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20 de novembro de 2017
Ganhos com tecnologias no campo
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POR SENAR

Os estabelecimentos rurais são elos estratégicos e indispensáveis de um poderoso sistema agroalimentar que abastece o mercado interno. As agroindústrias garantem ainda as exportações do agronegócio brasileiro e se associam também à oferta de energia limpa renovável, embora o “império do petróleo e seus derivados” continuará por muitas décadas no avançar desse século 21. Seria ingenuidade decretar sua falência prematura como forma de energia usada nos quatro cantos da Terra.

Além disso, analistas de plantão, pouco afeitos à complexidade do agronegócio, insistem em afirmar sem nenhuma prova mais convincente, que a agricultura brasileira estaria dizimando os recursos naturais nesse País de 8,51 milhões de km2, a quinta maior extensão geográfica do mundo. Na safra agrícola 2016/17 foram cultivados 60,9 milhões de hectares com grãos, cereais e oleaginosas ou apenas 13,97% do território nacional (Conab).

De outro ângulo, não menos importante, comparando-se a safra agrícola brasileira de 1976/77 com a de 2016/17 a oferta de grãos cresceu 409%; a produtividade média por hectare, 210,7%; e a área cultivada 63,2%. Se se tivesse mantida a produtividade média de 1,258 tonelada por hectare, havida na safra de 1976/77, a área de plantio exigida seria de 189,7 milhões de hectares e não apenas a de 60,9 milhões para colher 238,7 milhões de toneladas em 2016/17, portanto, uma diferença para mais de 128,8 milhões de hectares de novas áreas cultivadas ou ainda 2,19 vezes maior que Minas Gerais e seus consideráveis impactos adversos sobre os recursos naturais e a biodiversidade.

Vale salientar que de janeiro a setembro de 2017, numa economia claudicante como a do Brasil, o agronegócio gerou um superávit de US$ 62,95 bilhões, um novo desempenho auspicioso (Seapa).

Embora o futuro seja uma projeção, principalmente as de longo prazo, podem-se aceitar minimamente como factíveis quatro cenários: crescimento da população mundial, aumento da demanda por alimentos de origem animal e vegetal, avanços nas fontes de energia limpa alternativa e altas taxas de urbanização, irreversíveis.  Porém, essa convergência também implica em sistemas de abastecimento mais sofisticados e eficientes entre o campo e a mesa do consumidor onde ele estiver e auferir renda suficiente para suprir suas necessidades básicas essenciais.

O desempenho do campo está igualmente submetido às políticas públicas e regras dos mercados, o que não implica em afirmar que os empreendedores rurais, sejam eles familiares, médios e grandes empresários, não dependam dos estímulos de governos num universo geográfico com 5,2 milhões de estabelecimentos rurais e dos quais 551.617 estão nos domínios de Minas Gerais. Torna-se também necessário reafirmar que o produtor rural tem compromissos indelegáveis com a sustentabilidade dos recursos naturais, mas essa conta é também da sociedade a que ele abastece e ele demanda por outro lado, no exercício de sua missão multiplicadora e conservacionista em nível de cenários rurais, insumos agropecuários, tecnologias, assistência técnica e requer a adoção de boas práticas nas culturas e criações.

Segundo o engenheiro agrônomo Maurício Fernandes, Mestre em Ciência do Solo, “a agricultura é uma verdadeira fábrica de alimentos, fibras, biomassa e energia limpa renovável.” Como pano de fundo, nos eixos econômico, social e ambiental, emerge substantivamente a necessidade de investir em pesquisa, desenvolvimento e colocar as inovações disponíveis ao alcance de milhões de empreendedores rurais através das modernas tecnologias de informação, que devem universalizar os saberes científicos e tecnológicos necessários à tomada de decisão dos agentes públicos e privados. Entretanto, segundo o pesquisador da Embrapa Eliseu Alves, “a rentabilidade econômica é um fator poderoso na adoção ou rejeição das tecnologias propostas na agropecuária.”

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