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Conheça os finalistas do prêmio CNA Brasil de cerveja
Cerimônia de premiação será realizada na próxima terça (12)
Brasília (08/11/2024) – Os vencedores do Prêmio CNA Brasil Artesanal de cerveja 2024 serão conhecidos em uma cerimônia na terça (12), na sede da entidade.
Os dez finalistas foram escolhidos após a etapa de júri técnico, que avaliou mais de 150 amostras. Eles também passaram por uma classificação no júri popular e na análise da história dos seus produtos.
O concurso vai premiar cinco cervejas nas categorias Ale (alta fermentação) e outras cinco na Lager (baixa fermentação).
Os dez classificados são do Distrito Federal, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Os vencedores receberão prêmios em dinheiro, certificados e selos.
O prêmio é realizado pela CNA em parceria com o Sebrae, Associação Brasileira da Cerveja Artesanal (Abracerva), Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv) e Papo de Sommeliere.
Conheça um pouco das histórias dos dez finalistas apresentadas abaixo pela ordem alfabética dos nomes dos participantes.
Categoria Lager
1 - Alexandre Lewis Xerxenevsky (SP) - Cerveja Galo Velho Cold IPA
Alexandre Xerxenevsky iniciou sua jornada “no mundo” da cerveja artesanal há mais de 15 anos, em Brasília (DF).
Formado em Tecnologia da Informação (TI), sua paixão pela cerveja o levou a estudar microbiologia cervejeira no Canadá, em 2012, e a se aprofundar no processo de produção de maneira cada vez mais técnica e profissional.
Em 2014, juntamente com sua esposa Rogéria, Alexandre decidiu transformar sua paixão em um negócio, introduzindo o conceito de "cervejaria cigana" em Brasília.
Em 2016, a família se mudou para São Paulo e continuou produzindo cerveja com uma produção voltada para bares e restaurantes.
Com a pandemia, o casal decidiu abrir a própria fábrica na Zona Sul de São Paulo. A nova estrutura permitiu que a cervejaria tivesse um controle do ciclo produtivo e comercial e eles, então, mudaram o foco de vendas diretamente para o consumidor final.
Alexandre conta que esse movimento foi essencial para manter o negócio em funcionamento e fortaleceu a relação da cervejaria com o público local.
Produzida em São Paulo, a cerveja finalista do Prêmio CNA Brasil leva 45% de milho em sua composição, mas mantém a marca do lúpulo presente, segundo Alexandre.
“A cervejaria explora a identidade local de São Paulo, utilizando frutos nativos e colaborando com produtores da região, conhecida por seu ecoturismo e biodiversidade”, destaca.
2 - José Marcos da Silva (SP) - Cerveja Vemaguet 67
A Cervejaria Vemaguet, fundada em 2019, é um projeto desenvolvido por três sócios e que surge a partir da necessidade de fornecer cervejas artesanais para os restaurantes do grupo Cantinho da Serra, localizado em Campos do Jordão (SP).
O nome "Vemaguet" é inspirado no carro da década de 1960, a perua brasileira produzida pela Vemag, sob licença da fábrica alemã DKW, que simboliza diversão e o espírito de confraternização, valores que também norteiam a produção de suas cervejas.
Produzida em Campos do Jordão (SP), a cerveja finalista do Prêmio CNA Brasil é encorpada no estilo “Bock”, especialmente desenvolvida para o clima frio da região, sendo uma cerveja para aquecer.
Com um processo artesanal, a produção da Cervejaria Vemaguet é feita em pequena escala, sendo utilizada na rede de restaurantes de Campos do Jordão e também disponibilizada no mercado. Todo o processo é feito manualmente por colaboradores.
Silvestre Pereira Filho, mestre cervejeiro da Vemaguet, explica que para consolidar sua presença com os consumidores finais, a cervejaria também participa de feiras e eventos cervejeiros.
“Também trocamos muitas experiências com outros produtores e investimos no treinamento contínuo dos colaboradores”, destaca o mestre cervejeiro.
3 – Mark Neumann (GO) - Cerveja Colombina Cold Brew Lager
A Cervejaria Colombina é um empreendimento familiar no município de Aparecida de Goiás (GO). Inicialmente, em 2001, a produção de cerveja estava restrita ao bar da família, onde seus pais começaram a fabricar a bebida artesanalmente.
Em 2013 a cervejaria deu um grande passo com a entrada da filha Patrícia Mercês, formada em Engenharia de Alimentos. Com sua visão estratégica, ela ajudou a transformar o negócio, ampliando a produção e lançando a marca Colombina de forma mais profissional.
O negócio passou a ter um foco mais comercial, voltando-se também para a venda para supermercados e restaurantes. “Mas mantivemos sempre o foco da empresa que é o de mostrar a cultura goiana. Para isso, utilizamos ingredientes regionais, prezando pela sustentabilidade”, destaca Patrícia.
Hoje, a cervejaria continua sendo um negócio familiar, com todos os membros da família envolvidos em funções distintas.
O diferencial da cerveja finalista do Prêmio CNA Brasil Artesanal é a utilização do café e fécula de mandioca em sua composição. A empresa firmou parceria com a uma torrefação local, cujos grãos são selecionados para utilização na produção cerveja.
Mark Neumann, mestre cervejeiro da Colombina, explica que a produção artesanal da cerveja envolve um processo técnico detalhado. “Para preservar as notas frescas do café, a cervejaria utiliza um equipamento especial para a infusão, permitindo que a cerveja circule através do café sem expô-la ao oxigênio, o que garantiria a perda de frescor e sabor”.
4 – Raphael Vieira Ferreira Carneiro (MG) - Chope Puro Malte Pilsen
O advogado mineiro Raphael Vieira Ferreira Carneiro começou a produzir cerveja caseira para consumo próprio até que, influenciado por amigos, decidiu transformar o hobby em um negócio.
A ideia de abrir a cervejaria surgiu durante a pandemia quando Raphael e seu irmão, inicialmente sócios no projeto, decidiram montar um pub em um espaço de festas.
“Foram quase dois anos de esforços para superar a burocracia e legalizar a produção. Apesar de toda a dedicação, o bar não foi mantido, mas a cervejaria continua em operação, realizando eventos esporádicos e produzindo cervejas artesanais”, destaca Raphael.
O produtor destaca que, apesar das dificuldades iniciais, como a complexa legalização da cervejaria e o trabalho pesado na produção, a principal motivação continua sendo a paixão pela cerveja e a experiência que adquiriu ao longo dos anos.
Seu irmão, que inicialmente foi sócio, também desempenhou um papel fundamental ao dar o pontapé inicial no negócio, algo que Raphael acredita não teria acontecido se ele estivesse sozinho. “Nós somos a única cervejaria aqui de Ubá”, afirma.
Com o Chope Puro Malte Pilsen, o produtor concorre na categoria Larger do Prêmio CNA Brasil. Um dos diferenciais, segundo Raphael, é a utilização de “lúpulos americanos”. Segundo o produtor, a cerveja é ideal para o clima quente da região, sendo um produto de grande aceitação no mercado local.
Raphael tem uma forte ligação com o meio rural, vindo de uma família de produtores rurais, e ainda reside no campo. Seu avô e pai foram presidentes do sindicato rural local e hoje Raphael ocupa o cargo de vice-presidente do Sindicato Rural de Ubá.
5 - Robert Krause Reichert (RS) - Cerveja Export Stier
Localizada na cidade de Igrejinha, no Rio Grande do Sul, a cervejaria Stier, da família Ritter, tem uma forte conexão com a história cervejeira do Brasil.
Segundo a produtora Silmara Andreatti, a primeira produção de cerveja do país aconteceu nas terras da família Ritter, na Linha Nova, ainda no século XIX, com imigrantes alemães.
A tradição continua com a Cervejaria Stier em uma nova geração. Silmara comanda a empresa ao lado do marido e de outros dois sócios, sendo responsável pela gestão do negócio, enquanto o marido Gustavo cuida do desenvolvimento de novos produtos.
A Cervejaria Ritter, que inicialmente vendia barris de cerveja para eventos, encontrou uma oportunidade de se reinventar durante a pandemia quando a empresária começou a vender cerveja em garrafas pet de 1 litro, destinando parte do lucro para doações durante o período. Atualmente, cerca de 85% da produção da Stein utiliza esse formato.
A cerveja Export finalista do Prêmio CNA Brasil Artesanal tem o diferencial de ter uma variação de Pilsen mais maltada.
“A cerveja é uma porta de entrada para iniciantes no universo da cerveja artesanal, oferendo um sabor suave e fácil de beber”, destaca Silmara.
Categoria ALE
1 – José Macedo dos Santos (BA) - Cerveja Aratinga Fruit Beer
A cervejaria da Rede Coopera Caju, situada no município de Ribeira do Pombal, no Nordeste da Bahia, nasceu com o objetivo de combater o desperdício do caju e fortalecer a agricultura familiar.
Murilo de Araújo Nunes, gestor da cooperativa, conta que a ideia de criar uma cerveja artesanal de caju surgiu como uma solução inovadora para reduzir o desperdício do caju que, durante a safra, era descartado para aproveitamento da castanha.
A partir dessa iniciativa, a cooperativa passou a agregar valor à produção local, promovendo a economia circular e a sustentabilidade. Com o apoio de engenheiros de alimentos e a parceria com uma cervejaria, a cooperativa desenvolveu uma cerveja exclusiva feita com caju.
A cooperativa é composta por 750 famílias de produtores rurais e os cooperados que cultivam o caju de forma agroecológica são os responsáveis por fornecer a matéria-prima para a produção da cerveja.
A cerveja Aratinga Fruit Beer concorre ao Prêmio CNA Brasil Artesanal na categoria ALE. De acordo com Murilo, trata-se de uma cerveja leve, com 4,3% de teor alcoólico e se destaca o sabor natural do caju.
O gestor da cooperativa também destaca que a produção tem pequena escala, o que permite um controle mais preciso e uma rastreabilidade do caju utilizado, garantindo que os agricultores possam ter um retorno justo por seu trabalho.
2 - Paulo Rodrigo Dapper (RS) - Cerveja Barley Wine
O químico Paulo Rodrigo Dapper é um exemplo de como a paixão por um hobby pode se transformar em um empreendimento de sucesso. Filho de produtores que fundaram uma imobiliária em Novo Hamburgo (RS), sua trajetória no mundo da cerveja começou de maneira inesperada.
Embora tenha crescido em um ambiente familiar em contato com produtores rurais, sua conexão com o universo cervejeiro surgiu após um intercâmbio de um ano no exterior, onde ele se interessou por essa bebida artesanal.
A experiência despertou em Paulo a vontade de explorar o processo de produção de cerveja, algo que ele não imaginava que faria de forma profissional.
A partir de 2015, Paulo começou a experimentar a produção caseira de cervejas, inicialmente como um passatempo.
“Nessa época tiveram muitas formaturas e comecei a produzir cerveja para estas festas. Depois foram os casamentos e surgiram outras encomendas”, explicou.
Paulo se aprofundou em cursos de cervejaria e, ao longo dos anos, aprimorou suas habilidades técnicas, unindo seu conhecimento de química à prática artesanal.
Em 2020, com a pandemia, criando a própria marca da cervejaria Metropolitana em homenagem ao avô. "Tudo foi pensado para celebrar a união e a amizade, sentimentos que sempre foram presentes na vida do meu avô", conta.
A Cerveja Barley Wine, da Metropolitana, é uma das finalistas do Prêmio CNA Brasil Artesanal, na categoria ALE.
Com o passar dos anos, a cervejaria foi se consolidando no mercado local e, para Paulo, o diferencial está no constante aprendizado e aplicação de técnicas apuradas.
3 - Ricardo de Almeida Lima (PR) - Cerveja Aurora Goiaba Sour
Três irmãos de Guarapuava (PR), ex-professores, transformaram a paixão pela cerveja em um negócio de sucesso, fundando a Cervejaria Irmandade. A história da cervejaria começou como um hobby, com os irmãos se reunindo nos finais de semana para fabricar cerveja.
A atividade rapidamente se tornou mais do que uma diversão, levando os irmãos a tomarem a decisão de deixar suas carreiras para se dedicar integralmente à produção de cerveja artesanal.
Ricardo de Almeida Lima, um dos fundadores, explica que ele e sua irmã eram professores concursados e pediram exoneração para se dedicar ao novo projeto, enquanto o irmão, que lecionava na rede particular, se juntou ao grupo.
A criatividade é um dos pilares da produção da cervejaria, com influências da formação em artes de dois dos irmãos. Eles buscam incorporar elementos regionais e técnicas diferenciadas, sempre com foco na qualidade e no sabor de suas cervejas.
“A produção é artesanal e realizada em pequenas quantidades, o que permite um controle rigoroso dos ingredientes e a possibilidade de usar insumos que as grandes indústrias não utilizam, como pinhão, erva-mate e até batata-doce”, explica Lima.
A cerveja Aurora Goiaba Sour é uma das finalistas do Prêmio CNA Brasil Artesanal. Com 4,1% de teor alcoólico, a cerveja tem notas sensoriais de goiaba e frutas tropicais.
Segundo ele, a Cervejaria Irmandade é uma empresa familiar que valoriza a coletividade e a colaboração entre os irmãos, sendo o processo de criação de suas receitas o resultado de intensos debates entre eles.
4 - Robert Krause Reichert (RS) - Cerveja Weiss Stier
A cerveja Weiss Stier é finalista do Prêmio CNA Brasil Artesanal na categoria ALE. Cerveja clara, levemente adocicada e possui aromas de cravo e banana com teor alcóolico de 4,6%.
Confira a história dos produtores na matéria acima, onde estão também entre os finalistas da categoria Lager.
5 - Tácio de Araújo Montes (DF) - Cerveja Seja Minha Luz
Natural de Brasília (DF), Tácio de Araújo Montes iniciou sua jornada no mundo da cerveja em 2012, quando morava em Imperatriz (MA). Começou a produzir cerveja por hobby, sem grandes pretensões, mas logo a paixão pela bebida cresceu.
Durante sua estadia em São Luís, ele ajudou a organizar o maior evento de cerveja artesanal da cidade, o San Patrick's Day, o que aprofundou seu envolvimento com o mercado local.
Em 2017, após um desafio de sua esposa, Tácio investir no sonho de abrir uma cervejaria. Para se especializar, mudaram-se para Blumenau, onde Tácio estudou na Escola Superior de Cerveja e Malte e fez estágios em cinco grandes cervejarias. O casal retornou a Brasília em 2018, identificando o potencial do mercado local de cervejas artesanais.
Após meses de planejamento e reformas, a MadStein foi inaugurada em 2021, funcionando também como pub.
A cerveja “Seja Minha Luz” é finalista do Prêmio CNA Brasil Artesanal, na categoria ALE. Desenvolvida em parceria com uma lanchonete de Taguatinga (DF), a cerveja, com 9% de álcool, é uma homenagem à Madre Teresa de Calcutá.
“O pessoal da lanchonete me pediu para desenvolver uma cerveja específica para essa homenagem e o resultado ficou muito interessante. Tenho outras que são bem conhecidas do público, mas quis concorrer com esta cerveja”, explica o produtor.