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A Bahia que dá certo
Há uma Bahia que, a cada ano, amplia a produção, melhora os processos tecnológicos, exporta mais, movimenta a economia e gera emprego e renda para os baianos. É a Bahia que dá certo, aquela que está no campo, produzindo, plantando e colhendo.
A Bahia possui dimensões continentais. É maior do que a França, em extensão territorial, e um dos principais Estados produtores do País, além disso possui três biomas diferentes - caatinga, cerrado e Mata Atlântica -, garantindo a diversidade da produção.
A Bahia que dá certo é aquela do extremo sul baiano, da produção de eucalipto e da fabricação de celulose, com potencialidade para tornar-se um polo moveleiro. É no extremo sul que se destaca a produção de café conillon, mamão, pimenta-do-reino, melancia e abóbora e a região possui ainda o maior rebanho do Estado, registrando a maior produção de leite.
A região cacaueira, por sua vez, é principal produtora de cacau do Brasil, responsável por 56,1% da produção nacional, com perspectiva de, nos próximos cinco anos, ampliar a produção em mais de 100 mil toneladas/ano. Nessa região a produção de chocolate e o cultivo de borracha é uma realidade e cresce o plantio da banana, graviola e maracujá abrindo perspectivas para a instalação de um polo agroindustrial para processamento de frutas. Isso sem falar nas atividades promissoras, como pecuária de leite e piscicultura.
No Sudoeste do Estado, por outro lado, está o segundo maior polo de produção de leite da Bahia, com um expressivo rebanho e um polo de produção cafeeira, notadamente em Vitória da Conquista e Barra do Choça. Vale ressaltar, ainda, que a região possui vocação para irrigação e potencial para o cultivo do algodão.
Do Sudoeste, passemos ao Oeste, região que detém o maior polo produtor de grãos da Bahia. Com um dos maiores aquíferos do Brasil, o Urucuia, a região tem expertise na produção de soja, milho, feijão e algodão. Um dos seus municípios, São Desidério, é líder nacional na produção de algodão, com 11,7% da produção brasileira, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
E tem muito mais. O rebanho bovino atinge três milhões de cabeças e o município de Correntina já abriga o quarto maior rebanho bovino do Estado. Além disso, a produção grãos é o insumo ideal para o desenvolvimento da avicultura e da suinocultura. Sem contar a fruticultura, o cultivo do eucalipto e a produção de trigo.
Essas são algumas das regiões onde se pode constatar a potencialidade do agronegócio no Estado, mas há outras que iremos listar futuramente. Do que foi explicitado, fica uma certeza: a Bahia que dá certo é a do campo e a da agropecuária.
* João Martins da Silva Junior é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Artigo publicado no jornal Correio da Bahia