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Cursos de panificação rural, produção artesanal de doces e processamento de mandioca estimulam o empreendedorismo e melhoram renda em Britânia
Treinamentos são promovidos pelo sindicato rural
Os bolos da fazenda, o tradicional quebrador, são sabores que marcaram a infância de Iara Martins Maracaípe, do município de Britânia (GO). Com a mãe, uma quitandeira de mão cheia, a menina aprendeu o básico das receitas. Quando adulta, diante das dificuldades de fazer uma faculdade, decidiu que iria trabalhar levando felicidade para as pessoas em forma de comidas deliciosas. Mas era preciso se especializar. “Eu sempre tive muita vontade de aprender. Mas eu não tinha condições de fazer cursos de culinária em outras cidades. Foi quando conheci, por meio do Sindicato Rural da Britânia, os treinamentos nessa área. O primeiro que fiz foi o de Panificação Rural. A partir dele, comecei a fazer pães caseiros, roscas e colomba pascal. Vendia de porta em porta. E as vendas iam aumentando graças à propaganda boca a boca", conta.
Depois, Iara fez o curso de Produção Artesanal de Doces. Com o de abóbora cristalizada, conseguiu novos clientes. Mas a grande virada veio com o treinamento de Processamento de Mandioca. Entre as receitas típicas da culinária rural, com a raiz, foi ensinada a de mané pelado gourmet. “A instrutora Evelin nos ensinou a fazer o mané pelado colocando abacaxi. A técnica permite que ele fique ainda mais gostoso no dia seguinte. O sabor da fruta se funde com o da mandioca e ele fica ainda mais molhadinho. Eu faço o mané pelado tradicional, mas sem dúvida o gourmet é o mais pedido. Realmente acertei a mão com a receita”, reforça.
Antes dos cursos Iara trabalhava como diarista. Ela tem três filhos e dois netos. Hoje, com o novo trabalho, Mariana, a mais nova, ajuda com as comidas e entregas, além dos pedidos através das redes sociais @iara_lanchess. Elas ainda participam da Feira das Artes que acontece no primeiro e penúltimo domingo de cada mês, na praça da Igreja matriz da cidade. Agora, quase toda a renda da família vem dos salgados, quitandas e principalmente do mané gourmet. A empreendedora investiu em maquinários novos e atende encomenda para festas e eventos. O grande sonho é equipar uma cozinha especialmente para ampliar a produção, contratando três ajudantes.
“Faço tudo com muito amor, determinação e atenção com meus clientes. Espero que eles sintam esses três ingredientes também em cada salgado, bolo que eles comem. Trabalho para prosperar muito com esse negócio. Se a pessoa realmente tiver interesse em aprender com os treinamentos do Senar, vai se aprimorar muito. Vai encontrar algo que gosta de produzir. Tendo força de vontade e conhecimento, só não vai para frente quem não quer”, aconselha.
Empreendedorismo
Também moradora de Britânia, Fátima Maria de Oliveira já foi cozinheira em fazendas, vendedora de cosméticos de porta em porta e de roupas íntimas. Sempre se esforçava para melhorar a renda. Teve época que acordava antes das 4 horas da manhã para preparar quitandas e salgados para vender. Apesar do tempo corrido, sempre que tinha uma qualificação do Senar Goiás, lá no município, ela fazia. No curso de Panificação Rural do Senar Goiás, recebeu inspiração para empreender. “Faz oito anos que comecei em casa e foi tomando forma. Com muita persistência, consegui comprar uma máquina de fazer salgados e uma masseira. Hoje, graças a Deus, tenho uma microempresa, chamada Delícias da Fatinha”, comemora.
Além da dedicação, dois fatos contribuíram para que Fátima prosperasse. Em 2017, na posse do presidente da Câmara Municipal, por intermédio da secretária executiva do Sindicato Rural de Britânia, Milena Roberta, ela fez o primeiro buffet para evento aberto ao público. Foram dois mil salgados. De lá saíram outras encomendas, principalmente para almoços e lanches.
A torta cremosa de frango que ela faz virou um sucesso. Além de manter as vendas avulsas, hoje atende casamentos, festas de aniversários e passou a participar de licitações. “Já fiz três mil bolos no pote e três mil ovos de páscoa para a comemoração na cidade. Graças a Deus e ao Senar Goiás, o sucesso continua. Aqui em Britânia as maiores empresas e a prefeitura compram meus salgados”, informa.
Fátima também já participou do Festival de Receitas de Campo. Em 2017, venceu na categoria Almoço e Jantar com o prato Abóbora Recheada. O prêmio foi um fogão semi-industrial, que na época, ajudou a equipar a cozinha dela e facilitar o trabalho. Agora, em 2023, ela novamente foi primeiro lugar, preparando um peixe na telha. “Eu gosto muito de participar das iniciativas do Senar Goiás. Aproveito para pedir que tenham treinamentos no período noturno, para que eu e mais pessoas que trabalham o dia todo possamos participar. Seria maravilhoso também um treinamento de culinária saudável. É uma área que eu quero me especializar e se o Senar Goiás oferecesse isso para gente seria ótimo e mais uma oportunidade de ampliar nossa área de trabalho”, sugere.
A Delícias da Fatinha tem sido sinônimo de prosperidade. “Nesses anos todos, graças a Deus nunca tive falta de nada. Eu tenho até para ajudar outras pessoas. É muito gratificante para mim fazer o que eu gosto, e ainda ver que tenho retorno com o que faço. Vejo que muitos alunos do Senar Goiás conseguem empreender. Os cursos não focam só em nos ensinar a fazer algo, mas o que fazer para aumentar a renda ou começar um negócio com o que aprendemos”, reforça.
O Senar Goiás sempre está atento às demandas por qualificação baseadas nas tendências de mercado e solicitações feitas através dos Sindicatos Rurais, local onde os interessados também podem conferir a agenda dos próximos cursos. Todos os anos são lançados novos treinamentos, adequados à realidade da maioria dos municípios goianos. Nos sites: https://sistemafaeg.com.br e https://ead.senargo.org.br, é possível acessar o cronograma.
Comunicação Sistema Faeg/Senar/Ifag