Logo CNA

Rio Grande do Sul

Sistema Farsul faz projeção de otimismo para o setor agropecuário em 2020
MQ FARSUL 374

Expectativa é que o PIB agropecuário gaúcho feche 2019 com crescimento de 8,64% e colha safra recorde em 2020

11 de dezembro 2019

Por: Imprensa Sistema Farsul

O Sistema Farsul fez um balanço do desempenho do setor agropecuário gaúcho em 2019 e apresentou as suas projeções para o próximo ano em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 10 de dezembro. Segundo o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, depois de um ano de crescimento na safra (4,7%) e na área plantada (1,9%), as perspectivas para 2020 seguem otimistas com a expansão da demanda em mercados internacionais e valorização das commodities brasileiras. "Para 2020, se as condições climáticas forem favoráveis, esperamos uma produção recorde que pode ficar acima de 35,5 milhões de toneladas de grãos, superando inclusive a supersafra de 2017", adianta Gedeão.

A expansão da fronteira sul do Estado como uma nova fronteira agrícola para a produção de soja ajudará a puxar esse desempenho, destaca Gedeão. O papel do mercado internacional também tem sido preponderante para manter em alta a demanda e elevar os preços, como o observado recentemente no caso da carne. O efeito, provocado em parte pela crise da peste suína africana, que deverá afetar o mercado chinês pelos próximos 3 a 5 anos, pode ser mantido se confirmada a entrada de 400 milhões de pessoas na classe média do país asiático nos próximos anos.

O Brasil, atualmente, produz alimentos para 1,6 bilhão de pessoas e está tendo uma participação crescente em vários países. O acordo Mercosul União Europeia é importante não tanto pelo mercado em si, mas pela modernização que esse acordo vai exigir nos próximos anos.

O economista-chefe do Sistema Farsul, Antonio da Luz, expandiu a análise econômica para o Brasil como um todo e adiantou dados do PIB, conforme projeção da assessoria econômica do Sistema Farsul. Em 2019, o PIB agropecuário do Brasil deve crescer 1,69%, enquanto o PIB agropecuário gaúcho deve alcançar crescimento de 8,64%. Somando os três setores, o PIB do Brasil deve ficar em elevação de 1,16% e o PIB gaúcho pode atingir alta de 3,14%. Para 2020, a expectativa é que o PIB agropecuário brasileiro se eleve 2,96%, enquanto o PIB agropecuário gaúcho tenha expansão de 7,46%.

Os destaques de 2019 foram a soja e as culturas de inverno. A situação do arroz, no entanto, exige atenção, alerta Da Luz. A área plantada segue encolhendo devido à falta de estímulo dos produtores, que viram os custos aumentarem acima dos preços, elevando assim o endividamento. Os estoques em baixa, podem levar no futuro a refletir em aumento de preço. Outros assuntos que representam desafios para 2020 são a continuidade das reformas estruturais para enxugamento da máquina pública, desenvolvimento de uma política de seguro rural e o fortalecimento do comércio internacional.

Para concretizar as projeções otimistas, além de atuar por políticas públicas que apoiem o setor e na abertura de novos mercados, o Sistema Farsul vai ampliar o investimento em qualificação através do Senar-RS. Gedeão Pereira ressalta que a partir de 2 de fevereiro começará a ser oferecida gratuitamente a Assistência Técnica e Gerencial a mais de 3 mil produtores gaúchos já cadastrados. A iniciativa visa estimular a eficiência da gestão e da produção nas áreas de bovinocultura de corte e de leite, ovinocultura e agricultura (grãos). A iniciativa se soma aos cursos de promoção social, formação profissional rural e ao programa Juntos para Competir, uma parceria entre Farsul, Senar-RS e Sebrae RS.

Matérias Relacionadas

Programa Duas Safras tem primeiro seminário

Programa Duas Safras tem primeiro seminário

Santo Ângelo foi o palco para o primeiro seminário do Programa Duas Safras. Cerca de 400 pessoas estiveram no Clube Gaúcho para acompanhar a Etapa Missões. Ao longo do dia 31 de maio, o público pode acompanhar painéis sobre trigo, milho e soja que apontaram alternativas para incremento de produtividade de grãos na região missioneira. Coube ao superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, dar as boas-vindas aos participantes. Ele falou sobre o papel do Senar-RS na formação e qualificação dos profissionais do campo e os objetivos do programa Dupla Safra. "Vamos colaborar com a mudança do status socioeconômico do Rio Grande do Sul. Falar do Duas Safras é falar do futuro do Rio Grande do Sul. Nos sentimos honrados em conduzir os seminários, um dos cernes do Duas Safras", disse. Ele destacou que uma das metas do programa Duas Safras é "aumentar a produção sem aumentar a área. Mas, aumentando a produtividade e a otimização da produção", falou e concluiu, "Temos tecnologia para evoluir". Anfitrião do evento, o presidente do Sindicato Rural de Santo Ângelo, Laurindo Nikititiz, destacou a importância do seminário para a região, "É uma satisfação ter aqui um evento desta envergadura", ressaltou. Nikititiz falou sobre a importância de levar informação aos produtores. "Só produz mais e melhor quem tem conhecimento. Esse é um dos papeis do sindicato, levar esse conhecimento aos produtores", avaliou. "Que a gente saia daqui com mais conhecimento do que chegamos", completou. O chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemanski, falou representando as quatro unidades que participam do programa (Trigo, Clima Temperado, Pecuária Sul e Suínos e Aves). Ele destacou a importância de integrar o Duas Safras. "Fazemos parte de um grupo que quer implantar uma cultura de intensificação que irá gerar aumento de renda aos produtores e comida para a população", ressaltou. Ele fez referência à importância da união entre as entidades envolvidas no projeto. "Dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio não determinam a água, mas a interação", comparou. Os impactos da pandemia e do conflito entre Rússia e Ucrânia foram abordados pelo presidente do Conselho Consultivo da ABPA, Francisco Turra. Ela citou a importância do programa Duas Safras para o desenvolvimento da produção de proteína animal no estado. "Hoje estamos vivendo uma agenda das mais importantes do desenvolvimento do Rio Grande do Sul", afirmou. Ele lembrou que atualmente a produção da suinocultura e avicultura do Rio Grande do Sul é menor do que há 15 anos, enquanto a demanda internacional cresce, o que demonstra a importância do programa. "Não é uma aventura que estamos fazendo", afirmou. Representando a Secretaria da Agricultura, Pecuária e desenvolvimento Rural (SEADPR), o secretário adjunto Rodrigo Rizzo salientou a importância do papel do Sistema Farsul na construção do programa. Ele citou a importância do presidente Gedeão Pereira pela sua capacidade de unir todas as entidades em torno do projeto. Também destacou o trabalho do Senar-RS na capacitação dos produtores rurais. "O Senar-RS é uma usina da transformação no agronegócio gaúcho", destacou. O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, foi o último a falar na abertura. Em sua manifestação, ele reforçou que o principal objetivo do programa é estimular o aumento da produção. "Não vamos dizer aos senhores o que devem fazer, mas que façam muito mais, porque somos capazes. Em vez de cobrir os pastos no inverno, temo que produzir mais grãos", esclareceu. O presidente lembrou que o programa atua em várias frentes, levando em consideração as características de cada região do estado. "Para a Metade Norte a ideia é quando colher a soja, implementar lavouras de inverno", explicou. Gedeão salientou que o Rio grande do Sul já foi o maior produtor do país e atualmente está atrás do Paraná. "Mesmo aumentando nossa produção, ficaremos em segundo lugar por um bom tempo. Mas, o importante não é o ranking, mas, os mercados internacionais que estão cada vez mais ávidos", salientou. Ele comentou sobre o atual cenário mundial e a preocupação com o futuro. "Muitos acreditam que irá faltar comido e a solução é o agro brasileiro", avaliou. Ele também destacou a vocação do país para a agropecuária, "É muito raro um país que tenha um povo agrícola como o Brasil", concluiu. Também participaram da abertura o diretor jurídico da Federarroz, Anderson Belloli; o diretor executivo da Sips, Rogério Kerber; o presidente executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos; o diretor presidente da Acergs, Roges Pagnussat; e o presidente da fecoagro/RS, Paulo Pires. O evento Dividido em quatro partes, o evento teve como primeiro painel Cenários Econômicos e Mercadológicos, com palestras de Antônio da Luz, economista Chefe da Farsul; Jorge Lemainski, chefe Geral da Embrapa Trigo; José Eduardo dos Santos, presidente Executivo da Asgav/ABPA; e Tarcísio Minetto, Economista da Fecoagro. A tarde iniciou com o tema Trigo Rentável, com apresentações de Jorge Lemainski falando sobre Manejo Rentável num Agro de Oportunidades, e Trigo Rentável na Prática com o produtor Fauro Loreto da Rocha, de Santa Bárbara do Sul. Na sequência, o tema foi Milho na Região das Missões. As palestras foram de Juliano Rosso, representante da Corteva Agriscience, que palestrou sobre os Desafios na Cultura do Milho para Altas Produtividades, e o produtor Roberto Carlos Sander, de Santo Antônio das Missões. O evento encerrou com o painel Integração da Soja com o Programa Duas Safras. Osmar Conte, da Embrapa Trigo falou sobre Estratégias para Harmonização de Sistemas de Produção Agrícola. O produtor Paulo Ferreira, de Sarandi apresentou a palestra Caso de Sucesso na Diversificação Produtiva.

3 de junho 2022 Rio Grande do Sul