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ATeG 10 anos: Os produtores – Lembranças do pai e busca por conhecimento
Assistência muda a vida de produtor de leite na Bahia
Brasília (10/08/2023) – As boas memórias da infância com o pai “na roça” ajudaram Jorgervam Menezes Sampaio de Abreu, 46, a traçar seu destino como produtor rural em Miguel Calmon, na Bahia.
“Acordar de madrugada para a ordenha, ver o dia amanhecer, aquilo me enchia de alegria”, lembra Jorgervam que hoje vive a “paixão da infância” na propriedade com a atividade leiteira. E que proporciona qualidade de vida para ele e sua família.
Até descobrir e investir em sua vocação para o campo, ele atuou como professor na cidade. Gostava da profissão, mas qualquer “folguinha” que tinha, “corria para a roça”. “A atividade leiteira continuava a me chamar atenção”.
Aos 25 anos, após quatro anos como professor, ele se mudou para o campo. Depois da morte do pai, a mãe dividiu as terras, “peguei minha parte e comprei três vacas leiteiras”.
Os 11 litros de leite que conseguiu no seu primeiro dia de trabalho marcaram o início de sua história na atividade. “Me lembro bem da alegria que foi naquele dia e do nome da minha primeira vaquinha, Pinta Silva. Daquele dia em diante sabia que iria conseguir”.
Acordando todos os dias às 4h da manhã, Jorgervam foi se organizando com as três vaquinhas até conseguir comprar outras, mas a produção de leite não “avançava” e ele então resolveu buscar conhecimento e capacitação.
Ele explica que foi buscar ajuda no Sindicato Rural da sua cidade. “Fazia vários cursos, de inseminação artificial, de alimentação de rebanho. E aí me falaram da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Eu quis na hora”,
O produtor rural foi atendido em dois ciclos da ATeG, a última finalizada neste ano pela técnica de campo Lisandra Coutinho.
O primeiro passo da assistência foi realizar um diagnóstico da propriedade, melhorar o manejo, estabelecer um planejamento e estipular metas.
“A técnica vinha aqui e explicava tudo, compartilhava o conhecimento. Foi uma diferença grande depois que o Senar chegou. Aprendi a trabalhar melhor, controlar as finanças da família”.
A esposa Edvania França Santos ajudou o produtor a implantar o que havia aprendido com nas lições da técnica de campo. “Melhorei a qualidade do meu rebanho, aumentei a produtividade, pude comprar mais vacas leiteiras e o meu lucro também aumentou. Consegui até mesmo comprar um carrinho. Melhorou muito a minha qualidade de vida”.
Dos 11 litros de leite iniciais, Jorgervam se alegra ao contar que a superou a meta inicial combinada com a técnica de campo. “No nosso planejamento, a meta era chegar a 120 litros de leite por dia. Conseguimos ultrapassar e estamos tirando 300 litros de leite por dia com suas 28 vacas leiteiras”, afirma.
“Não quero parar por aí, não. Minha meta é melhor ainda mais a qualidade das vacas e tirar 500 litros de leite por dia. Tenho certeza que vou conseguir. A assistência técnica do Senar era o que faltava para eu alcançar o meu objetivo”, diz Jorgervam.
O produtor vende o leite para uma agroindústria da região. “Aqui o trabalho não para. Começa cedo, ainda escuro, e termina de noite. Gosto demais dessa rotina, que não é fácil, mas é a que me dá alegria. Cada vez mais quero adquirir conhecimento, sempre estou em busca novidades e não perco as oportunidades”.
E foi nesse caminho traçado que ele iniciou a plantação de palma forrageira também com apoio do Senar. “Reunimos aqui um grupo de produtores e fomos visitar uma fazenda que tinha plantação de palma e criação de leite”.
Jorgervam resolveu plantar “duas fileiras da palma”. “Deu certo. Hoje as vacas são alimentadas também com a palma. São cerca de 40 quilos por dia. O Senar explicou o que eu precisava fazer. A palma é uma excelente alternativa para a alimentação bovina e se adapta bem ao clima da região”.
Hoje o produtor conseguiu expandir e ir além do sonho da infância. Mas sabe que há muita coisa por fazer na propriedade. E que o único caminho é trabalhar desde a madrugada e não parar de buscar conhecimento a todo momento.
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