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Minas Gerais

Dia de Campo apresenta resultados do Forrageiras para o Semiárido
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Produtores rurais, técnicos de campo, estudantes e pesquisadores conheceram os resultados de mais uma fase do projeto

5 de março 2024

Por: Ricardo Guimarães, de Montes Claros

Fonte: Sistema Faemg Senar

Os participantes foram divididos em três estações, onde os pesquisadores do Instituto CNA e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), responsáveis pelo estudo, repassaram cada fase do projeto, explicaram sobre o plantio e cuidados de manejo com as espécies que, até essa fase da pesquisa, apresentaram melhores resultados. Estão sendo testadas duas braquiárias para o período chuvoso, BRS Piatã e Paiaguás, e ainda Massai e Buffel áridus para o período seco.

“Esse evento é extremamente importante, porque em um único espaço a gente consegue reunir produtores de várias cadeias, de várias atividades produtivas para apresentar os resultados das nossas pesquisas, realizadas nesse ambiente real. Foi possível a gente entregar para o produtor uma tecnologia que ele pode replicar na sua propriedade. Aqui no dia de campo o participante faz a leitura visual do que foi apresentado numericamente como resultados”, explicou a consultora de campo do Instituto CNA, Alenilda Carvalho de Novais.

Dia de campo foi realizado na Unidade de Referência Tecnológica de Montes Claros Dia de campo foi realizado na Unidade de Referência Tecnológica de Montes Claros
Novos conhecimentos

O primeiro vice-presidente secretário do Sistema Faemg Senar, Ebinho Bernardes, acompanhou a programação. Percorrendo as estações e conversando com os produtores, Ebinho foi enfático em destacar a importância de o conhecimento científico chegar para dentro da porteira das fazendas.

“Juntamente com nossos parceiros e toda a equipe técnica do Sistema Faemg, viemos a Montes Claros neste importante dia de campo que apresentou culturas forrageiras para a região do Norte de Minas. São soluções importantes para o dia a dia dos produtores, que vão trazer aumento da produção e, se aumenta a produção, tem mais renda. É isso que o Sistema Faemg Senar, junto aos sindicatos de produtores rurais, tem feito para atender o produtor, para que juntos possamos ajudar essa região a crescer”, afirmou.

Produtor rural na região de Icaraí de Minas, Joelson Almeida voltou para casa com a bagagem cheia de novos conhecimentos. O objetivo dele é já aplicar mudanças na rotina de trabalho. “A gente, como produtor rural, precisa muito desse conhecimento acadêmico lá na linha de frente. Aqui tudo foi passado numa linguagem que a gente entende, então foi possível conhecer como produzir mais e melhor. Na minha propriedade já tenho buscado plantar espécies resistentes ao período de estiagem e vir aqui, sanar dúvidas e ouvir a pesquisa vem a calhar com a nossa necessidade”, pontua o produtor, que atua na bovinocultura de leite e venda de silagem.

Participantes conheceram resultados das fases do Projeto Forrageiras para o Semiárido Participantes conheceram resultados das fases do Projeto Forrageiras para o Semiárido

O dia de campo contou com a presença do vice-prefeito de Montes Claros, Guilherme Guimarães; o secretário municipal de agricultura, Osmani Barbosa Neto; e o presidente da Sociedade Rural de Montes Claros, José Moacyr Guimarães Basso.

Pesquisa

Iniciado em 2017, o Projeto Forrageiras para o Semiárido é realizado pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por meio do Instituto CNA e Embrapa, com o apoio do Sistema Faemg Senar; Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros e Epamig. A região do Norte de Minas é a única do estado de Minas Gerais a receber a pesquisa e contar com as unidades de referência tecnológica para testes e análises de resultados, com foco na bovinocultura.

O projeto pesquisa espécies de alimentação animal que melhor se adaptam às condições climáticas da região, que convive com intensos períodos de escassez hídrica. A programação, que contou com cerca de 170 participantes, foi desenvolvida dentro da Unidade de Referência Tecnológica de Montes Claros, onde é realizada a fase atual da pesquisa, com análises do plantio das forrageiras sob pastejo e pisoteio animal.

Para o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros, Alexandre Aguiar Rocha, a expectativa é que a região evolua ainda mais a partir de cada nova etapa da pesquisa. “Fizemos de tudo, a partir de 2017, para trazer uma unidade de teste da tecnologia para o Norte de Minas, que realmente necessita, porque nossas condições climáticas são de semiárido. Só para exemplificar, ano passado as chuvas se encerraram no final de janeiro e só voltaram no final de dezembro; foram quase 11 meses e meio de seca. Então, é muito importante essa tecnologia de forrageiras resistentes ao semiárido, que vem acrescentar conhecimento e tornar a produção rural mais viável na nossa região”, detalhou Alexandre Rocha.

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Caminhando para a quarta geração que assume a propriedade da família, o produtor rural Matheus Sá, que atua com bovinocultura de corte na cidade de São Francisco, espera que cada vez mais os impactos da seca possam ser mitigados com ações técnicas no campo. “A única certeza que a gente tem aqui no Norte de Minas é a seca e é importante ter ferramentas para poder vencer esse desafio. A tecnologia está aí, a gente tem que usar. As análises da pesquisa feita aqui vão ajudar no dia a dia. Foi bacana já ver o resultado, isso vai nos dar um norte e mais tranquilidade para o que estamos aplicando na nossa propriedade”, comenta Matheus Sá.

Próximos passos

A partir de agora, com resultados das fases iniciais em mãos, a pesquisa vai confrontar análises em anos atípicos para a região, ou seja, anos que choveram mais, com os anos que choveram menos, traçando um cardápio forrageiro que vai atender situações limitantes e condições naturais da região.

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