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Duplicação já
É lamentável a situação das estradas brasileiras. Um verdadeiro atraso de infraestrutura e logística do País. Por toda parte, percorremos rodovias esburacadas, sem acostamento, pavimentação ou sinalização adequada. De acordo com uma pesquisa realizada com 15 mil profissionais da área de logística, das maiores empresas do Brasil, o principal problema apontado por 92% foi a má conservação das estradas.
Foram investidos em 2015 apenas 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) e em 2016, 1,8% o que ainda é muito pouco frente às necessidades de modernizar os modais de transporte. O escoamento da safra do Centro-Oeste também tem resultado em perdas significativas a cada ano. Com isto, o custo logístico do País aumentou, superando o dos Estados Unidos e Argentina, principais concorrentes brasileiros no setor agrícola. De acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cerais (Anec), o produtor de soja brasileiro recebe cerca de 72% do valor das cotações da Bolsa de Chicago, contra 93% recebido pelo produtor norte americano.
Em relação a outros estados da federação, Goiás possui uma boa extensão rodoviária. São mais de 96 mil km de estradas federais, estaduais e municipais. As que cortam Goiás são rodovias federais importantes (BR-050, BR-060, BR-070, BR-153, BR-158, BR-364, BR-452). Estas configuram as principais rotas de escoamento da produção e exportação de grãos e produtos da pecuária, com destino aos portos
localizados nas regiões Sul e Sudeste.
De acordo com dados divulgados pelo Dnit, são mais de 6,2 mil km de rodovias federais em Goiás, sendo 2,6 mil km de pista simples pavimentadas e 765 km de pistas duplicadas e outros 2,8 mil km não pavimentados. As vias federais mais importantes que cortam Goiás são as BRs 153 e 060 que trazem resultados satisfatórios para as regiões por elas cortadas. Outras duas vias, as BRs 364 e a 452 são fundamentais para o escoamento da produção agropecuária, especialmente das regiões Sul e Sudoeste, que respondem por 77% do volume da produção agrícola em Goiás, e merecem obras de duplicação com urgência.
Portanto, a modernização de nossas estradas, com a duplicação de trechos arteriais, confere melhor capacidade viária, oferecendo mais segurança aos usuários. Como consequência ocorrerá redução nos custos com transportes e melhoria considerável na produção agropecuária, gerando mais competitividade ao nosso Estado e ao País.
*José Mário Schreiner é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e do SENAR Goiás