CNA participa da Conferência Mundial de Cacau
Entidade vai mostrar o potencial da produção nacional no evento que acontece até dia 25 de abril, em Bruxelas
Brasília (23/04/2024) - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participa, até quinta (25), da Conferência Mundial do Cacau, em Bruxelas, na Bélgica. O produtor de cacau e diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), Guilherme Moura, vai representar a entidade no evento.
A conferência é organizada pela International Cocoa Organization (ICCO) e vai reunir os maiores produtores mundiais da amêndoa para um debate sobre produção, desafios e oportunidades.
"É um evento importante porque dá um panorama do que o mundo do cacau pensa para tentarmos entender como formular políticas públicas para a cadeia produtiva no Brasil, e as estratégias que estão criando para adaptar isso a nossa realidade e posicionar o Brasil como um ator importante na cadeia produtiva", afirmou Moura.
O produtor explica que o grande desafio da cadeia é remunerar melhor o produtor, entendendo melhor a realidade da África do que do Brasil.
"Setenta por cento da produção mundial de cacau está na África, composta de pequenos produtores, às vezes com menos de um hectare. Então, a grande dificuldade é fazer com que tenham viabilidade econômica. Pelo que tenho observado nas discussões iniciais, o Brasil tem uma posição privilegiada, seja por sua forma de produzir cacau, estrutura de produção ou perfil do produtor e, por isso, podemos ser uma alternativa, permitindo o incremento de produção."
A assessora técnica da Comissão Nacional de Fruticultura da CNA, Letícia Fonseca, ressalta que o Brasil já foi um dos principais produtores mundiais de cacau, mas devido a desafios fitossanitários, principalmente por causa da vassoura de bruxa, houve uma redução drástica na produção.
"Porém, nos últimos anos, temos conquistado avanços produtivos, por meio de incentivos em genética, técnicas produtivas, e estruturação da cadeia, buscando maior eficiência”, disse. "A produção brasileira é baseada hoje em sistemas produtivas de mata, como o cabruca e os sistemas agroflorestais (SAFs), que possibilitam o incremento da produção com qualidade da amêndoa e preservando a floresta plantada", concluiu.
Ao longo da semana, o encontro terá mais de 10 painéis que vão abordar temas como produção, sustentabilidade da cadeia produtiva, gestão, qualidade sensorial e subprodutos do cacau, renda do produtor, medidas sanitárias, políticas e regulamentações, parcerias e perspectivas de mercado.