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Live debate perspectivas para a agropecuária chinesa nos próximos dez anos
Live outlook

Debate foi promovido pela CNA, na quinta (23)

23 de novembro 2023
Por CNA

Brasília (23/11/2023) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu uma live, na quinta (23), para debater as perspectivas para a agropecuária chinesa nos próximos dez anos e os impactos para os produtores rurais brasileiros.

O assessor de Relações Internacionais da CNA, Pedro Rodrigues, conduziu o debate que teve a participação do presidente do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, e do chefe do Escritório da CNA em Xangai, Inty Mendonza.

Segundo Pedro, é importante que os produtores rurais tenham conhecimento sobre essas informações, pois elas refletem as estratégias da política agrícola chinesa nas décadas seguintes. “A China é o principal mercado das exportações agropecuárias brasileiras, então é fundamental entender esses movimentos”.

Na live, o presidente do CEBC, Luiz Augusto de Castro, destacou a relevância da China no mercado internacional de importações, principalmente para o Brasil. “É o nosso principal parceiro comercial, responsável por grande parte do nosso comércio de commodities. Entretanto, precisamos pensar em estratégias de longo prazo para manter essa relação”.

Castro falou da necessidade e esforço do Brasil em diversificar a pauta de exportações para o mercado chinês, uma vez que o país tem se preparado para reduzir a dependência das importações de produtos agrícolas. “O consumo de grãos no país asiático deve aumentar nos próximos anos, ao mesmo tempo em que a produção doméstica deve crescer com o salto de produtividade e área cultivada”.

Para o embaixador, é interessante ampliar a exportação de produtos de maior valor agregado e pensar em outras formas de comércio para beneficiar pequenos e médios produtores. “A China é um grande mercado. No setor de proteína animal há oportunidades para produtos premium, como cortes especiais de carnes. Frutas também tem espaço no mercado, além de nozes e castanhas”, disse.

Luiz Augusto de Castro Luiz Augusto de Castro

O presidente do Conselho afirmou que outros produtos podem ser explorados no mercado chinês, mas precisam ser negociados. “O governo tende a dificultar a entrada de produtos de maior valor agregado para proteger o mercado local. Por isso, a necessidade de articulação com o setor público brasileiro na China para negociar a abertura de mercado”.

Em seguida, o chefe do Escritório da CNA em Xangai, Inty Mendonza, apresentou os principais resultados do Sumário Executivo do China Agricultural Outlook 2023-2032, elaborado pelo escritório e que traz as perspectivas dos principais produtos agrícolas chineses para os próximos dez anos.

O “China Agricultural Outlook” é resultado da 10ª Edição da Conferência sobre as Perspectivas Agrícolas da China 2023 realizada em abril deste ano, em Pequim. O documento apresenta as tendências de produção, consumo e importação do país.

Inty iniciou sua exposição destacando que o governo chinês pretende reduzir sua dependência externa e que isso traz riscos para o Brasil em uma área sensível que é a alimentação.

“Existe esse esforço concentrado em buscar a autossuficiência no setor agrícola. O país asiático apresenta um forte investimento na indústria de sementes. Até o final de 2022, estavam armazenadas 120 mil cópias de novas sementes agrícolas nos bancos nacionais de recursos de germoplasmas biológicos”.

Inty Mendonza Inty Mendonza

Ele informou que o documento traz o aumento da taxa de urbanização do país, que deve alcançar até 2032 uma alta de 71,8%. “Essa urbanização tem a ver com o objetivo do Estado em conduzir o crescimento econômico da população baseado no consumo interno, ao invés da importação”.

Em relação aos principais produtos citados no sumário executivo, Mendonza explicou que no caso da soja, a dependência externa é maior. Em 2022, o consumo foi de 108 milhões de toneladas e a produção 21 milhões de toneladas. “Dessa diferença de mais de 80 milhões de toneladas de soja, 58,7% foram importadas do Brasil. A China tem uma produção gigantesca, mas a questão é que a população também é grande”.

O chefe do escritório concluiu que o Brasil precisa diversificar a pauta de exportação de produtos agropecuários. “Entrar no mercado chinês não é fácil, trabalhar com e-commerce é complexo e exige investimento, portanto empresas brasileiras precisam se planejar, pois com todo esse processo de urbanização e crescimento da renda per capta chinesa, a comida pode ser um bom negócio”.

Assista a live na íntegra:

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