Minas Gerais
Sistema Faemg lança ATeG Cacau para atender aumento da cultura
O cacau tem muita importância econômica para o Brasil, que é o 7º maior produtor do mundo e ocupa a 7ª posição entre os maiores exportadores do produto e seus derivados, segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). Com histórico e estatísticas promissoras, somados ao interesse de produtores mineiros pela fruta, a cultura merece ganhar um braço do Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG só para ele.
Por isso mesmo, o Sistema Faemg lançou o piloto do Programa ATeG Cacauicultura, cuja turma piloto está sendo feita em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jordânia. O local, escolhido de forma estratégica, beneficia o cultivo do fruto, que exige algumas particularidades climáticas.
“Boa parte do cacau mineiro é produzido em matas, em um sistema de agrofloresta. Isso traz benefícios como a preservação das nascentes e a farta infiltração de água no solo”, informou o coordenador do Projeto AgroNordeste II, Wender Guedes. “A região tem resquícios de mata atlântica e mata de cipó. Rica em água, é onde também deságua o Rio Jequitinhonha”, completou o técnico de campo, Kaike Lacerda.
Kaike já identificou alguns gargalos que acompanham a turma de 30 produtores. Um dos principais, de acordo com ele, é a comercialização. “A produção acaba chegando aos atravessadores e isso estabelece um preço de venda abaixo do mercado para o produtor rural”, disse. Além disso, “muitos produtores não fazem o beneficiamento, que consiste na colheita, seleção, quebra do cacau, fermentação, secagem e armazenamento. Isso melhora a condição do produto vendido até para fazer um chocolate de melhor qualidade”, garantiu.
Wender Guedes contou que, “além da questão técnica, os produtores deverão trabalhar indicadores gerenciais, objetivando diminuir os custos de produção e, consequentemente, aumentar a lucratividade e a qualidade de vida no campo”.
É o que espera o produtor rural Arthur Nunes, que tem a produção de cacau oriunda da sucessão familiar. Na década de 80, a propriedade já tinha uma produção significativa, mas, com a chegada da “vassoura de bruxa”, a família acabou vendendo a propriedade. Agora, com a oportunidade de atendimento específico, novos investimentos foram feitos. “Comprei mais uma área para dar continuidade. A minha família e a região têm uma quantidade boa de cacau plantado. Com o ATeG analisando tudo conosco, é a chance de produzir ainda mais”.
Expectativa
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jordânia apresentou a demanda para o Sistema Faemg e, assim, o projeto piloto foi estudado e implementado. De acordo com a presidente do sindicato, Tereza Pereira Lima, a expectativa é de que, “por meio do Programa, os produtores do município aumentem a produtividade, tenham mais incentivos e garantam a qualidade do produto. Foi mais um acerto do Sistema Faemg acatar o nosso pedido e só temos a agradecer. Espero que a turma piloto incentive outros produtores na região e no estado a produzirem a fruta”.
“O nosso objetivo é, além de melhorar a técnica, levar mais gerenciamento e lucratividade. Sabemos do potencial da região e estudamos para apresentar diretrizes e tecnologias adequadas para gerar novas oportunidades”, finalizou o gerente regional do Sistema Faemg em Araçuaí, Luiz Rodolfo Antunes Quaresma.
AgroNordeste
O projeto AgroNordeste II é uma parceria entre o Sistema CNA/SENAR e o Sistema Faemg, em parceria com os Sindicatos Rurais.