ALIMEN T AN D O O B R A SILEIRO

Publicações

PIB do Agro
23 de janeiro de 2025
Após dois trimestres em queda, PIB do agro reage no 3º tri e recuo esperado para 2024 diminuiu para 2,49%
banner.png


O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), avançou 1,26% no terceiro trimestre de 2024, acumulando queda de 2,49% no ano (Tabelas 1 e 2).

Entre os segmentos do setor, ao comparar o segundo e o terceiro trimestres de 2024, verificou-se um avanço no PIB dos insumos (0,83%), do segmento primário (1,14%), das agroindústrias (1,60%) e dos agrosserviços (1,22%) – conforme indicado na Tabela 2. Os desempenhos desses segmentos no trimestre foram impulsionados pelo aumento do valor bruto da produção, que, por sua vez, foi principalmente influenciado pelos preços reais mais altos no período.

Do ponto de vista dos ramos do agronegócio, houve crescimento para o agrícola (1,27%) e para o pecuário (1,31%) no terceiro trimestre de 2024. No ramo agrícola, o PIB aumentou para a agroindústria (1,85%) e para os agrosserviços (1,64%) e apresentou avanço mais contido para insumos (0,43%) e para o primário (0,22%). No ramo pecuário, o PIB cresceu para insumos (1,99%), para o primário (3,02%) e para a agroindústria (0,91%) e apresentou avanço mais contido para os agrosserviços (0,45%) – ver Tabela 2.

No acumulado dos três primeiros trimestres do ano, conforme indicado na Tabela 1, houve uma retração de 4,04% no ramo agrícola, enquanto o ramo pecuário apresentou crescimento de 1,60%.

Imagem

O segmento de insumos apresentou uma retração de 7,24% nos primeiros nove meses do ano em relação ao mesmo período de 2023, impactado principalmente pela queda de 10,69% nos insumos agrícolas, apesar do avanço de 1,32% observado nos insumos pecuários. No caso dos insumos agrícolas, a redução no PIB foi influenciada pelos desempenhos das indústrias de fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas, que enfrentaram pressões devido à queda tanto nas cotações quanto na produção, como observado nos setores de fertilizantes e máquinas agrícolas. Em contrapartida, o crescimento dos insumos pecuários foi impulsionado pela evolução nas indústrias de rações e medicamentos para animais, refletindo as perspectivas de maior produção ao longo do ano.

No segmento primário, houve uma retração de 4,32% na comparação entre janeiro a setembro de 2023 e de 2024. No primário agrícola, a redução de 4,44% no PIB foi influenciada pela queda nos preços e pelas perspectivas de menor produção para a safra de 2024 de produtos agrícolas de destaque, como milho, soja e trigo. Já no setor primário pecuário, a diminuição de 4,07% no PIB refletiu a expectativa de menor valor de produção no ano. Essa redução no valor da produção deve-se principalmente aos preços mais baixos em comparação com os nove primeiros meses de 2023, apesar da projeção de aumento na produção para todas as atividades pecuárias monitoradas, com exceção do frango de corte.

O PIB do segmento agroindustrial registrou queda de 0,67% nos primeiros três trimestres de 2024, resultado da retração nas agroindústrias de base agrícola (-2,32%), apesar do crescimento nas de base pecuária (6,00%). Na indústria agrícola, mesmo com a projeção de aumento na produção, o PIB apresentou redução, influenciado principalmente pela queda no valor da produção esperado para o ano, reflexo dos preços reais mais baixos, com destaque negativo para os biocombustíveis e os óleos vegetais. Em contraste, o PIB da indústria pecuária cresceu devido à projeção de expansão da produção no ano, compensando o impacto da queda nos preços.

Por fim, os agrosserviços apresentaram uma retração de 1,74% nos primeiros nove meses de 2024, refletindo a queda nos agrosserviços de base agrícola (-3,99%), apesar do crescimento de 4,15% nos agrosserviços de base pecuária. No ramo agrícola, a queda no período reflete os desempenhos observados nos demais segmentos. Já no ramo pecuário, o crescimento acumulado foi impulsionado pela maior produção esperada para o ano nos segmentos a montante, tanto dentro quanto fora da porteira.

Com base nos desempenhos do agronegócio, seus ramos e segmentos ao longo dos três primeiros trimestres, a Tabela 3 apresenta as estimativas dos valores anuais do PIB para 2024. Nesse cenário, o PIB do agronegócio brasileiro pode atingir R$ 2,58 trilhões em 2024, dos quais R$ 1,84 trilhão correspondem ao ramo agrícola e R$ 744,02 bilhões ao ramo pecuário (a preços do terceiro trimestre de 2024). Considerando essa projeção e o desempenho do PIB brasileiro no período, estima-se que a participação do setor na economia seja de aproximadamente 22,0% em 2024, abaixo dos 23,5% registrados em 2023.

Imagem


SEGMENTO DE INSUMOS: Após sucessivas quedas, PIB do segmento avança no terceiro trimestre

No terceiro trimestre de 2024, o PIB do segmento de insumos do agronegócio registrou um crescimento de 0,83% (Tabela 2). Entretanto, no acumulado do ano, o setor apresentou uma queda de 7,24% (Tabela 1). O crescimento observado no trimestre foi impulsionado pelo avanço nas indústrias de base agrícola, enquanto as indústrias de base pecuária registraram retração, conforme ilustrado na Figura 1.

A projeção para a indústria de fertilizantes e corretivos do solo aponta uma redução de 11,14% no valor bruto da produção anual. Esse resultado decorre de uma queda de 10,46% nos preços reais dos produtos, ao comparar as médias de janeiro a setembro de 2024 com as do mesmo período de 2023, além de uma retração esperada de 0,77% na produção anual. Durante a primeira metade de 2024, os preços dos fertilizantes mantiveram-se relativamente estáveis. Contudo, a partir de julho, foi observado um aumento nos preços em nível global, atribuído tanto à alta nos custos de matérias-primas, como enxofre e petróleo, quanto à oferta limitada de fosfato monoamônico (MAP).

No cenário doméstico, destaca-se a influência da desvalorização do Real frente ao dólar, o que pressionou as cotações dos principais fertilizantes no Brasil e reduziu o poder de compra dos agricultores. Desde o final de 2021, as oscilações nos preços dos fertilizantes têm sido atribuídas a eventos externos, como os conflitos na Ucrânia, aumento nos preços do petróleo, elevação dos custos de frete e ampliação dos prazos de entrega, além de fatores internos, como a taxa de câmbio. Esses elementos, juntamente daqueles inerentes à propriedade rural, precisam ser monitorados para fins de planejamento das safras seguintes.

Imagem

Acesse abaixo o PDF completo:

PIB do Agronegócio - 3º trimestre de 2024

PIB do Agronegócio - 3º trimestre de 2024

Baixe o documento na íntegra

Download

Áreas de atuação