Jornada CNA – Especialistas apontam estratégias para garantir a segurança alimentar
Confederação irá formular propostas do setor produtivo
Brasília (22/06/2022) – As estratégias para garantir a segurança alimentar foram o tema, na quarta (22), do segundo painel da Jornada – Eleições 2022, evento realizado pela CNA com especialistas, políticos, lideranças e autoridades para tratar de temas fundamentais para o país.
Esse foi o quarto encontro de uma série e, a partir do que for debatido nesses eventos, a CNA irá formular as propostas do setor produtivo para apresentar aos candidatos à Presidência e aos parlamentares.
O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, foi o moderador do painel que contou com a participação do diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sérgio De Zen, do presidente da Agroconsult, André Pessoa, e do professor sênior de Agronegócio no Instituto de Ensino e Pesquisa e coordenador do centro Insper Agro Global, Marcos Jank.
No início da sua apresentação, Sérgio De Zen afirmou que é importante separar a produção e oferta de alimentos da aquisição e acesso a eles, que é uma questão de renda, programa sociais, decisão econômica.
“O governo e as instituições nacionais e internacionais podem se posicionar em relação à aquisição de alimentos para evitar a escassez. É por meio da previsibilidade que conseguimos instituir uma agenda positiva”, disse.
O representante da Conab também falou sobre o papel das políticas sociais para reduzir a insegurança alimentar no país. “Nós temos que estudar e avaliar as políticas, com o objetivo de aprimorá-las, para que no longo prazo tenhamos um número menor de pessoas dependendo de renda suplementar”.
Segundo o presidente da Agroconsult, André Pessoa, o Brasil é um dos maiores players do mundo no que diz respeito a oferta de alimentos, graças à inovação e à capacidade de geração de tecnologia e aproveitamento dos ativos (terra, máquinas, mão de obra).
Para ele, os produtores brasileiros têm intensificado a utilização desses ativos, principalmente nas culturas de segunda safra, como o milho.
“Sempre tivemos uma safra de verão muito boa e a segunda safrinha como coadjuvante para a formação de renda do produtor. Mas o que temos visto é uma consolidação da segunda safra como protagonista e, em alguns casos, até mais relevante que a primeira safra, como a soja”, explicou.
Já o professor sênior de Agronegócio no Instituto de Ensino e Pesquisa e coordenador do centro Insper Agro Global, Marcos Jank, disse que o mundo não esperava uma pandemia, guerra e alterações do clima, mas que são acontecimentos que sugiram como oportunidades para pensar em políticas corretas.
“Temos observado vários países tomando decisões erradas. A maioria defende que a solução para a fome é voltar com os subsídios distorcidos e estoques estratégicos, mas a solução para o problema da segurança alimentar é global. É manter mercados abertos, apoiar populações mais vulneráveis, aumentar a transparência e o diálogo internacional”, afirmou Jank.
De acordo com o professor, alguns pontos importantes para lidar com a segurança alimentar incluem uma visão de longo prazo e estratégia internacional para o agro brasileiro; a governança público-privada; o acesso a mercados e diversificação da pauta exportadora; e a competitividade do setor.
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