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Minas Gerais

Inclusão alimentar é proposta do Curso Produção Artesanal de Alimentos sem glúten, lactose e açúcares

14 de outubro 2019

Por: SENAR MINAS

Há dois anos, Claita dos Reis Cipriano, de Nova Ponte, não imaginava que teria que reorganizar sua alimentação. Diagnosticada com Diabetes Tipo II (pacientes que não precisam de controle com insulina, apenas medicação), o açúcar foi banido da rotina alimentar e a restrição foi incluída no cardápio.

Foi uma dificuldade trocar o café tradicional pelo adoçado artificialmente. Além dela, na família existe uma criança com restrições alimentares (a glúten e lactose). Para ter novas perspectivas para uma alimentação mais inclusiva, ela se inscreveu no curso de Produção Artesanal de Alimentos sem Glúten, Lactose e Açúcares oferecido pelo Sistema Faemg/Senar Minas .

“A gente não vê muito esses tipos de alimentos diferenciados para comprar e pessoas ensinando a fazer alimentos sem glúten e lactose. Sem açúcar já é mais comum encontrar. Este curso tem sido fundamental para ampliar meus conhecimentos e ainda posso fabricar alimentos saborosos, diminuindo nossas limitações. Com tudo que aprendi, descobri que consigo me adequar e a voltar a ter prazer em comer. Estou saindo daqui muito realizada e agradecida por esta oportunidade”, disse Claita.

A restrição alimentar é um problema que tem acometido a cada dia mais pessoas. Antigamente era mais comum encontrar a restrição ao açúcar devido ao diabetes. Hoje, já são mais de 170 alimentos considerados potencialmente alergênicos, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), sendo leite, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar os responsáveis por um maior número de reações.

Para atender uma parcela deste público cada vez mais crescente foi que a Coordenadoria de Promoção Social do Sistema Faemg/Senar Minas criou o curso.

Inclusão

Em Nova Ponte, duas turmas foram mobilizadas pelo Sindicato Rural. Os 21 participantes aprenderam detalhes desde a substituição dos alimentos, até a fabricação de produtos sem glúten, sem lactose e sem açúcares.

“A demanda veio através da parceria que temos com a Casa da Cultura. As mulheres da comunidade e também do meio rural, muitas desempregadas, nos procuram para trazer esses cursos de alimentação e conseguimos duas turmas. Com os ensinamentos elas poderão ter uma nova renda familiar, o que foi muito positivo”, disse Luma Ribeiro, mobilizadora do sindicato de Nova Ponte.

O ‘pão de quê’ faz sucesso, enquanto o bolo e o pudim sem açúcar impressionam pelo sabor. O curso mostra que existem ótimas opções de alimentos sem alergênicos para quem não pode comer tudo que é oferecido no mercado.

“Este curso traz conhecimento para diversas pessoas que não tem noção das alergias alimentares e que precisam de alimentação inclusiva. Muitas vezes, os produtos que são produzidos durante as aulas práticas não têm o mesmo sabor, mas surpreendem e agradam ao paladar das pessoas que tem restrição e sofrem por ter que excluir diversos alimentos”, explica a instrutora Mara Juscilene Rocha Santos.

Ainda de acordo com a engenheira de alimentos, “o Sistema Faemg/Senar Minas consegue, neste curso, fazer um trabalho excepcional de inclusão social e alimentar, além de mostrar preocupação com melhoria da qualidade de vida do nosso público, as famílias rurais”, ressalta Mara.

Empreendedorismo

Além de dar opções para pessoas com restrição alimentar, o curso traz novas perspectivas para quem pensa em empreender. Este é o caso de Iasmin Naves, de 22 anos. Com a ajuda e parceria da mãe, que também fez o curso, e o apoio do pai, a ideia é abrir um negócio com espaço diferenciado para quem sofre com restrições alimentares.

“Meu intuito com o curso é aprender para produzir alimentos inclusivos. Além disso, as pessoas estão buscando uma alimentação mais saudável e aqui em Nova Ponte não existe um empreendimento com este foco. Com o curso descobri que é possível comer comidas gostosas e saudáveis ao mesmo tempo e está sendo um pontapé para que eu coloque em funcionamento meu projeto. Estou super empolgada e animada para começar”, comentou.