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Especialistas debatem perspectivas para comercialização de frutas na safra 2020/2021
CNA e Abrafrutas participaram de videoconferência na noite de terça (19)
Brasília (20/05/2020) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou de uma videoconferência na terça (19) para debater as perspectivas para a comercialização de frutas na safra 2020/2021.
O evento online foi realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-Bahia) e pelo Centro de Excelência em Fruticultura do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Na abertura do encontro, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, fez um breve relato sobre o cenário de exportação nos primeiros meses do ano e destacou as expectativas da Associação.
“O segundo semestre é mais expressivo para o setor. Acreditamos que será um bom período para a fruticultura, principalmente no Vale do Rio São Francisco”, disse.
O coordenador de Produção Agrícola da CNA, Maciel Silva, foi um dos palestrantes e falou sobre o consumo de frutas no mercado interno, a variação de preços nos últimos meses, além das ações da entidade para minimizar os impactos da pandemia do coronavírus (Covid-19) no agro.
“A CNA faz uma análise semanal do comportamento dos alimentos desde a primeira semana do isolamento social. Apesar de a demanda ter esfriado, em razão do fechamento do comércio, os produtores continuaram trabalhando para não faltar alimento na mesa do brasileiro”.
Segundo Silva, o volume ofertado de banana pelas 20 principais regiões produtoras nas Centrais de Abastecimento (Ceasas), no primeiro quadrimestre de 2020, teve queda de 15% se comparado a igual período do ano passado. A laranja sofreu redução de 9% e, a maçã, 13%. Já o mamão registrou aumento de 12,7% nos três primeiros meses do ano.
O representante da CNA reforçou que o momento de crise exige cautela e cuidado do produtor com as questões gerenciais do negócio. “É importar observar os custos de produção, em especial os preços dos fertilizantes que são fortemente impactados pela variação cambial”.
Ao falar das ações da Confederação, Maciel destacou o Mercado CNA, uma plataforma de comércio eletrônico criada para aproximar produtores rurais e consumidores. “A crise é uma oportunidade de nos reinventar, buscar outros canais de comercialização, diversificar mercados e até aumentar a conectividade no campo”.
O gerente de Projetos da Abrafrutas, Jorge Souza, também participou do debate e disse que o Brasil é o terceiro produtor mundial de frutas, atrás apenas da China e da Índia. “Com relação à exportação, a participação no mercado internacional é mais discreta. Mais de 67% do que exportamos vai para a União Europeia e 15,7% para os Estado Unidos”.
De acordo com Souza, mesmo com a pandemia, a demanda internacional por frutas se mantém estável. “Não estamos com problema nos pedidos e o transporte de frutas por modal marítimo continua funcionando normalmente”.
Sobre as perspectivas do mercado internacional em 2020/2021, o gerente de Projetos acredita que novos hábitos alimentares, venda direta, volume disponível, segurança alimentar, flexibilidade na adaptação a novos modelos de negócio e câmbio são considerados pontos fortes e oportunidades.
“Já o incentivo a compras locais, a queda do poder aquisitivo, o aumento das barreiras, a imagem do Brasil e a alta dependência da União Europeia são classificados como pontos fracos e ameaças para a exportação e precisam ser minimizados”, explicou Jorge.
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