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4 de março de 2020
Agropecuária cresce mais que a média da economia brasileira em 2019

1. Indicadores do PIB

Divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2019 apontou crescimento de 1,1% no acumulado do ano, um desempenho inferior tanto ao observado nos últimos 2 anos - quando o crescimento foi de 1,3% - como à expectativa inicial de crescimento para o ano que era de 2,5%. A tabela 1 a seguir mostra o desempenho da economia brasileira ao longo de 2019, e o gráfico 1 a comparação de desempenho entre os setores de atividade econômica.

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Além da agropecuária (1,3%), cresceram mais que a média nacional de 1,1% nos últimos 12 meses, os seguintes setor: Informação e Comunicação (4,1%), Atividades Imobiliárias (2,3%), Eletricidade, água e esgoto (1,9%) e Comércio (1,8%). Outras Atividades e Serviços, tiveram crescimento no mesmo ritmo que o agro (1,3%). A indústria extrativa foi a única a encolher (-1,1%).  

Gráfico 1 – PIB e subsetores em 2019 - (Taxa acumulada em quatro trimestres em relação ao mesmo período do ano anterior)

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2. PIB – Agropecuário

O setor agropecuário apresentou crescimento de 1,3% em 2019, ou seja, um ritmo de expansão muito próximo ao do ano anterior (1,4%). Como nos últimos anos, a expansão do setor agropecuário segue, portanto, superior à média da economia brasileira (1,1%), como pode ser visto na tabela 2 abaixo.

Se por um lado, a desaceleração no ritmo de crescimento do consumo das famílias – associada à lenta retomada da atividade econômica no Brasil – ainda é um fator limitante ao melhor desempenho da atividade agropecuária, por outro, a produção agropecuária nacional segue trajetória expansionista.

Os destaques da produção agropecuária brasileira em 2019 foram milho, feijão, algodão, laranja e todo o ramo pecuário com carnes bovina, suína e de aves, além de ovos e leite. A soja, carro-chefe da produção agrícola nacional, apresentou ligeira queda de produtividade e produção, frente ao excepcional desempenho alcançado em 2018. Os preços menores na média do ano, frente a 2018, também impactaram adversamente o resultado do PIB agropecuário em 2019. Ainda assim, a oleaginosa foi um dos grandes destaques do setor ano passado, já que a base de comparação (ou seja, o ano de 2018) foi um ano de excepcional desempenho refletindo a combinação de elevado pacote tecnológico e condições climáticas ímpares. Em termos de preço, a oleaginosa foi marcada por preços em alta no 1º semestre de 2019 – ainda refletindo a Guerra Comercial dos EUA versus China – e por preços em queda no 2º semestre no contexto da gripe suína africana e seus desdobramentos em menor demanda por farelo de soja, por parte da China, diante da forte redução na criação de suínos.

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O algodão apresentou crescimento de 30% na produção pelo segundo ano consecutivo. Em 2019, os preços do produto apresentaram leve declínio, mas ainda refletindo em um ganho de 10% no VBP do produto. Outro destaque foi o milho que retomou o patamar de produção de 100 milhões de toneladas após recuar para 80 milhões de toneladas com a quebra de safra verificada em 2018. Por fim, o grande destaque do PIB agropecuário brasileiro em 2019 foi o ramo pecuário com crescimento de produção e valor bruto da produção de todos as proteínas: carnes bovina e suína (crescimento do VBP de 9% e 29% respectivamente), frango 4,1%, leite 6,6% e ovos 16%.

Para 2020 as expectativas são promissoras. Novos recordes esperados para a produção de grãos, em especial de soja e milho, apontam para um crescimento de 3% a 4% no PIB agropecuário brasileiro em 2020. A incerteza derivada do Coronavírus já reflete no maior preço do dólar e exige ainda mais atenção por parte do produtor rural no gerenciamento de riscos da atividade. O desafio é evitar a compressão de suas margens já que o custeio tende a ocorrer com um patamar de dólar consideravelmente mais caro que o vigente no início de 2020. O não aprofundamento dos impactos econômicos do coronavírus fora da China, permitiriam a retomada dos preços das commodities, inclusive agrícolas, mas a possibilidade de um cenário mais pessimista exige cautela e seus desdobramentos podem ser evitados, por exemplo, por meio dos instrumentos de hedge cambial.

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