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Abaixo do centro da meta, IPCA registra 4,05% no acumulado em 12 meses
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou queda de 0,21% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro/2018 na data de 07 de dezembro. No último mês de outubro, o índice havia apresentado alta de 0,45%. A inflação registrada no mês de novembro veio abaixo do piso das expectativas de mercado, que apontavam estimativas de queda de 0,14% a ligeira alta de 0,01%, com mediana de -0,10%, segundo Projeções Broadcast - pesquisa realizada com 39 instituições e divulgada em 05 de dezembro.
Os alimentos apresentaram alta nos preços no mês de novembro. O grupo “Alimentação e bebidas”, que apresentou alta nos preços de 0,39%, foi impulsionado pelo subgrupo “alimentação fora do domicilio” (+0,49%) e também pelo subgrupo “alimentação no domicílio” (+0,34%), com destaque para a cebola (24,45%), o tomate (22,25%) e a batata-inglesa (14,69%). Dentre as quedas, sobressaíram o leite longa vida (-7,52%) e a manga (-2,67%).
Dentre os alimentos que tiveram alta nos preços, a cebola apresentou aumento de 24,45%. A alta pode ser atribuída ao fim da safra de cebola no cerrado onde estão grandes produtores como os municípios de Santa Juliana (MG) e Cristalina (GO). Com isso, houve uma redução significativa na oferta e, consequente, elevação dos preços nos principais centros de distribuição espalhados pelo Brasil.
O tomate também apresentou aumento no preço, na magnitude de 22,25%. Em algumas regiões produtoras, a baixa temperatura atrasou a maturação dos frutos na safra de inverno que tem seu pico, normalmente, no mês de novembro. Esse fato provocou uma queda na oferta e elevação dos preços.
Por fim, a batata também apresentou aumento nos preços em novembro (14,69%). Com as chuvas ocorridas no final de outubro e no início de novembro nas regiões Sul, Cerrado Mineiro e Goiás (com destaque para região de Cristalina), a colheita foi interrompida reduzindo a oferta do produto em novembro.
Por outro lado, o preço do leite longa vida apresentou retração (-7,52%) em novembro, mês de auge da produção nas regiões Sudeste e Centro Oeste. Mas a queda no preço ao consumidor deriva não apenas do aumento na captação de leite por parte das indústrias; mas também da queda no consumo do leite longa vida. Com isso, os preços pagos ao produtor já recuaram 13% comparativamente a agosto quando o preço do produto alcançou o pico. Assim, estoques em alta têm influenciado as negociações e pressionado para baixo os preços do leite UHT.
A manga também apresentou queda nos preços (-2,67%) em novembro refletindo o início da colheita, no final de outubro, no Estado de São Paulo, importante fornecedor para o mercado interno dessa fruta.
A inflação está mais alta nesse ano na comparação com 2017. Em 12 meses, a inflação acumula 4,05% enquanto em 2017 estava em 2,80%, abaixo do piso da meta que era de 3%. No acumulado do ano, o aumento de preços está em 3,59% enquanto em 2017 estava em 2,5%. Na comparação mensal, no entanto, novembro de 2018 registrou deflação (-0,21%) enquanto o mesmo mês do ano passado a alta havia sido de 0,28%.
É importante lembrar que a mudança de patamar da inflação ocorreu de forma abrupta em 2018, pois em maio desse ano, o IPCA registrava alta de 2,86%, no acumulado em 12 meses, e, no mês seguinte, registrou 4,39% - em grande parte devido à greve dos caminhoneiros. Os meses posteriores seguiram registrando inflação acima de 4%. Dessa forma, é importante ressaltar que se não fosse o aumento do IPCA no segundo semestre de 2018, muito em consequência ao tabelamento de frete, a inflação brasileira teria mantido um patamar similar ao de 2017.