Mato Grosso
Nascem primeiras bezerras do programa ATeG + Genética
Nascimentos começaram neste mês de junho com fêmeas de Comodoro e Rio Branco
Por: Comunicação/Senar-MT
Fonte: Comunicação/Senar-MT
São 300 km de distância que separam o Sítio Nossa Senhora Aparecida em Rio Branco (MT) do Sítio Nossa Senhora Aparecida em Comodoro. Além do nome, as propriedades compartilham da mesma experiência há uma semana. Nelas nasceram as primeiras bezerras do programa ATeG + Genética desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT). A Crioula, nasceu no dia 12 junho, e a Modelo, dois dias depois. Elas abriram a temporada de nascimentos da primeira rodada de inseminações do projeto na cadeia de pecuária de leite.
O ATeG + Genética surgiu no intuito de melhorar os indicadores das propriedades, aumentar a produção e consequentemente a renda dos produtores rurais. Foram realizadas inseminações artificiais em propriedades de bovinocultura de leite e de corte, atendidas pela Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar-MT, e sem qualquer custo aos produtores.
Em Comodoro, o bovinocultor de leite Ronaldo Mendes ficou encantado quando viu que o animal era fêmea. “A gente pensou que ia nascer um machinho, mas quando vimos que era fêmea ficamos apaixonados, porque a cria fêmea facilita muita coisa. Sem falar que a Crioula é uma bezerra muito bonita”.
A bezerra Modelo com o filho do produtor Adauto, em Rio Branco.
O produtor afirma que o projeto veio em boa hora, já que o sêmen de um touro de qualidade não é acessível aos pequenos produtores rurais. “Há alguns anos já cheguei de pagar R$ 200 em um sêmen de touro Nelore, mas a gente tem um plantel pequeno e não consegue manter. Por isso, a gente acabava comprando de touros mais baratos e de qualidade menor. Com o programa trazendo sêmens de touros de qualidade foi um presente muito grande. Foi bom demais”, destaca.
Em Rio Branco, Adauto de Oliveira, ficou surpreso com o nascimento da bezerra que estava previsto apenas para o dia 16. “Ficamos muito felizes em termos um dos primeiros nascimentos pelo projeto e ainda mais sendo fêmea, de mãe 5/8 de GIR e Touro Holandês Black Jack”, destacou o produtor que ainda aguarda o nascimento de mais dois animais da primeira rodada de inseminações.
A inseminação artificial é realizada na propriedade há 12 anos, mas sempre via contratação particular. A oportunidade do projeto, segundo Adauto, viabilizou mais a atividade. “Com essa iniciativa, diminuímos custos e mantivemos a qualidade dos animais, o que viabilizou ainda mais a nossa produção”, afirmou.
Já tem nascido mais animais nas propriedades que receberam o programa
ATeG – Na propriedade de Adauto, o atendimento da ATeG ocorre com a parceria do Sindicato Rural de São José dos Quatro Marcos. Segundo o técnico de campo credenciado ao Senar-MT, Alessandro Nogueira, já estão começando a nascer os animais nas outras 21 propriedades rurais que também participam do programa na região e os resultados têm sido positivos. “O projeto trouxe vários benefícios ao produtor como o diagnóstico gestacional, a diminuição do intervalo entre partos e o melhoramento genético do rebanho”.
Segundo o profissional, a ATeG está dando suporte para que os animais cresçam saudáveis. “Através das orientações, os produtores estão fazendo protocolos nutricionais e sanitários para que tenhamos uma futura matriz saudável e reprodutiva”.
Em Comodoro, Ronaldo Mendes é atendido pelo técnico de campo credenciado ao Senar-MT, Ransvagner Garcia. Segundo o produtor rural, além do programa de genética, a ATeG do Senar-MT tem auxiliado no manejo da propriedade. “Antes a gente não fazia muita gestão das coisas. Depois que o nosso técnico nos ensinou, compramos até sal direto da fábrica e por um preço melhor”.
Metodologia – O ATeG + Genética teve início em setembro de 2022 e contou com uma consultoria contratada para realizar as inseminações. Nestes nove meses de projeto, foram beneficiados mais de mil bovinocultores de leite e de corte em Mato Grosso. Dados levantados pelo analista Andrei Zeni indicam que, ao todo, foram inseminados 9.830 animais na pecuária de leite e 6.840 animais na pecuária de corte. Tudo realizado sem qualquer custo aos produtores rurais.
Segundo a médica veterinária e supervisora da ATeG, Jéssica Gonçalves, esse foi um projeto piloto e agora passará por reestruturação para que seja ainda mais eficaz. “Sabemos que muitas variáveis interferem na reprodução dos animais e precisamos analisar e melhorar essa metodologia. O intuito vai além de levar tecnologia, mas também estimular os produtores a medirem dados dentro da propriedade para que consigam entender o processo e caminhar sozinhos”, destaca.