Estiagem em SC afeta pastagens e produção de leite deve ser 8% menor
Por: Estadão Conteúdo
A estiagem prolongada em Santa Catarina está afetando as pastagens e o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) estima que produtores de leite já tenham prejuízo de R$ 22 milhões. A situação ocorre justamente em um ano em que a produção vinha se recuperando. Os levantamentos do Epagri/Cepa apontam que no primeiro semestre deste ano as indústrias estaduais inspecionadas captaram cerca de 8% a mais de leite do que no mesmo período de 2016.
"Esse crescimento está sendo prejudicado pela falta de chuvas e altas temperaturas de junho/julho em Santa Catarina, que provocam falta de umidade no solo e refletem na quantidade e qualidade das pastagens disponíveis para os animais. Para alimentar os bovinos, os produtores estão recorrendo à silagem, feno, "pré-secado" ou rações, nem sempre disponíveis nas quantidades necessárias e com impacto direto nos custos da produção", destaca a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca em nota.
A expectativa é de uma queda na produção estadual de 8%, ou cerca 18 milhões de litros de leite a mesmo. Na região de Chapecó, os maiores impactos da estiagem são na pecuária de leite. Segundo o técnico da Epagri da região, Gilberto Luiz Curti, a queda na produção de leite pode chegar a 15%. "O mau desenvolvimento das pastagens já causa prejuízos também para a bovinocultura de corte, com uma estimativa de perdas em torno de 5% na região", destaca a nota. Impactos menores são observados nas lavouras de trigo e na fruticultura. O mesmo problema ocorre na região de Lages. De acordo com o técnico da Epagri da região, João Zanatta, as perdas na produção de leite são calculadas em 20%. A produção de trigo na região também deve ser afetada, com expectativa de redução na área plantada.
Em Canoinhas, os técnicos da Epagri e produtores já têm observado uma queda na quantidade produzida de leite, principalmente nas propriedades onde as áreas de pastagens são menores e não há silagem. Nesses casos a produção pode ser até 25% menor. Nas propriedades com rodízio de pastoreio nas pastagens e naquelas que dispõem de silagem a queda na produção é menor e gira em torno de 10%.