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Grupo de Trabalho da CNA debate mercado futuro do leite
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GT se reuniu pela primeira vez na sexta (23)

23 de agosto 2024
Por CNA

Brasília (23/08/2024) – Criado para discutir ferramentas que construam um mercado futuro para o leite, o Grupo de Trabalho da CNA realizou, na sexta (23), a primeira reunião com produtores, consultores, setor cooperativista e representantes das maiores indústrias de laticínio em operação no Brasil.

A proposta é delinear indicadores para construir uma ferramenta de comercialização futura do leite, definindo os produtos a serem comercializados, indexadores que irão nortear a sua variação, metodologia de cálculo e possíveis instituições responsáveis pelo levantamento.

A falta de previsibilidade de preços pagos ao produtor rural é uma pauta antiga do setor, uma vez que o produtor comercializa a sua produção sem saber o quanto vai receber por ela. E na atividade leiteira, a comercialização é realizada diariamente, o que gera certa insegurança de mercado, dificulta o planejamento e limita os investimentos na atividade.

Nesse contexto, a CNA tem atuado na mobilização dos setores produtivo e industrial na busca por soluções para reduzir as inseguranças e trazer mais previsibilidade para a receita das propriedades.

O mercado futuro é uma forma de o produtor vender o seu produto por um preço já conhecido. Conhecer os custos de produção é fundamental para garantir as margens na operação, favorecendo o desempenho econômico da atividade.

Com isso, ambos os setores são favorecidos, pois essa ferramenta de gestão de risco trará previsibilidade tanto para a venda quanto para a compra de leite, favorecendo o desenvolvimento do setor como um todo.

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O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi, afirmou que a entidade trabalha em diversas demandas da cadeia produtiva. Dentro e fora da porteira, o mercado futuro representa a mais desafiadora delas, dado o impacto direto na competitividade do leite brasileiro.

“Precisamos ter foco para conseguir avançar nesse tema e criar um indicador de preços que atenda todas as regiões e sistemas de produção, e que seja benéfico tanto para produtor quanto para a indústria”, disse.

O assessor técnico da CNA Guilherme Dias explicou que o objetivo do GT é delinear requisitos mínimos para nortear essa construção e apresentar uma proposta à B3 (Bolsa de Valores), que será a grande responsável por sua operacionalização.

“O setor tem construído consenso quanto à necessidade de reduzir os riscos da atividade. A concentração da produção em propriedades de maior aporte tecnológico expõe o produtor às flutuações de mercado. Da mesma forma, a volatilidade dificulta o planejamento da captação industrial, então, temos que unir esforços para desenvolver uma ferramenta de gestão de riscos consistente, como ocorre para a produção de grãos”, destacou Dias.

O gerente de compras de Leite e Logística da Nestlé, Carlos Soares, avaliou a inciativa como positiva. “O mercado hoje flutua demais, ninguém sabe o real preço ou custo do leite em determinado momento, então é preciso avançar no tema para trazer mais segurança para a cadeia produtiva”.

Para o coordenador de Produção Animal da CNA, João Paulo Franco, a função do Grupo de Trabalho é chegar a um consenso sobre o indicador mais adequado para a cadeia, de forma representativa e que permita o desenvolvimento pleno da atividade.

Estiveram presentes na reunião representantes dos produtores e das principais industrias de leite no Brasil, além de consultores estrategicamente convidados pela CNA.

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