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CNA discute estratégias para negócios agrícolas em períodos de crise
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Transmissão ao vivo conversou com especialista em gestão do agro

13 de maio 2020
Por CNA

Brasília (13/05/2020) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou uma transmissão ao vivo pelos canais de comunicação digitais do Sistema CNA com o tema “Estratégias para Negócios Agrícolas em Ambiente de Crise”, na quarta (13).

O encontro contou com a participação do superintendente técnico da Confederação, Bruno Lucchi, e do consultor internacional da Centrec Consulting Group , Carlos Ortiz. Mestre em Economia Agrícola pela Universidade de Purdue (Estados Unidos), Ortiz teve passagens por duas importantes instituições financeiras ligadas ao agronegócio, o Rabobank e o Itaú BBA.

“Nesse momento, o produtor, mais do que nunca, precisa ter uma gestão muito bem apurada. Não só ter controle de custos e do processo produtivo, mas saber comercializar e ter estratégias de venda e de crédito para o seu negócio”, disse Bruno Lucchi.

A palestra abordou questões estratégicas e ações práticas de prevenção para a sustentação do negócio durante a pandemia do coronavírus. Segundo o consultor, os ciclos econômicos e crises afetam mais alguns negócios do que outros, dependendo do modelo de produção. Ortiz falou sobre o efeito dos custos fixos durante ciclos econômicos e destacou que modelos mais intensivos, com mais custos fixos, podem ser mais frágeis.

“Modelos de produção envolvendo muito custo fixo e muito investimento demandam atenção. Temos que avaliar as despesas de arrendamento e terceirização, a intensificação em imobilizado e a taxa de crescimento. Se a velocidade de crescimento é alta, ela turbina o problema do risco”, afirmou.

Ele lembra que a dificuldade de fluxo da produção também fragiliza – especialmente em uma crise que afeta a distribuição –, os produtos perecíveis, sazonais ou que precisam de entrega específica, como flores e hortaliças.

Para evitar esses problemas, a recomendação é ter reservas de liquidez e reduzir endividamentos. De acordo com ele é preciso evitar o “cobertor curto” e as consequentes “pedaladas”, que, em geral, começam com saltos de crescimento.

“Antes de mais nada, construa e cuide da liquidez, a primeira linha de defesa. Quanto maior o risco, mais liquidez eu preciso. Além de proteger o negócio, ela também permite buscar oportunidades”, destacou o consultor.

Estratégias - Em termos de estratégias possíveis diante da crise, Ortiz indica corrigir endividamentos e liquidez, ajustar rotas e consertar o modelo de produção e concentração setorial, além de tomar precauções de caixa e continuidade e rastrear oportunidades. Outra dica fundamental é comparar dívidas com faturamento.

O próximo passo é ajustar a operação, o que envolve estancar o sangramento, reduzir estrutura, rever despesas, investimentos e o mix de atividades. O foco deve ser repensar o negócio para equilibrar liquidez, investimento e custo fixo.

Ações – Entre as ações consideradas “prudenciais”, o especialista em gestão lembra que o produtor rural deve avaliar como fazer para juntar caixa, para planejar e gerir e para dar continuidade ao negócio como um todo.

A primeira medida inclui desembolsar linhas de crédito, rever despesas, adiar investimentos, esticar prazos, recuperar recebíveis em atraso, alongar dívidas, cobrar multas por atrasos e reduzir estoque, por exemplo.

Para o planejamento e gestão do caixa é preciso refinar o fluxo de entradas e saídas, classificar cada saída por prioridade, planejar atrasos de entradas, diversificar aplicações, manter um estoque estratégico de essenciais e diversificar canais de compra e venda, entre outras ações.

Por último, Ortiz oferece dicas para assegurar a continuidade do negócio, como ter um banco de reservas de gerentes, monitorar e diversificar o fluxo comercial, manter garantias livres, fazer relatórios financeiros claros e organizar indicadores financeiros em ordem.

“Tão importante quanto tudo isso é se preparar para a volta. O futuro não será uma linha contínua do passado. Muita coisa já mudou no hábito dos consumidores. Muitos países estão atuando diferente em relação às suas importações, localização de manufatura e localização de processo. As cadeias estão se reconfigurando e é importante repensar como essas cadeias vão ser depois da crise”.

Confira a apresentação do consultor Carlos Ortiz aqui .

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