Jornada CNA – Palestrantes debatem acesso aos alimentos no Brasil e no mundo

Evento foi promovido na quarta (22)
Brasília (22/06/2022) – O acesso aos alimentos no Brasil e no mundo foi discutido na 4ª edição da Jornada CNA – Eleições 2022, promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, na quarta (22), em Brasília.
O evento, que trouxe como tema a “segurança alimentar”, faz parte de uma série de encontros com a participação de especialistas, políticos, lideranças e autoridades. A partir do que for debatido nesses eventos, a CNA irá formular as propostas do setor produtivo para apresentar aos candidatos à Presidência e aos parlamentares.
No primeiro painel, conduzido pela diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, o representante adjunto da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Gustavo Chianca, destacou as principais causas da fome no mundo.

“O mundo está vivendo a tempestade perfeita com relação à segurança alimentar. Já vínhamos sentindo os impactos da pandemia da Covid-19 e do aumento da inflação. Logo depois veio o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que impactou nos preços do petróleo, gás e insumos, e por fim as questões climáticas, com grandes produtores enfrentando secas e inundações”, disse.
Para Chianca, existem quatro dimensões da insegurança alimentar, sendo elas a disponibilidade física dos alimentos, o acesso econômico e físico a eles, a utilização (boas práticas de alimentação) e a estabilidade das três dimensões, que é garantir acesso contínuo aos alimentos e promover resiliência frente aos desafios das condições climáticas extremas, da instabilidade política ou de fatores econômicos que influenciem a segurança alimentar.
Por fim, o representante da FAO afirmou que, atualmente, as principais causas da insegurança alimentar são os conflitos ou guerras, as mudanças climáticas, a Covid-19 e a desigualdade econômica e social.

Em sua palestra, a professora adjunta da American University Washington College of Law, Renata Amaral, explicou que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia agravou a insegurança alimentar mundial. Além disso, derrubou dois elos importantes da cadeia alimentar: o fornecimento de cereais e fertilizantes necessários para sustentar uma ampla gama de culturas ao redor do mundo.
“Juntos, a Rússia e a Ucrânia produzem 30% das exportações mundiais de trigo e 60% do óleo de girassol, então pelo menos 26 países dependem deles para o fornecimento de grãos. A guerra vai deixar de 20% a 30% de terras agrícolas da Ucrânia sem plantio ou sem colheita para a temporada de 2022 e os grãos que já foram colhidos estão presos nos portos”.
Segundo Renata, as restrições comerciais impostas por vários países para proteger o abastecimento local têm efeito multiplicador, aceleram a inflação dos alimentos e afetam toda economia.
Para a professora, com o atual cenário mundial, o ideal seria manter o comércio fluindo, minimizar a interrupção das cadeias de suprimento, evitar reações políticas, restrições da exportação e subsídios à importação, além de fortalecer a transparência de mercado.

Já o técnico em Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Alexandre Arbex Valadares, afirmou que a questão do acesso a alimentos no Brasil envolve múltiplos fatores, como a oferta e produção, momento econômico, rendimento e capacidade aquisitiva das famílias e políticas públicas.
“A insegurança alimentar afeta mais os domicílios com crianças até 5 anos do que com pessoas com mais de 60 anos, o que mostra como as aposentadorias e as pensões são importantes para sustentar as famílias”, disse.
De acordo com Alexandre, algumas ações estratégicas que poderiam ser analisadas pelo Brasil no que diz respeito à segurança alimentar envolvem o fortalecimento da agricultura familiar, de políticas de garantia e estabilidade de renda: trabalho, previdência, programas socioassistenciais e a recomposição do orçamento das políticas de segurança alimentar.
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