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São Paulo

Cursos do Senar-SP ajudam estado a se qualificar para o turismo rural
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Programas da entidade voltados ao setor estão preparando os produtores rurais para atender a demanda por turistas que o governo estadual espera receber

3 de abril 2025

Por: Senar-SP

Fonte: Comunicação do Sistema Faesp/Senar-SP

Preparar-se para os novos tempos que virão com os investimentos que o governo estadual está fazendo no Turismo Rural. Com essa proposta Vânia Rinaldi Martinez de Deus, de Araçoiaba da Serra, iniciou o curso de Turismo Rural no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-SP), ciente de que 2025 será um ano de transformações. Mesmo sem dados oficiais, o turismo rural tem crescido no estado, impulsionado pelas tradições, gastronomia e belezas naturais e capacitar-se para atender a essa demanda será o grande diferencial de sucesso nos próximos anos.

“Viemos de Osasco, cidade da Grande São Paulo, e, por meio dos cursos do Senar, fiz um plano para a produção de doces, geleias e compotas. A pandemia fez com que surgisse a oportunidade de criar cestas de café da manhã com o estoque de doces que possuía. O próximo passo foi a construção de um lugar para oferecer um café colonial”, disse Vânia, que há dois anos oferece o melhor da gastronomia regional no Colherada Caipira.

Do ponto de vista econômico, o turismo rural gera oportunidades de emprego e renda para pequenos produtores, artesãos e empreendedores locais. A demanda por hospedagem em pousadas, alimentação e passeios impulsiona diversos setores da economia, estimulando a diversificação das atividades no campo. Além disso, ao agregar valor a produtos agrícolas e artesanais por meio da venda direta aos turistas, o turismo rural fortalece a agricultura familiar e contribui para a sustentabilidade financeira das propriedades rurais.

Janaína Campioni, proprietária da Fazenda do Alho, em Batatais, é um exemplo de sucesso no setor. Após fazer o curso, em 2021, passou a investir em visitas guiadas, dando aos turistas a oportunidade de conhecer um pouco sobre plantações, como o café e a cana-de-açúcar, e deliciarem-se nas cachoeiras que ficam na propriedade. O monitor da fazenda, o biólogo Fernando Alex da Silva, faz questão de mostrar aos visitantes a importância da preservação ambiental, associando o turismo rural e o pedagógico.

“Fazemos grupos fechados para visitação aos finais de semana e já recebemos aqui turistas não apenas do nosso estado, mas também de Portugal, da França e dos Estados Unidos. Não podemos dizer que aumentou a renda da propriedade, porque trabalhamos de forma bem diferenciada, com grupos pequenos, focados em garantir uma experiência de qualidade ao nosso público”, explicou Janaína.

O bacharel em turismo e instrutor do Senar-SP desde 2014, Márcio Paccola Langoni, reforçou a importância do curso não apenas para a melhoria da renda dos produtores, mas também para o desenvolvimento de toda uma cadeia ligada ao setor turístico. Para ele, esta capacitação, além das orientações técnicas de implementação de negócios turísticos no meio rural, é uma inspiração para que o produtor descubra novas vocações para a propriedade.

“É um treinamento vivencial que, ao final da jornada, emociona os participantes. O processo caminha para um despertar para possibilidades que, muitas vezes, estão dormentes. A cada módulo os participantes redescobrem, com novos olhares, as riquezas de suas propriedades. Tecnicamente oferecemos o direcionamento para que o turismo seja agregado à dinâmica econômica da propriedade, respeitando tradições, mas também com abertura para práticas mais contemporâneas, como o ecoturismo associado à oferta turística rural”, pontuou o professor, que ministra esse programa em vários municípios desde 2018.

As irmãs Simone e Margarida Rodrigues Ambrósio, de Piedade, usaram as técnicas aprendidas para deslanchar um projeto de lavandário. Atualmente elas trabalham com produção de mel e compotas de hibiscos, entre outros produtos, mas estão confiantes de que os campos de lavanda serão uma atração especial. Elas estão construindo um espaço, que servirá para recepcionar os grupos, e onde eles poderão adquirir doces, chás e demais produtos.

Em Sarapuí, Ágata Ariane de Lima, da Cachaçaria Artesanal, que produz a tradicional “Cachaça do Chicão”, é outra que acredita no potencial turístico do interior e preparou-se para o aumento no volume de visitantes. Produzindo hoje doces, cachaça e licores no sítio onde mora, ela está investindo em um espaço para a degustação. Conhecida pela Festa da Cachaça, que já realiza há três anos, ela confia na qualidade de seus produtos para estimular o crescimento do número de turistas.

“A questão do turismo rural será um grande diferencial no estado, gerando renda e muitos postos de trabalho. Tivemos a honra de ajudar o governo estadual no mapeamento de propriedades, em dez rotas específicas, que representam o que há de melhor em São Paulo. Ver o crescimento da capacitação faz com que tenhamos certeza de que estaremos prontos para encantar ainda mais os turistas, aumentar a rentabilidade no meio rural e contribuir para o desenvolvimento econômico e social dos municípios paulistas”, concluiu Tirso Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) e do Senar-SP.

Outras informações acesse o Portal Faesp/Senar-SP

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