Campo Futuro levanta custos de grãos, pecuária de leite e de corte e café em quatro estados
Painéis aconteceram em Xanxerê, Araranguá e Campos Novos (SC), Guaxupé (MG), Rio Branco (AC) e Valência (RJ)
Brasília (15/06/2022) – Esta semana, o projeto Campo Futuro, desenvolvido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), levantou custos de produção das cadeias da pecuária de corte, grãos (soja, milho, trigo), pecuária de leite, café e arroz nos estados do Acre, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina, em parceria com as Federações de Agricultura e Pecuária dos Estados.
Grãos - Em Xanxerê (SC), os resultados preliminares do painel realizado na segunda (13) apontaram que a estiagem prejudicou a produtividade das lavouras de soja e milho, onde foram obtidas 55 e 150 sacas por hectare em média, respectivamente.
Em contrapartida, para as lavouras de feijão preto, o clima favoreceu o desenvolvimento, sendo que a produtividade média ficou em 35 sacas por hectare, 60% superior à safra anterior.
Para o trigo, boas produtividades também foram observadas, com média de 55 sacas por hectare. Os produtores destacaram a importância do trigo principalmente pelos benefícios indiretos da cultura no manejo e benefícios para as culturas de verão subsequentes.
Em Campos Novos (SC), os resultados apontaram que a estiagem foi mais severa que no oeste do estado e prejudicou a produtividade das lavouras de soja e milho, onde foram obtidas 45 e 100 sacas por hectare em média, respectivamente.
Durante o encontro, realizado na terça (14), os produtores relataram ataque de tripes (praga) nas culturas de verão, aumentando os gastos com inseticidas em 70% na cultura da soja em comparação com a safra anterior. O trigo apresentou boas produtividades conforme esperado. A média obtida para o cereal foi de 70 sacas por hectare.
O Campo Futuro também fez o levantamento de dados da cultura de arroz pré-germinado no município de Araranguá, em Santa Catarina, na quarta (15).
Em Araranguá, os rizicultores relataram boas produtividades de arroz, alcançando a média de 166 sacas de 50kg por hectare. Este valor é 5% menor que o observado no ano passado, fator que pode estar relacionado com as ondas de calor no início do período de floração.
“Com os preços do arroz caindo durante o ano, os produtores ainda tiveram maiores gastos com fertilizantes e herbicidas, aumentos de 90% e 81%, respectivamente. Observando as quebras recorrentes devido ao clima, investimentos em seguro rural cresceram 37% em relação ao último painel”, destacou Tiago Pereira, técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA.
Pecuária de Corte – O projeto levantou dados de uma propriedade modal que realiza o sistema de ciclo completo de pecuária de corte com dois mil hectares e 680 matrizes em Rio Branco (AC), na segunda (13). Os dados levantados indicam que, apesar do aumento nos custos de produção da atividade, os resultados foram positivos em função da valorização no preço da arroba do animal terminado.
Pecuária de Leite - No painel de pecuária de leite em Valência (RJ), na terça (14), foram caracterizadas propriedades típicas de cerca de 80 hectares, compostas por rebanho anelorado e atividade mista, voltada à corte e leite. A produção diária da propriedade é de cerca de 90 litros, com animais de produção média de cinco litros por cabeça/dia.
Os resultados indicam custos reduzidos, muito em função do baixo aporte tecnológico, e os desembolsos comprometeram por volta de 61% da receita obtida com o leite, se mostrando viável no curto prazo.
“Contudo, quando consideradas as benfeitorias, pró-labore e remuneração do capital, a receita obtida com o leite não foi capaz de remunerar a reposição dos fatores de produção e capital imobilizado, suscitando dúvidas quanto à viabilidade do sistema no médio e longo prazos. Mas mesmo nesse cenário, a pecuária leiteira demonstrou rentabilidade por hectare superior ao arrendamento para atividades alternativas”, explicou Guilherme Dias, assessor técnico da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA.
Café - Em Guaxupé (MG), na quarta (15), o projeto levantou dados de uma propriedade modal de café arábica que trabalha com mão-de-obra familiar, sendo que tanto os tratos culturais quanto a colheita são realizados manualmente.
A produtividade média foi reduzida de 35 sacas para 30 sacas por hectare, como reflexo de adversidades climáticas que ocorreram por dois anos consecutivos. Em comparação com o levantamento dos custos realizado em 2021, para a mesma propriedade modal, os desembolsos com os principais componentes do custo de produção sofreram aumentos expressivos, elevando-se em 32% com mão-de-obra, 107% para os desembolsos com mecanização, 116% com defensivos e 145% com fertilizantes.
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