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Campo Futuro analisa custos de produção de seis culturas
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Eventos aconteceram em seis regiões nesta semana

1 de julho 2022
Por CNA

Brasília (01/07/2022) - O Projeto Campo Futuro realizou nesta semana o levantamento de custos de produção de seis culturas: pecuária de leite, abacate, pecuária de corte, cana-de-açúcar, café conilon e grãos. Os eventos reuniram, em encontros virtuais, produtores do Rio de Janeiro, São Paulo, Acre, Mato Grosso, Rondônia e Minas Gerais.

Além das federações de agricultura estaduais, os levantamentos contaram com o apoio do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), do Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA) e do Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege).

Pecuária de leite

Os painéis foram realizados no Rio de Janeiro, nos municípios de Macuco e Itaperuna, nos dias 27 e 29, respectivamente. No primeiro, as propriedades de 50 hectares apresentaram produção média de 180 litros diários, com animais da raça Girolando compondo a maior parte do rebanho. Segundo o assessor técnico da CNA, Guilherme Souza Dias, a receita com o leite permitiu cobrir os desembolsos, pró-labore e renovação dos equipamentos utilizados na atividade, denotando a sua sustentabilidade no curto e no médio prazo.

“Contudo, ao computar a remuneração do capital investido na atividade, a receita se mostrou insuficiente”, afirmou. Entre os itens que mais pesaram no bolso do produtor, figuram a alimentação concentrada e a mão de obra, que juntos comprometeram 43% da receita obtida com o leite.

Em Itaperuna, foi caracterizada uma propriedade modal de 50 hectares, com produção diária de 130 litros. A produtividade de 1.480 litros/ha/ano denota um menor aporte tecnológico, mas os resultados econômicos do empreendimento ainda se mostraram superiores ao arrendamento da área para gado de corte.

Conforme Dias, a receita com o leite foi suficiente para cobrir apenas os desembolsos da atividade, com a alimentação do rebanho, comprometendo 35% do valor recebido que, se acrescido da mão de obra, chega a 55%. “Quando contabilizadas as depreciações, pró-labore do produtor e remuneração do capital investido, a atividade vem operando no vermelho, com os resultados impossibilitando a renovação dos equipamentos ao final de sua vida útil”.

Abacate

O painel reuniu produtores de abacate da região de Piraju (SP), no dia 27, e contou com a participação de representantes da Federação de Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), do Sindicato Rural de Piraju e técnicos atuantes na região.

A propriedade modal definida para a região conta com 30 hectares e produtividade de 14,6 toneladas/hectare. As principais variedades cultivadas são Fortuna, Quintal, Margarida, Breda e Hass. Conforme a assessora técnica da CNA, Letícia Barony Fonseca, o cenário de custos apresentado em 2022 em comparação à um painel semelhante realizado na mesma praça em 2016, apresentou elevação de 157% no Custo Operacional Efetivo (COE), sendo os custos com condução do pomar, que inclui insumos como fertilizantes, corretivos e defensivos, o principal componente da elevação, este com incremento de 178%.

Pecuária de corte

O encontro aconteceu em Xapuri (AC), no dia 28, com o objetivo de levantar os custos de produção e estimar os resultados econômicos da atividade considerando uma propriedade modal de cria (produção de bezerros) com, aproximadamente, 200 matrizes. Os dados estão sendo consolidados, contudo o que se observou foi que os gastos com suplementação mineral foram os que mais pesaram dentro do COE, representando 35%.

Cana-de-açúcar

O painel reuniu produtores de Nova Olímpia (MT). Segundo dados fornecidos pelos participantes, a região é caracterizada por grandes propriedades e realiza-se o plantio manual em sua totalidade. Os canaviais têm apresentado, em média, produtividade de 64 toneladas por hectare, com qualidade de matéria-prima de, aproximadamente, 140 kg ATR por tonelada de cana e rendimento de cinco cortes por ciclo produtivo. De acordo com a assessora técnica da CNA, Eduarda Lee, na safra atual, a colheita é 100% mecanizada e deve se estender até dezembro, frente aos atrasos no início da moagem.

Em termos de custos os insumos que mais impactaram o desembolso dos produtores foram o gasto com fertilizantes, 61% do COE, seguido pela aquisição de mudas 19% e pelos custos com herbicidas 11%. Do ponto de vista de manejo as despesas referentes a etapa de colheita representaram 25% dos custos totais.

Café conilon

O encontro foi realizado no dia 30, em Cacoal (RO), com cafeicultores e técnicos de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar/RO. A propriedade modal foi caracterizada com cinco hectares de área produtiva, agricultura familiar e sistema de condução irrigado, sendo os tratos culturais e colheita realizados manualmente. Os produtores relataram que, com o aumento dos preços dos fertilizantes, o volume aplicado foi reduzido, o que resultou em queda na produtividade média, estimada em 50 sacas por hectare.

De acordo com a assessora técnica Raquel Miranda, em comparação com o painel realizado em 2021 para a mesma propriedade modal, o desembolso com os principais componentes do custo de produção sofreu aumentos expressivos, elevando-se em 60% para custos com mão de obra e 141% com defensivos. “Para os fertilizantes, mesmo com a redução no volume aplicado, o produtor desembolsou 36% a mais que no ano anterior”, declarou.

Grãos

Em Campo Florido (MG), no dia 30, os resultados preliminares do painel mostraram que as produtividades para soja e milho estão dentro do esperado. Para a soja, os dados apontaram uma leve quebra devido às chuvas nos primeiros dois meses do ano, sendo obtidas 55 sacas por hectare em média. Para o milho 2ª safra, é esperada boa produtividade nas lavouras semeadas dentro da janela. Nas áreas tardias, o potencial será reduzido devido à restrição hídrica e baixas temperaturas. Na média, o painel apontou a colheita de 80 sacas por hectare do grão.

Segundo o assessor técnico da CNA, Tiago dos Santos Pereira, ataques severos da cigarrinha-do-milho pressionaram a produtividade para baixo e aumentaram os custos com inseticidas em 132%. “Os custos com herbicidas no milho também aumentaram significativamente, na ordem de 105%. Por outro lado, o sorgo tem tido maior destaque, mostrando expansão em área em detrimento do milho, principalmente pelos preços atrativos e maior rusticidade”, destacou.

Assessoria de Comunicação CNA
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