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Assocon divulga crescimento de 5% no número de bovinos confinados em 2017
Por: Redação feed&food
O ano começou complicado. Com o episódio da Carne Fraca e as seguintes delações envolvendo o setor no início do ano, estabeleceu-se um clima de insegurança e pessimismo. Seria o setor capaz de superar todos os obstáculos e retomar sua força a tempo? Não só era capaz, como foi lá e fez.
Tanto que, passadas as intempéries, o segundo semestre trouxe boas novas. Conforme explica o presidente da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon, São Paulo/SP), Alberto Pessina, a demanda pelas exportações melhorou (houve embarque de 30% do volume interno, ante os usuais 20%) com os preços mais baixos da carne brasileira, o que fez reagir o mercado e recuperar os patamares do início de 2017.
Exemplo disso é o balanço divulgado pela associação. O número de bovinos confinados em 2017 deve ficar em 3,38 milhões de animais, em um ano com fortes oscilações na intenção de engordar os animais no cocho. Este número significa um crescimento de 5,5% em relação ao apurado no ano passado, mesmo ficando abaixo da expectativa inicial da associação, que era de 4 milhões de cabeças.
Para Pessina, o capítulo “Carne Fraca” já foi resolvido. “A comunicação foi clara de que o produto brasileiro é excelente, competitivo e confiável. Basta continuarmos desta forma para que continuemos vendendo para o mundo”, diz. As delações, ele complementa, são “um ato vergonhoso, e a Assocon se posiciona contra esse tipo de movimento. Somos a favor da transparência e de melhorar as relações entre os elos. Esse tipo de atitude em nada ajuda o setor ou o País”.
2018. O primeiro semestre do próximo ano, conforme foi adiantado pelo consultor Bruno Andrade durante a Intercorte, deve ser formado por uma melhoria nos indicadores macroeconômicos brasileiros, recuperação do consumo das famílias a partir do primeiro semestre do próximo ano e pela manutenção dos preços da carne bovina em relação ao dia a dia. “A demanda vem se recuperando suavemente, o que deve manter os preços do mercado interno”, concorda Pessina, que espera na recuperação econômica a chance de fazer o preço da carne subir: “Mas, em um primeiro momento, estamos enxergando manutenção, e não aumento”.
O presidente da Assocon declara que o mundo está precisando de carne, as populações estão crescendo assim como suas rendas, o que deve ser uma boa oportunidade para o Brasil se destacar. “As principais economias que devem comprar nossos produtos são as que estão em desenvolvimento. Elas não vão comprar produtos caríssimos, então devemos continuar vendendo uma carne com qualidade e preço mais competitivo para adentrar estes mercados”, diz, exaltando o Brasil e a Índia como países reconhecidos pela FAO como capazes de suprir essa demanda, já que há terras disponíveis e espaço para crescimento.