CNA discute políticas de suporte para o aumento da produtividade do agro

Entidade participou de evento promovido pelo Banco Mundial, na quinta (10)
Brasília (11/04/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou do evento “Análise das políticas e programas de apoio à agricultura do Brasil em nível nacional e subnacional”, promovido pelo Banco Mundial, na quinta (10).
A sessão aberta foi dedicada a representantes do setor privado e do setor agro, Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), entidades da agricultura familiar, Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O objetivo do evento foi divulgar os resultados do estudo do Banco Mundial sobre o apoio público ao setor no Brasil e apresentar diagnósticos e recomendações para a transição para políticas mais sustentáveis que se alinhem com uma economia saudável, um planeta saudável e pessoas saudáveis.
O assessor técnico da CNA, Guilherme Rios, esteve presente na mesa redonda sobre “O Papel do Setor Privado e Entidades Agrícolas nas Políticas de Apoio e Financiamento de Sistemas Agroalimentares Sustentáveis no Brasil”. O especialista em Desenvolvimento Rural do BID, Bruno Jacquet, moderou o debate.
Guilherme iniciou a palestra destacando que a pesquisa, a assistência técnica e as finanças são o alicerce do desenvolvimento rural. “O crédito e o seguro rural são instrumentos essenciais para a sustentabilidade econômica da atividade”, disse.

De acordo com pesquisa da CNA, realizada em 2021, sobre a dificuldade de acesso ao crédito, 38% dos respondentes nunca contrataram o crédito rural e 17% utiliza o seguro rural. As dívidas anteriores, elevada burocracia e problemas fundiários estão entre os principais motivos para o não acesso ao crédito.
Em relação à abrangência do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), Guilherme Rios informou que apenas 16% da área com agricultura no país é coberta. Em 2023, dos 70 milhões de hectares, o Brasil segurou 11,4 milhões. Já na safra de 2024, a área coberta até o momento totaliza 7,3 milhões de hectares. Em 2020, esse valor foi de 13,69 milhões.
Em sua fala, o assessor técnico da CNA reforçou a necessidade de o governo direcionar mais recursos para o seguro rural e para o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), principalmente em razão da frequência dos eventos climáticos, que têm causado quebras de safras recorrentes no país, de forma regionalizada.
Durante o debate, Guilherme também falou sobre o desempenho dos programas de investimento do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) nos últimos anos. Segundo ele, houve queda de dos programas de irrigação, armazenagem, máquinas, inovações. “A baixa aplicação tem impedido o desenvolvimento no campo e acentuado as diferenças”.
O assessor apontou como ações necessárias para mudar o atual cenário de política agrícola o fortalecimento das ferramentas de gestão de ricos (PSR e Proagro); a possibilidade de acesso perene ao crédito rural, sem embaraços desnecessários e com recursos suficientes; e fortalecimento da assistência técnica para aumentar a produtividade, melhorar a gestão e promover a sustentabilidade da atividade agropecuária.
Também participaram da mesa redonda o especialista do Banco do Brasil, Jorge Gildi, o diretor financeiro da Agrosmart, Felipe Cresciulo, e a presidente da União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Fátima Torres.