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O dia de quem gera riquezas e alimenta o mundo
A única maneira de o agricultor comemorar o seu dia, 28 de julho, é com muito trabalho. Afinal, é a excelência do campo que movimenta 34 % dos R$ 376 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná, de acordo com estimativa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Os números do agronegócio paranaense -- que registra crescimento de 48,7% da área de lavouras, 163% da produção e 76,9% da produtividade média entre 1995 e 2013 -- mostram a força deste setor para economia do Estado e do Brasil. O que comprova que não podemos parar sequer um dia, nem no nosso dia.
Ao contrário: a pressão exercida pelo mercado e, principalmente, a necessidade de alimentar o mundo, recai cada vez mais, sobre os ombros de quem produz. Recente estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) mostra o Brasil como o maior produtor de soja do mundo nos próximos dez anos, superando os Estados Unidos. Como cumprir essa tarefa de produzir cada vez mais numa mesma área? Com certeza, com investimento em pesquisa, genética, cultivares e, principalmente, capacitação. Não adianta os avanços tecnológico e científico se o produtor (e os trabalhadores que o cercam) não estiver preparado para colocar o conhecimento em prática no seu dia a dia.
Há mais de 20 anos, o SENAR-PR cumpre, com extrema eficiência, esse desafio de capacitar trabalhadores e produtores nos mais diversos temas voltados ao agronegócio. Atualmente, são 260 títulos de cursos de formação profissional e da promoção social que atendem os 399 municípios do Paraná. Atento as transformações do setor, o SENAR-PR está trabalhando em um novo Plano Pedagógico Institucional (PPI), com foco na qualidade e no resultado. A proposta central deste processo é a construção dos Itinerários Formativos. Os cursos são voltados especificamente para cada cadeia produtiva para que o aluno tenha uma formação completa na área em que atua.
Essa reformulação no processo do SENAR-PR vai ao encontro da tendência mundial por mais alimentos. Neste cenário, o produtor não pode -- e não vai -- se eximir da responsabilidade. Mas, precisa estar consciente de que os preços pagos pela produção não irá aumentar. Ou seja, com margem cada vez menor, é de extrema importância que o agricultor planeje a atividade e coloque na ponta do lápis seus custos para que essa matemática dê certo. Desta maneira, a propriedade rural continuará viável e o agronegócio responsável pelos constantes saldos positivos da balança comercial e compensando o déficit dos demais setores.
Como ocorre há décadas e continuará, o Sistema FAEP/SENAR-PR mantém a defesa do produtor, nas esferas estadual e nacional, e as políticas de estímulo ao desenvolvimento com uma série de programas. O mais recente, ainda em desenvolvimento em parceria com a Secretaria da Agricultura, Ocepar e Fetaep, é o de recuperação de solo e água para evitar a perda de produtividade das propriedades.
Ainda neste campo da conservação do principal capital do produtor, a terra, novas tecnologias com ênfase na defesa do solo estão em curso na Rede Agro, ação criada dentro da FAEP, em parceria com as Secretarias de Tecnologia e de Agricultura do governo do Estado, e que envolve instituições de classes, órgãos de pesquisas e universidades para aproximar o meio acadêmico do produtor rural. Embora os trabalhos já tenham começado, os resultados da Rede serão registrados daqui alguns anos.
E, com certeza, serão importantes para que o Paraná dê um novo salto de produtividade. É assim que todos nós, produtores rurais, comemoramos o Dia do Agricultor. Temos orgulho do nosso trabalho que faz a diferença nas economias estadual e nacional e alimenta o Brasil e o mundo. E continuaremos assim, 365 dias do ano.
*Ágide Meneguette é presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR