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IPCA
9 de novembro de 2018
Ainda dentro da meta, IPCA alcança 4,56% no acumulado em 12 meses
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Tabela 1: Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – em %

Outubro 2018 Variação (Nov/17 a Out/18) Setembro 2018 Variação (Out/17 a Set/18) Outubro 2017 Variação (Nov/16 a Out/17)

IPCA Geral 0,45 4,56 0,48 4,53 0,42 2,70

Alimentação e Bebidas 0,59 3,33 0,10 2,68 -0,05 -2,14

Alimentação no domicílio 0,91 3,34 0,00 2,23 -0,17 -5,06

Fonte: IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou alta de 0,45% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro/2018 na data de 07 de novembro. No último mês de setembro, o índice havia apresentado alta de 0,48%. A inflação registrada no mês de outubro veio dentro das expectativas de mercado, que apontavam estimativas de crescimento entre 0,42% e 0,63%, com mediana de 0,55%, segundo Projeções Broadcast - pesquisa realizada com 46 instituições e divulgada em 06 de novembro.

Os alimentos apresentaram alta nos preços no mês de outubro. O grupo “Alimentação e bebidas” (0,59%) foi impulsionado, principalmente, pelo subgrupo “alimentação no domicílio” (0,91%), com destaque para o tomate (51,27%), a batata-inglesa (13,67%), o frango inteiro (1,95%) e as carnes (0,57%). Dentre as quedas, sobressaíram o leite longa vida (-2,60%), os ovos (-1,12%) e o café moído (-0,94%).

Dentre os alimentos que tiveram alta nos preços, o tomate apresentou aumento de 51,27% no mês de outubro. A baixa oferta de produto nesse último mês é explicada, principalmente, pela antecipação das chuvas no Estado de São Paulo, maior fornecedor de tomate nessa época do ano, o que ocasionou a elevação nos preços ao consumidor.

O aumento de preço da batata (13,67%) no mês foi devido também à baixa oferta de produto. No último ano, por conta dos baixos preços e dos altos custos, os produtores reduziram a área de plantio em regiões como sul de Minas Gerais, que normalmente tem uma área para ser colhida e ofertada nesse período do ano, e também no Paraná.

Já o aumento no preço do frango inteiro (1,95%) refletiu o aumento do preço da carne bovina, pois como são substitutos diretos, com a manutenção dos preços da carne bovina em patamares mais elevados, isso resultou em aumento da demanda pela carne de frango e, consequentemente, aumento de preços ao consumidor.

A elevação do preço da carne (0,57%) para o consumidor, em outubro, foi reflexo do enxugamento do estoque nacional dos últimos meses. O ritmo intenso de exportações e redução da oferta de animais para abate, causado pelo confinamento tardio, pressionaram a oferta de carne bovina no mercado interno. Pelo lado do produtor, após três meses consecutivos de valorização, o mês de outubro apresentou queda no preço da arroba bovina. Isso vem ocorrendo devido ao aumento da oferta de animais que foram para confinamento entre julho e setembro e que agora estão disponíveis para o abate.

Por outro lado, o preço dos ovos (-1,12%) apresentou queda pois continua pressionado pelo excesso de produção aliado à sazonalidade negativa de consumo, comum a essa época do ano. Os produtores de ovos estão acelerando o descarte de matrizes velhas, mas como há uma entrada de matrizes jovens (maior produtividade), o efeito do descarte acaba sendo anulado, mantendo o preço nos patamares mais baixos do ano.

O leite longa vida também apresentou retração nos preços (-2,60%). Normalmente, o segundo semestre é caracterizado por queda nos preços do leite longa vida em comparação ao primeiro semestre devido ao aumento de oferta de leite no campo. No caso do preço do leite pago ao produtor, esse acumula queda nos últimos dois meses, o que sinaliza que o mercado está estocado, pois o cenário é de pouca demanda de leite pelo mercado.

Por fim, o café moído também apresentou queda nos preços (-0,94%) em outubro. Essa retração ainda é reflexo do efeito sazonal da alta safra desse ano e também foi impulsionado pela queda dos preços no mercado internacional. Esses fatores corroboram a queda de preço do café ao consumidor.

Por fim, apesar de estar dentro da meta de inflação para o ano de 2018 que tem como teto 6% a.a., a alta dos preços no mês de outubro mantém um alerta, afinal, o IPCA acumulado 12 meses chegou a 4,56%, que é acima do centro da meta de inflação para o ano (4,5%). O acumulado do ano já registra uma inflação de 3,81%. Na comparação com 2017, a inflação está mais alta, pois naquele ano, em 12 meses, acumulava 2,70%, abaixo do piso da meta que era de 3%. Em outubro do ano passado, o IPCA registrou alta de 0,42% e, no ano, acumulava 2,21%.

Dessa forma, mantem-se a preocupação com a expectativa de aumento de inflação que traria como consequência um aumento da taxa básica de juros (Selic, hoje em 6,5% a.a.), como já divulgado em nota pelo Banco Central, que pretende permanecer a taxa de juros nesse patamar baixo desde que não haja aumento da inflação. O aumento da Selic poderia onerar o produtor rural por encarecer os novos contratos de crédito rural tomado pelo produtor.

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