Clima seco e altas temperaturas atrasam plantio do trigo no Rio Grande do Sul
Por: Revista Globo Rural
A área de plantio de trigo no Rio Grande do Sul está abaixo da média para o período devido à continuidade do clima seco e temperaturas elevadas. O comentário partiu de técnicos da Emater/RS-Ascar, órgão de assistência técnica e extensão rural do governo gaúcho, no informativo semanal divulgado nesta quinta-feira (13).
Segundo os técnicos, o solo muito seco e compactado dificulta o desenvolvimento das raízes superficiais e o desenvolvimento normal das plantas. O avanço do plantio foi de sete pontos nesta semana, para 87% dos 727,8 mil hectares estimados para a esta safra. O ritmo está abaixo da média histórica de 92% para o período", afirmou o assistente técnico estadual da Emater/RS-Ascar, Alencar Paulo Rugeri.
Os relatos de campo dão conta que as constantes oscilações na temperatura e umidade relativa do ar também têm propiciado uma maior incidência de manchas foliares. Os produtores realizaram a aplicação de fungicida, porém com resultados não satisfatórios, dizem os técnicos.
Eles observam que também é notada baixa eficiência da aplicação nitrogenada em cobertura. “O cenário é de lavouras com coloração verde amarelada, crescimento lento e baixo perfilhamento.”
O levantamento mostra que na região da Serra a semeadura está concluída nos municípios de menor altitude, seguindo em ritmo intenso nos municípios dos Campos de Cima da Serra, onde o período recomendado para a semeadura se estende até o final de julho. “Devido ao microclima diferenciado nesta parte do Estado, as lavouras apresentam boa germinação e bom desenvolvimento de plantas.”
Em relação à comercialização, os técnicos comentam que no mercado disponível, as cotações no mercado local tiveram pequenas oscilações, devido à possível diminuição na oferta de trigo em nível internacional, provocada pelo clima desfavorável para o trigo de primavera nos Estados Unidos, além de problemas climáticos no Canadá e na Austrália.
As indicações de mercado apontam para um preço médio de R$ 32,02 a saca de 60 quilos nesta semana, valor 0,66% acima da semana passada e 4,81% acima de meados do mês passado. Em relação a igual período do ano passado a cotação recuou 23,6% e na comparação com a média histórica para julho nos últimos a queda foi de 13,3%.