Presidente da CNA debate na Expogenética os desafios do agro na pandemia
Feira ocorre de forma virtual até o dia 23 de agosto
Brasília (20/08/2020) – O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, participou na quinta (20) do fórum “Os desafios do setor em tempos de pandemia”, durante a 13ª Expogenética, promovida pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).
A Expogenética é a maior feira de genética da raça zebuína do mundo e, neste ano diante da pandemia do Covid-19, o evento de 13 a 23 de agosto é virtual.
Em seu discurso, o presidente João Martins destacou as estratégias da Confederação para reduzir os impactos no setor agropecuário. Uma delas foi a garantia de que a atividade agropecuária fosse estabelecida como serviço essencial no período de calamidade pública (Decreto nº 10.282).
“A nossa preocupação era de que houvesse desabastecimento de alimentos, já que muitas pessoas estavam indo aos supermercados para estocar comida. O trabalho da CNA era mostrar para a população brasileira que os produtores rurais não iam parar de produzir, teriam competência de honrar os compromissos para garantir o abastecimento interno, mesmo diante dessa situação de pandemia”.
Martins disse que no início do isolamento social alguns setores foram afetados diretamente, como leite e derivados, frutas, flores e hortaliças, pois vendiam os produtos para feiras e restaurantes, que estavam fechados em vários estados. Entretanto, algumas medidas foram tomadas para amenizar os prejuízos, como o auxílio emergencial para agricultores familiares.
Desde o início da pandemia, o Sistema CNA/Senar realizou uma série de ações para minimizar os efeitos no meio rural, como a plataforma nacional de comércio eletrônico, a Assistência Técnica e Gerencial virtual, criou um whatsapp para os produtores rurais tirarem dúvidas sobre produção e comercialização e o projeto Feira Segura, que viabilizou a continuidade das feiras livres adaptadas para o atual momento.
Ao ser questionado sobre o protagonismo do Brasil no fornecimento de alimentos para o mundo, o presidente da CNA afirmou que é preciso cada vez mais incluir novos produtos nas exportações, como os lácteos. “Os próximos anos serão de consolidação do Brasil como grande exportador mundial de produtos agropecuários”.
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, participou do debate e também falou sobre os números e a realidade atual das exportações. "Nós temos trabalhado dia e noite para continuar exportando e os números mostram isso. Nesse período de pandemia exportamos 20% a mais do que no ano passado”.
Durante o Fórum, o presidente da ABCZ, Rivaldo Machado, falou como os pecuaristas enfrentaram os desafios da “porteira pra dentro” e das condições econômicas que permitiram a “abertura de portas para o mercado externo”.
Segundo o presidente do Instituto Pensar Agro (IPA), Alexandre Schenkel, que também foi convidado para a discussão, desde o início da pandemia, o objetivo o IPA era amenizar os impactos no setor. “A nossa maior preocupação era com a logística. Nós tínhamos de abastecer o país e atender os mercados já conquistados lá fora. A união entre governo e entidades foi decisiva nesse processo”.
Já o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira, destacou o trabalho dos pecuaristas brasileiros na genética zebuína. “A genética tem papel fundamental na produção de carne com maior qualidade, em maior volume e menor tempo. Esse trabalho de trazer o gado zebuíno para o Brasil e adaptá-lo ao nosso clima e solo é impressionante”.
O secretário-executivo do Mapa, Marcos Montes, também participou do debate e falou sobre o programa Integra Zebu, que vai trabalhar a importância das pastagens no processo de melhoramento genético da pecuária brasileira. “É um projeto que vai alcançar grandes, médio e pequenos produtores”.
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