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Produtora investe no turismo rural após experiência em Encontro de Líderes
Case Turismo Rural

Cintia Gilinski Ikegame, de Nova América da Colina, ficou tocada pelo depoimento de outros produtores e decidiu investir no sítio da família

18 de dezembro 2023

Por: Comunicação Sistema FAEP/SENAR-PR

Fonte: Comunicação Sistema FAEP/SENAR-PR

Há um ano – em dezembro de 2022 –, a produtora Cintia Aparecida Gilinski Ikegame estava entre as mais de 4,2 mil pessoas que participavam do Encontro Estadual de Líderes Rurais, promovido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR. Ela acompanhava atentamente o depoimento de colegas agricultores e pecuaristas, que partilhavam suas experiências no palco do evento. Nos intervalos, Cintia conheceu produtores de outras regiões, que também contaram suas histórias, seus anseios e seus desafios. Essa interação encorajou a produtora a investir em seu sonho de voltar sua pequena propriedade em Nova América da Colina, no Norte Pioneiro, ao turismo rural.

“Aquela troca de experiências foi especial, pois pessoas com pouca infraestrutura puderam fazer muito. Teve uma produtora que começou do zero e fez o negócio dar certo. Aquilo mexeu comigo”, relembra Cintia.

Ao voltar ao Sítio Ikegame, propriedade da família de sete hectares, Cintia decidiu aprofundar as mudanças que vinha planejando. As ideias tinham surgido em 2019, quando ela fez o curso de panificação do SENAR-PR , ofertado na vizinha Cornélio Procópio. Na ocasião, a produtora comentou com a instrutora Devanilde Alves, que costumava, mensalmente, preparar um café para confraternizar com suas colegas. Veio daí o primeiro incentivo.

“Eu e outras amigas gostávamos de flores e cultivávamos orquídeas. Aí, fazíamos esse café todo mês na minha propriedade. Chamávamos de ‘Café das Amigas’”, contou Cintia. “A Devanilde também era instrutora do curso de turismo rural. Ela me falou: ‘Você tem perfil para turismo rural e precisa seguir esse caminho’”, aponta.

“Eu abri as portas da minha casa para o SENAR-PR”, diz Cintia

Entusiasmada, Cintia reuniu um grupo de mulheres e, juntas, fizeram o curso, que apresentou desde conceitos básicos a aspectos legais relacionados ao turismo rural. A produtora, que já fabricava pães e doces em sua propriedade, começou a investir na atividade. Nem a pandemia do novo coronavírus esmoreceu a força de vontade de Cintia. Durante o período de isolamento social, ela passou a cultivar suculentas e criou novos espaços na propriedade para receber visitantes.

Com o retorno das atividades, Cintia passou a receber em sua propriedade turmas do curso de turismo rural promovido pelo SENAR-PR . O caso da produtora se tornou um exemplo. Ela também abriu as portas do sítio a outras capacitações. Os treinamentos de panificação e fabricação de doces passaram a ser realizados na cozinha de Cintia.

"Eu abri as portas da minha casa para o pessoal do SENAR-PR oferecer cursos. Eu acho isso importante para desenvolver outras pessoas e, assim, melhorar as condições da nossa região. Esses cursos transformam a vida da gente."

Cintia Aparecida Gilinski Ikegame, proprietária do Sítio Ikegame

Trajetória

Desde a infância, Cintia tem uma forte ligação com o campo. Ainda aos sete anos, ela ia para a roça, lidar na lavoura de algodão e nas parreiras de uva, acompanhando os pais. Em 2001, aos 19 anos, ela e o marido, Inácio Ikegame, se mudaram para o Japão para trabalhar e juntar dinheiro com o objetivo de comprar uma caminhonete F-4000. Permaneceram no país oriental por um ano.

“Nós trabalhávamos na propriedade do meu sogro. Na maior parte, ele plantava soja. No restante, ele plantava frutas. Quando voltamos do Japão, mudamos de ideia: não compramos a caminhonete e investimos na produção de frutas e fabricação de pães e bolos. Vendia pelo sistema de compra direta da merenda escolar, do Pnae [Programa Nacional de Alimentação Escolar]”, conta Cintia.

Na década seguinte, Cintia descobriu o SENAR-PR e não parou de fazer cursos. Dos títulos voltados à alimentação, fez quase todos – só falta o de pescados. Também passou pelo Programa Mulher Atual , treinamento de gestão e até de motosserra. Ela acumula 27 certificados do SENAR-PR. Para os próximos anos, a meta é consolidar o turismo rural em sua propriedade.

Hoje, a propriedade oferta cafés coloniais a grupos fechados, que passam a tarde desfrutando do espaço. São servidos 27 itens, entre bolos, pães caseiros, sanduíches naturais, geleias e queijos. O espaço também oferece almoço caipira, com opções como frango no tacho, porco caipira, escondidinho de mandioca e polenta. A empreendedora também planeja abrir o sítio para clientes ocasionais – que não estejam em grupos.

Hoje, propriedade oferece cafés coloniais a grupos fechados

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