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CNA debate desafios da armazenagem agrícola no Brasil
Diretor técnico da entidade participou de workshop do BNDES na quinta (10)
Brasília (10/08/2023) – O diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, participou, na quinta (10), do workshop ‘Desafios para Ampliação da Armazenagem Agrícola’, realizado pelo Governo Federal, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.
O evento abordou as soluções de financiamento disponíveis para armazenagem, a conjuntura e as perspectivas da atividade no Brasil. Participaram do debate representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), do BNDES, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), além do deputado federal Tião Medeiros, presidente da Comissão de Agricultura da Câmara.
Bruno iniciou sua fala destacando que a produção agrícola no Brasil cresce 12 milhões de toneladas por ano e a capacidade de armazenagem é 4 milhões de toneladas. A tendência é que essa diferença cresça ano após ano, diante dos recordes de produção.
Lucchi também afirmou que 15% da produção brasileira está armazenada dentro das propriedades rurais. Nos Estados Unidos, principal concorrente agrícola do país, esse percentual chega a 53%. “Armazenar a produção dentro das propriedades é fundamental para manter os critérios de competividade do produtor, como negociar o produto nos momentos em que o preço estiver melhor”.
Durante sua fala, o diretor apresentou o “Diagnóstico da Armazenagem Agrícola no Brasil”, uma pesquisa inédita da CNA, que ouviu 1.065 produtores rurais de todas as regiões do país e permitiu traçar o perfil da armazenagem no campo, o perfil de quem utiliza esse tipo de infraestrutura na fazenda, fora da fazenda, em silo bag, e recomendações desses usuários para incentivar e expandir o uso.
Dentre os principais resultados da pesquisa, Bruno destacou o interesse dos produtores em expandir a capacidade estática de armazenagem dentro da propriedade. No levantamento, 54,0% disseram ter interesse para comportar o aumento da produção própria, 15,9% para atender terceiros e produção própria e 30,1% não têm interesse. As regiões com maior interesse em expandir a capacidade estática de armazenagem são o Norte (82,7%), Centro-oeste (78,4%) e Matopiba (73,3%).
Os principais fatores determinantes para investir em infraestrutura de armazenagem incluem estratégia de comercialização, possibilidade de escolher quando comercializar, maior poder de barganha, reduzir custos com armazenagem de terceiros, melhorar qualidade do produto e minimizar perdas no campo. “A principal motivação do produtor é econômica e estratégica para que ele possa negociar no período de maior vantagem competitiva”, disse.
A pesquisa também revelou que 72,7% demonstraram interesse em investir na armazenagem por meio de um crédito mais atrativo. Bruno informou que a maioria dos produtores aponta as taxas de juros como o principal problema para investimentos e que quando a taxa Selic está alta, o desafio é maior.
“O agro tem aumentado a participação no mercado de capitais e é uma forma de oxigenar e aumentar o funding do crédito para o setor. A armazenagem tem um potencial muito grande nesse ambiente tão importante para diversificar as fontes de financiamento para o agro”, explicou.
O diretor da CNA concluiu sua fala destacando a relevância dos condomínios de armazenagem, que têm sido uma alternativa para médios produtores compartilharem não apenas os custos com investimento, mas de manutenção dos armazéns. Entretanto, em alguns estados, como Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina, o modelo tem sofrido taxação, o que tem limitado a expansão para outras regiões.
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