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CNA destaca importância da Ferrogrão para o agro
Ferrovia foi o tema de audiência pública no Senado
Brasília (31/08/2023) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil destacou, durante audiência pública no Senado, a importância da Ferrogrão para escoar a produção do agro das regiões Centro-Oeste e Norte e mostrou como a ferrovia vai impactar na redução dos custos do frete e, consequentemente, no preço dos alimentos.
A especialista em infraestrutura e logística Elisangela Pereira Lopes, assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da CNA, afirmou que a Ferrogrão responderá pela redução de custos de transportes que podem ser revertidos em produtos alimentícios mais baratos.
“A Ferrogrão vai proporcionar uma movimentação mais barata de insumos no país, reduzir o custo dos alimentos e da cesta básica.”
De acordo com ela, um estudo demonstra que a melhor alternativa para abastecer o litoral nordestino com milho para a produção da pecuária é utilizar os grãos produzidos pelo Mato Grosso, no corredor que compreende a Ferrogrão, Rio Tapajós, Rio Amazonas e navegação de cabotagem até os portos da Região Nordeste. A redução do custo de transporte estimada é de 52%, já que a alternativa seria percorrer mais de dois mil quilômetros de caminhão.
Para Elisangela, a Ferrogrão é importante para equilibrar a matriz de transportes que hoje é predominantemente rodoviária.
“Na região de maior produção de grãos do Brasil ainda não existe infraestrutura de grande capacidade de movimentação que auxilie na redução dos custos de transportes de commodities. Como demonstrei na apresentação, somente 18,3% da carga transportada pelos trilhos corresponde a produtos agrícolas. A predominância é do minério de ferro, com 71,7%.”
A assessora técnica ainda mostrou, na audiência realizada na quarta (30) pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, um comparativo dos custos com frete entre Brasil e Estados Unidos. No Brasil, o custo é US$ 101,02, quase 50% maior que no país norte-americano, que é de US$ 57,24.
“Hoje, 85% do transporte de grãos é feito pelo modo rodoviário, o que aumenta o custo com o frete. Com a Ferrogrão devemos ter uma redução de R$ 19,2 bilhões nesses custos.”
A técnica também apontou outros ganhos para o país com a construção da ferrovia como a geração de emprego, aumento da arrecadação tributária e a redução de 800 mil toneladas de C02 por ano.
“Entretanto, depende de decisão do Supremo Tribunal Federal para a sua implantação. E nesse sentindo há sinalização de que serão adotadas medidas para as compensações ambientais e oitivas com a comunidade. Porém, a CNA ressalta que não há sobreposição a áreas de proteção, uma vez que a ferrovia será construída utilizando a faixa de domínio da BR-163.”
A Ferrogrão está parada desde 2021 devido a uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal questionando a alteração dos limites do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará.
Ao final da apresentação, Elisangela questionou como será feito o transporte dos produtos do agro já que o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) prevê o crescimento da produção de soja e milho em mais de 130 milhões de toneladas na safra 2030.
Os representantes da Estação da Luz Participações (EDLP), empresa que desenhou o projeto da Ferrogrão, da Associação dos Terminais portuários da Bacia Amazônica (Amport) e da Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes também ressaltaram a relevância estratégica da ferrovia no debate.
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