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Paraná

Brasil concilia agricultura e preservação, garante pesquisador
Evaristo Miranda Encontro Lideres 1

Palestra de Evaristo de Miranda mostra que crescer com sustentabilidade é aliar produção ao respeito pelo meio ambiente

15 de janeiro 2025

Por: Comunicação Sistema FAEP

Fonte: Comunicação Sistema FAEP

A agricultura brasileira enfrenta o desafio de produzir e preservar ao mesmo tempo, ou seja, ser sustentável. Essa é a percepção do pesquisador e escritor Evaristo de Miranda, durante a palestra “Produzir e Preservar” realizada no Encontro Estadual de Líderes Rurais , promovido pelo Sistema FAEP.

“O Brasil e o Paraná são sustentáveis? Existem várias razões para responder que sim. Do ponto de vista econômico, atravessamos uma pandemia que bagunçou o mercado, veio conflito da Ucrânia, sanções contra a Rússia e o Brasil não parou de crescer. Mais do que isso, diversificamos nossa exportação nesse período”, afirmou Miranda.

De acordo com o pesquisador, quem garante o superávit na balança comercial do Brasil é o agronegócio, que pouco importa e muito exporta. Apenas o complexo soja responde por 30% da lista de itens de exportação do país. A esse dado soma-se outra questão importante: 75% dos produtores de soja têm menos de 100 hectares de área de imóvel. Além disso, 90% dos sojicultores brasileiros são pequenos e médios, o que derruba o mito do agronegócio com o modelo dos grandes latifúndios.

Rigor ambiental

Outra questão à qual nenhum país se iguala ao Brasil é a exigente legislação ambiental. O Paraná possui 498 mil imóveis rurais registrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR) que ocupam 16,5 milhões de hectares, dos quais 4,5 milhões são áreas destinadas à preservação.

“Na média, os produtores paranaenses preservam 27% da área dos seus imóveis, percentual maior do que manda a legislação”, apontou o pesquisador.

Segundo Miranda, os produtores rurais brasileiros são responsáveis por preservar 33% da vegetação nativa em todos os diferentes biomas. Dessa forma, o patrimônio imobiliário imobilizado pela classe produtora com a preservação atinge mais de R$ 3 trilhões. “Não tem nenhuma categoria profissional que dedique mais tempo e mais recursos ao meio ambiente do que o produtor rural”, destacou.

Soma-se a esse fato as inovações criadas no campo. “Criamos um modelo competitivo e sem paralelo no mundo de agricultura tropical. Transformamos o solo do cerrado em áreas produtivas, tropicalizamos as variedades, desenvolvemos uma plataforma de equipamentos, verticalizamos a produção. E tudo isso com ganhos de produtividade”, elencou o especialista. “Sustentabilidade é sinônimo de inovação. O produtor não pode pensar no verde quando suas contas estão no vermelho”, analisou.

Essa primazia garante também lugar estratégico na política global. Na visão do pesquisador, o Brasil formou um triângulo geopolítico tendo a Rússia em um vértice, como fornecedora de fertilizantes, e a China, ocupando a posição de consumidora dos alimentos produzidos aqui. “O Brasil só conquistou esse status graças à sua agricultura”, avaliou.

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