos, respondendo por 56% e 44% do COE, respectivamente, seguidas pela mão d obra, com cerca de 10% em ambos os casos.

Os resultados apontaram que a receita média obtida com o leite permitiu a sustentabilidade da atividade no curto e médio prazos, sendo suficiente para cobrir os desembolsos, renovação da estrutura produtiva e pró-labore do produtor.

“O levantamento reforça a resiliência da pecuária leiteira pernambucana, especialmente nos últimos dois anos, no qual o bom regime de chuvas contrastou com a característica seca do semiárido nordestino”, afirmou o assessor técnico da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Guilherme Dias.

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