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13 de fevereiro de 2017
Cenário do agronegócio mundial I
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POR CNA

O cenário mundial do agronegócio, por seus desdobramentos nos sistemas agroalimentares do campo à mesa dos consumidores, resulta de milhares de condicionantes, inclusive as climáticas, que convergem para milhões de estabelecimentos rurais nos continentes da Terra e onde a ciência e a tecnologia, associadas aos mercados, se transformam em produtos de origem animal e vegetal e fundamentam as ofertas do setor de base florestal. Embora as taxas de urbanização ainda estejam numa escala ascendente, irreversível, também milhões de empreendedores rurais se dedicam às artes de plantar, criar, abastecer, exportar, conservar e preservar os recursos naturais.
 
A agropecuária é uma prática difusa em milhões de hectares cultivados e que transita entre os grãos, cereais, oleaginosas, agro energia, carnes, leite, ovos, papel, celulose, aglomerados, açúcar, frutas, legumes, hortaliças, tubérculos, entre outros, que exige pesquisa e desenvolvimento, assistência técnica, inovação tecnológica, gestão eficiente, acesso contínuo à informação e ao decifrar também os mercados internacionais.
 
O fato econômico será o “Norte” desses vultuosos investimentos nesse mundo com seus atuais 7,3 bilhões de habitantes e com previsão de 9,3 bilhões em 2050, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). São consumidores de alimentos e agro energia e de outras formas de tecnologias, produtos e serviços. Os desafios desse século XXI serão hercúleos ao terem que conciliar também a produção e oferta de alimentos com a sustentabilidade como conceito e prática recorrentes. China, Índia, Estados Unidos, Indonésia e Brasil somam 3,32 bilhões de habitantes ou 45,4% da população mundial, uma extraordinária concentração humana com seu corolário de demandas.
 
Dados da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, contidos no documento “Perfil do agronegócio mundial”, julho de 2016, revelaram números interessantes e substantivos nos cenários mundiais e esses dados serão corrigidos assim que forem concluídos os levantamentos mundiais de 2016/2017. 
 
O relevante é que são cenários, possibilidades e oportunidades na agro economia. Comparando-se a produção de grãos de 2002/03 com a de 2015/16, fechada, a oferta passou de 1,95 bilhão de toneladas para 2,76 bilhões ou 41,5%. A área cultivada, na mesma comparação, passou de 696,9 milhões de hectares para 785,5 milhões, aumento de 12,76%, o que configurava presumivelmente ganhos de produtividade por hectare cultivado com grãos. 
 
Entretanto existem países com altas produtividades médias, como os EUA, e outros que ainda precisam elevar as suas produtividades médias por unidade de área cultivada e por unidade de pequenos, grandes animais numa perspectiva de mercados interno e externo.
 
O milho, trigo e arroz, no conjunto, responderam por 80,3% da produção mundial em 2015/16. No Brasil, o milho e a soja emplacam mais de 80,0% das safras agrícolas. A população mundial evoluiu de 6,3 bilhões de habitantes em 2003 para 7,3 bilhões em 2016 ou 15,8%, e a oferta de grãos 41,5%. Um cenário de aparente abundância, mas existem ainda 785 milhões de faminto nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. O mundo poderá produzir 2,76 bilhões de toneladas de grãos em 2016/17.  
 
Se confirmada a safra agrícola brasileira, 2016/17, de quase 220 milhões de milhões de toneladas de grãos, deverá ser um novo e histórico recorde fundamentado no campo. Mercados, gestão eficiente, pesquisa agropecuária e inovações são convergências indispensáveis. Além disso, boas safras agrícolas reduzem a inflação, controlam o preço da cesta básica e geram empregos e renda.

*Benjamin Salles Duarte é Engenheiro agrônomo.

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