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22 de junho de 2016
Projeções do agronegócio de Minas
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POR CNA

O documento Projeções do Agronegócio Mineiro, 2015/2025, recentemente lançado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), fruto de qualificados colaboradores,  revela as múltiplas vocações regionais de Minas Gerais nas artes de plantar, criar, abastecer e exportar. Esse desempenho histórico se deve, entre outras condicionantes, às políticas públicas, à adoção de inovações tecnológicas no campo, aos estímulos de mercados, internos e externos, e não menos relevantes, no que lhes compete, aos apoios do IMA, da Emater-MG, Ruralminas e Epamig. Alinham-se também as contribuições dos Centros Nacionais de Milho e Sorgo e Gado de Leite, ambos da Embrapa.
 
A construção de cenários no agronegócio é estratégico para medir e avaliar um futuro de demandas e ofertas de produtos agrícolas, pecuários e florestais, apesar das adversidades climáticas que podem afetar significativamente o desempenho da agricultura. Mas o consumo de alimentos, com suas singularidades e gostos regionais, estará sempre numa escala ascendente em função de alguns fatores aceleradores, entre os quais: melhor distribuição da renda per capita, aumento da expectativa de vida e taxas crescentes da população definitivamente urbanizada. Somente em Minas Gerais essa taxa atinge 85,0%. O Brasil tem hoje 204 milhões de habitantes/consumidores, dos quais 173,4 milhões vivem nas cidades e regiões metropolitanas.
 
Outrossim, além do agronegócio mineiro gerar renda, tributos e exigir bilhões de reais em insumos agropecuários, anualmente, cabe-lhe também consolidar, havendo retornos econômicos para os produtores, a oferta de agroenergia como o etanol, biodiesel e biogás, entre outras formas de energia limpa. Seria limitada a visão de que o campo é somente produtor de grãos, embora essenciais à vida humana e animal, pois, por seus múltiplos papéis e ofertas, ele abastece também as agroindústrias, os setores supermercadista, varejista, e as milhares de indústrias que atuam no comércio de cama, mesa e banho no País via cultura do algodão.
 
Esse documento, substantivo, faz uma análise agroeconômica relevante acerca das principais culturas e criações numa perspectiva de 2015 a 2025, que na prática deve abranger os 551.617 estabelecimentos rurais no Estado. As vocações mineiras também se expressam desde o plantio de oliveiras (azeite) no Sul de Minas aos desafios do semiárido mineiro e reafirma a liderança histórica na cafeicultura nacional. Essa construção coletiva requer a adoção de boas práticas sustentáveis nos domínios das bacias hidrográficas.
 
Segundo a Seapa, nos últimos dez anos as exportações do agronegócio mineiro alcançaram a média 26,2% de participação nas vendas totais externas do Estado e logrou um superávit de US$ 6,9 bilhões em 2015. O PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio mineiro, a preços correntes, é estimado em R$ 185,6 bilhões em 2016 e suas exportações atingem a 168 países com destaque para China, Estados Unidos, Alemanha, Itália e Japão. De janeiro de 2012 a março de 2016, o superávit acumulado nas exportações foi de US$ 30,2 bilhões. Esse documento público reúne outras abordagens indispensáveis à gestão do agronegócio mineiro.

*Benjamin Salles Duarte é Engenheiro agrônomo

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