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17 de fevereiro de 2017
O caminho para o fim da crise
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POR CNA

Novamente o agronegócio deve bater recorde com uma safra de 215 milhões de toneladas de grãos colocando no mercado R$ 237,7 bilhões. Dinheiro que vai para o comércio, para a indústria e vai movimentando a engrenagem para que a recessão não faça estragos ainda maiores.

Mais uma vez é o agronegócio sustentando a balança comercial, gerando emprego, garantindo renda e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil. O que significa que o produtor rural tem se esforçado para produzir cada vez mais e melhor.

Pena que da porteira para fora, o governo federal ainda não se atentou para isso. O agronegócio é o setor com capacidade rápida de resposta para a crise econômica. Não deu importância ao fato de que o setor que movimenta a economia precisa escoar sua safra e distribuir sua produção por ferrovias, rodovias, portos, aeroportos e hidrovias.

Em seus nove meses, o atual governo não anunciou investimento em nenhuma obra que mostre uma retomada de um programa nessa área. A realização de obras necessárias para o país seria também um indutor da economia.

Por outro lado, apesar de não termos tido a recuperação econômica desejada, há medidas que são importantes e que foram tomadas pelo governo Temer.

São reformas estruturais que estão resultando em recuperação dos cofres públicos que estavam desfalcados, embora não surtam os resultados imediatos. É claro que temos pressa que a economia reaqueça.

A demora nos leva a dar passos para trás, embora, às vezes, eles sejam necessários para que possamos seguir o caminho com segurança. Não podemos negar que o governo federal conseguiu vitórias importantes no Congresso, que devem favorecer investimentos e criar condições necessárias para que a economia volte a crescer.

A PEC 55/2016, que limita o gasto público à inflação do ano anterior por um período de 20 anos, demonstra austeridade para evitar no plano federal situações de caos como a que estamos vendo em alguns estados, em que funcionários públicos estão com salários atrasados e não receberam nem o 13.º salário.

O governo, seja federal, estadual ou municipal, terá de planejar seus gastos para minimizar o endividamento e permitir a retomada de investimentos.

Quando o Governo corta 3.690 cargos de confiança e economiza R$ 176 milhões está sinalizando para uma máquina mais enxuta, direcionando o dinheiro para áreas prioritárias.

A nova Lei de Responsabilidade das Estatais trouxe seriedade e evita indicações políticas no comando de empresas públicas. A medida proíbe que pessoas com atuação partidária e cargos públicos ocupem postos de direção das estatais.

São avanços em questões cruciais para um crescimento seguro e sustentável. Embora não deem os resultados esperados a curto prazo.

Temos de pensar no futuro. É isso que faz a Medida Provisória 746/16. Ente outras mudanças, ela deixa as crianças mais tempo na sala de aula. Reformar a educação é prioritário para quem quer novas gerações mais preparadas e com conhecimento.

São medidas que demonstram seriedade com a coisa pública e transmitem segurança aos investidores. O estrago deixado pelo governo Dilma foi grande. A má gestão deixou marcas profundas que não são de fácil solução. Não se recoloca 12 milhões de pessoas no mercado de trabalho de um dia para o outro.

Teremos que continuar a exercitar um pouco mais a nossa paciência. Há sinais de novos tempos, embora o céu ainda permaneça nublado e o sol oculto como numa tarde de outono.

*Ágide Meneguette é presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR