Minas Gerais
Turma-piloto do Jornada ATeG empolga futuros profissionais
Por: SENAR MINAS
A primeira turma do Programa Jornada ATeG, inciativa do Sistema Faemg Senar para incentivar a formação de técnicos de assistência técnica e gerencial, acaba de finalizar suas atividades e o saldo não poderia ser melhor: estudantes motivados com o universo da assistência técnica e gerencial; e perspectiva de técnicos ainda mais capacitados para orientar os produtores rurais assistidos pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).
Os universitários passaram por uma capacitação de duas semanas, com aulas teóricas e práticas sobre como levar ao produtor técnicas que elevam uma fazenda à categoria de empresa rural. Os dez estudantes são alunos de cursos de Ciências Agrárias de instituições diversas e ficaram sob a coordenação do professor Matheus Anchieta Ramirez, médico veterinário do departamento de Zootecnia da Escola de Veterinária da UFMG. As aulas foram ministradas na própria universidade e em fazendas da região Central do estado.
Turma de estudantes ficou empolgada em conhecer a metodologia ATeG
Os conteúdos do curso foram organizados pelo consultor do Senar Administração Central Erno Menzel, em conjunto com as universidades participantes do programa, e privilegiaram aspectos ligados à abordagem das propriedades rurais e à construção de indicadores técnicos e econômicos das atividades agropecuárias. O professor Matheus acrescenta que esses temas preenchem uma lacuna que a universidade deixa. “Esta iniciativa pioneira cumpre os papéis fundamentais na formação profissional e na aproximação dos alunos com o mercado de trabalho, disponibilizando pessoal qualificado para o desenvolvimento de atividades ligadas à assistência técnica e gerencial”, avaliou.
Oportunidade
Para Tarcísio Ferreira Silva, aluno do 10º período de Medicina Veterinária na Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas), o Jornada ATeG chamou a atenção pela oportunidade de trabalho e pela metodologia. Ele gostou da experiência e acredita que ela vai agregar à sua vida acadêmica, profissional e até pessoal. “Pude aprender sobre as necessidades de cada pessoa e a enxergar o lado social, humanitário. Hoje tenho ferramentas para possibilitar um trabalho que de fato seja benéfico para os produtores, sejam eles grandes ou agricultores familiares.”
A futura médica veterinária Laura Barreto, aluna do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), se interessou pelo programa justamente pela oportunidade de aprender sobre um mercado em expansão, mas não explorado na universidade. “O curso é muito completo. Foi meu primeiro contato com teoria da gestão e administração das propriedades rurais. Vi que a gestão vai além de tratar o animal ou a lavoura de forma imediata. A gestão está também no planejamento estratégico e financeiro, sem o qual não dá para ter uma boa produção”.
Vivência no campo é pouco abordada em sala de aula, o que animou estudantes
O estudante do último período de Zootecnia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) Philip César Alvarenga Araújo se interessou justamente pela oportunidade de ver como a assistência técnica e gerencial funciona na prática. “Não temos muito desse conhecimento na faculdade e esse curso foi magnífico, muito denso e com aprendizados muito importantes”, elogiou. Philip é apicultor e conta que o curso vai, inclusive, enriquecer sua atuação em projetos para o fortalecimento da cadeia. “Vai realmente mudar minha postura como profissional, já senti um impacto muito positivo em trabalhar com a parte gerencial e indicadores”.
O engajamento dos estudantes nas atividades é a prova do resultado positivo dessa turma-piloto, analisa o gerente Executivo Técnico do Sistema Faemg, Bruno Rocha de Melo. “Formar esses alunos está no cerne do Senar, como gerador de mão de obra para o meio rural, mas é também uma possibilidade de criar bons talentos que possam ser absorvidos pelo Programa ATeG. Cumprimos a missão do Senar e ainda podemos angariar bons técnicos para levar atendimento aos produtores rurais”, comentou.
Futuro
Os estudantes com melhor desempenho no Jornada ATeG podem continuar a se capacitar para atuar com a assistência técnica e gerencial, como explica a coordenadora do programa, a analista Paula Lobato. “O próximo passo é inserir esses alunos no Programa ATeG Universitária, para que eles aprendam na prática a aplicação da metodologia e saiam preparados para ingressar no mercado de trabalho, ou até mesmo como técnicos de campo nossos”.
Conhecimento e empatia com a realidade do produtor são características importantes para quem vai atuar com ATeG
O superintendente do Senar Minas e diretor técnico do Sistema Faemg, Christiano Nascif, destaca o papel do Jornada ATeG para agregar conhecimentos importantes no relacionamento com os produtores rurais que não são vistos nos bancos das faculdades. O gestor orienta que quem pretende atuar como autônomo precisa ultrapassar o conhecimento técnico e gerencial. “É preciso levar em conta também a empatia e buscar entender lado do produtor.”
“Aumentar a produção e a produtividade é relativamente fácil, o desafio do ATeG é fazer o produtor ganhar dinheiro de forma sustentável. Para isso, nossos técnicos recém-saídos da universidade precisam dessa complementação. Esses profissionais que passaram pelo Jornada ATeG estarão mais capacitados e, sem dúvidas, muito mais alinhados com a nossa metodologia de trabalho, podendo prestar um serviço de excelência e manter o protagonismo e a qualidade dos produtos que o Sistema Faemg Senar oferece aos seus produtores”, concluiu Nascif.
Jornada ATeG
O Programa de Incentivo à Formação de Técnicos em Assistência Técnica e Gerencial – Jornada ATeG visa capacitar os estudantes do último período dos cursos de Ciências Agrárias. Em um segundo momento, a proposta é inseri-los no programa de estágio ATeG Universitária, com oferta de carga horária consistente de práticas de campo, de forma a prepará-los para assumir o cargo de técnico de campo do ATeG após a graduação.