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Programa ajuda família a tirar projetos do papel
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22 de novembro 2019

Por: Comunicação Social - Sistema FAEP/SENAR-PR

Quem vê os 100 hectares cultivados com diversas espécies frutíferas, de Gilmar Boff, em Arapoti, no Norte Pioneiro, não imagina que a primeira atividade empresarial dele foi o comércio de calçados. Desde 2005, no entanto, além de zelar pelos pés dos clientes, Boff também cuida de outros pés: de ameixa, pêssego, nectarina, caqui, uva, goiaba, atemoia e pitaia.

Essa sinergia entre comércio na cidade e produção agrícola no campo foi possível graças ao Programa Empreendedor Rural (PER), desenvolvido em parceria entre o SENAR-PR, Sebrae-PR e Fetaep. Em 2005, Gilmar estava estabelecido com sua loja na área urbana quando apresentado ao projeto de Evaldo Feldhaus, participante de uma das primeiras turmas do PER, no ano anterior. Na ocasião, Feldhaus desenvolveu, dentro da formação, um projeto voltado à fruticultura.

“Eu vi o projeto e gostei. Acabei fazendo sociedade com ele em 2004 e essa parceria durou até 2017”, relembra Gilmar. “Nas duas chácaras, inicialmente plantamos caqui. Com o passar do tempo houve uma diversificação com outras frutas, porque a ideia é chegar a fazer o ciclo completo do ano, ou seja, quando termina a colheita de uma fruta, começa a de outras”, acrescenta.

Há dois anos, desde que encerraram a sociedade e separaram as propriedades produtoras de frutas, Gilmar passou a trabalhar na reestruturação do negócio. E no médio e longo prazos irá contar, novamente, com a ajuda do PER para tirar do papel os novos planos. “Minhas duas filhas estão fazendo o curso. A ideia é que elas se qualifiquem, se envolvam com os negócios e aprendam para que, aos poucos, eu possa ir passando as coisas”, projeta.

Uma das filhas, Fernanda Boff, programadora de softwares, está fazendo o PER em Arapoti, em uma turma que começou em junho. “Fiquei afastada do agro por um tempo, e vi no PER uma oportunidade de voltar a entrar em contato com essa realidade. Minha expectativa era relembrar a pós- -graduação em gestão no agronegócio, que eu já fiz. Mas foi bem mais prático. No próprio transcorrer do PER, fazendo as atividades, está dando para se integrar melhor no ritmo dos negócios”, comenta.

Para a participante, os debates feitos nas aulas ajudam a criar proximidade com o campo e com a família. “A parte que mais ajuda é a comportamental e de comunicação, principalmente com a família. Nós até tentávamos conversar e nos inteirar sobre os negócios antes do curso, mas a abordagem estava totalmente errada e os resultados eram o oposto do esperado”, revela Fernanda. “Agora, o PER criou uma base de diálogo comum para todos e imparcial, então nos ajuda a tratar dos assuntos de forma mais organizada, objetiva e sem conflitos”, completa.

Das frutas aos fungos

O desenvolvimento da propriedade do pai é o foco de Fernanda dentro do PER. Já a irmã, Caroline Bruna Boff Salomons, que também faz o curso, planeja, além de ajudar na fruticultura, ampliar seu negócio próprio. Ela produz cogumelos do tipo Shimeji, em um sistema que aproveita um barracão, até então, sem uso na propriedade do pai. “Estou há dois anos no negócio. Após pesquisar bastante descobri esse nicho. Fiz algumas adaptações e reformas e consegui viabilizar a produção. Hoje, entregamos 100 bandejas por semana aos mercados Festval, em Curitiba”, revela.

Para Caroline, o PER será útil também para ampliar a produção. “Esse ano que conseguimos acertar a produção, estou segura para crescer. Foram muitos testes, pesquisas de mercado para saber como é a qualidade, de onde vem a maior parte da produção. Eu aposto em qualidade e hoje tenho uma demanda maior do que consigo atender. Com a ajuda do conhecimento que tenho acesso no PER, estou fazendo as projeções para poder investir. Até o fim do ano eu pretendo dobrar a produção”, projeta.

Empreendedorismo na veia

O marido de Fernanda, Hendrikus Franz Salomons Junior, também é produtor rural. A família dele atua há décadas na pecuária, com a produção de leitões, e na agricultura com soja, milho, trigo e outras culturas.

O agropecuarista também tem a missão de ajudar a profissionalizar alguns aspectos do negócio da família. Por isso, apostou em fazer o PER junto com a esposa e a cunhada. Seu foco, no entanto, é mais voltado a desenvolver um projeto para a propriedade dos pais.

Leia a matéria completa no Boletim Informativo do Sistema FAEP/SENAR-PR

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