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Boletim
13 de março de 2020
Crescimento esperado de 10,6% no Valor Bruto da Produção Agropecuária em 2020

O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária deve atingir os R$706,8 bilhões em 2020, um crescimento de 10,6% comparativamente ao ano anterior.

Para o ramo agrícola, é esperado um crescimento de 11% no VBP, que deve alcançar R$ 437,6 bilhões. Destaques para soja (11,1%), laranja (6,5%) e mandioca (5,4%) com crescimento tanto de preços (2,9%, 2,1% e 13,2% respectivamente), como de produção (8,0%, 4,3% e 0,1%, respectivamente).

Apesar de queda de preço no mercado internacional, os preços da soja no mercado brasileiro estão sendo sustentados pela alta do dólar, que superou R$ 4,35 no mês de fevereiro de 2020, bem acima da média de R$ 3,94 observada em 2019. Em quase todos os estados brasileiros que se destacam na produção da oleaginosa, a safra 2019/2020 foi recorde. No entanto, a perda de safra da soja em função da estiagem no Rio Grande do Sul, historicamente o 3º estado maior produtor da commodity, ainda não está devidamente apurada, pois a colheita avançará mais rapidamente durante o mês de março. Com a acomodação do dólar e o fechamento da colheita de soja nas diversas regiões brasileiras, esse resultado deve ser ajustado no próximo boletim.

O aumento do VBP de laranja no mês de fevereiro foi puxado tanto pela alta na produção quanto pelo aumento no preço (2,1%). A produção teve maior influência (4,3%) e isso foi resposta ao clima bom que ajudou no aumento da produção. Especialmente a laranja pera, com oferta limitada e com boa qualidade, sustentou as cotações em alta.

A expectativa também é de alta do VBP do ramo pecuário em 2020. O crescimento de 10% d
eve levar o VBP pecuário a R$ 269,2 bilhões em 2020. Com exceção de frangos (-3,4%) e leite (-9,3%), cujos preços devem levar o VBP para o terreno negativo, para as demais proteínas animais as perspectivas são de crescimento do VBP (carne bovina: 22%, carne suína: 23% e ovos: 12%) refletindo expansão tanto de produção (carne bovina: 5,7%, carne suína: 4,5% e ovos: 3%), como de preços (carne bovina: 15%, carne suína: 18% e ovos: 8,5%) na comparação 2020 e 2019, com preços disponíveis até fevereiro de 2020.

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Os preços das carnes bovina e suína iniciaram 2020 em patamares elevados. Nos dois primeiros meses do ano, a arroba bovina mantém média de R$197,00 enquanto o quilo do suíno vivo, uma média de R$5,68. Em 2019, mesmo considerando a acentuada alta a partir de outubro, os preços médios foram significativamente menores que os vigentes nesse início de ano: R$163,00 para a arroba bovina, e R$4,73 para o quilo do suíno vivo em São Paulo.  

O preço da carne bovina pago ao pecuarista teve forte alta no último trimestre de 2019, saltando de um patamar de R$160,00 a arroba, em outubro, para R$214,00 em dezembro. O mesmo ocorreu para o quilo do suíno vivo, cuja alta foi de R$4,61 em setembro para R$6,20 em dezembro/2019. Tais altas refletiam o avanço da Peste Suína Africana que dizimou 40 milhões de porcos na China, aumentando a demanda pelas carnes brasileiras. Além disso, os altos preços refletiam também o aumento de demanda interna de carnes, típico das festas de fim de ano.

Já nos dois primeiros meses de 2020, o preço da arroba bovina se manteve em alta, em relação a 2019, devido à escassez de animais prontos para abate, limitando a maior oferta à indústria, que teve que ajustar as escalas de abate para atender o mercado interno e externo. As chuvas também facilitam para que o pecuarista retenha os animais
 durante maior período, aceitando apenas negócios condizentes com suas expectativas.

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