CNA debate ações para o desenvolvimento das cadeias do gergelim e amendoim
Tema foi tratado na quarta (26) e encontro ouviu especialistas sobre o assunto
Brasília (26/10/2022) – A Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA discutiu, na quarta (26), ações para o desenvolvimento do setor, principalmente da cadeia produtiva do gergelim e do amendoim.
“A CNA está atenta à demanda mundial por essas culturas e tem procurado criar ambientes favoráveis para futuros negócios. O perfil produtivo do Brasil precisa acompanhar e fomentar pesquisas no desenvolvimento desses mercados e a CNA tem como diferencial a interlocução com todos os órgãos do governo para essa mediação”, afirmou o presidente da Comissão, Ricardo Arioli.
Os membros ouviram o diretor executivo da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir), Afrânio Migliari, sobre a missão que resultou em visitas técnicas à produção e pesquisa de gergelim e amendoim nos Estados Unidos.
“Foi uma oportunidade de conhecer a cadeia produtiva americana e as universidades envolvidas na condução de projetos de pesquisa e desenvolvimento dessa magnitude. Foi muito enriquecedor e houve o indicativo da possibilidade de parcerias e intercâmbio de recursos humanos para a adoção dessas tecnologias no Brasil,” explicou.
A pesquisadora da Embrapa Algodão, Nair Helena Castro Arriel, apresentou os programas de melhoramento genético do gergelim e do amendoim. Segundo ela, o cultivo de gergelim cresce a uma taxa de 15% ao ano, principalmente pela opção no cultivo em segunda safra e custo reduzido quando comparado ao milho e algodão, por exemplo.
“Atualmente o cultivo do gergelim é concentrado no Mato Grosso e Pará. Somente no Centro-Oeste, o crescimento foi de 230% em seis anos. Para o amendoim, 96% do cultivo é concentrado em São Paulo. Temos grandes oportunidades e desafios para a produção desses pulses no Brasil”, afirmou.
Nair ressaltou que hoje a colheita mecânica do gergelim é um entrave para o setor devido à limitação da oferta de cultivares indeiscentes e semi- indeiscentes (vagem que não se abre espontaneamente quando madura).
No caso do amendoim, a pesquisa está visando cultivares com alto teor oleico e maturidade precoce. “A Embrapa vai iniciar o intercâmbio genético de gergelim e amendoim com centros americanos de pesquisa com o viés de ampliar as pesquisas com melhoramento genético”, esclareceu.
Matheus Andrade, assessor técnico da Diretoria de Relações Internacionais da CNA, mostrou os dados de participação do País no mercado mundial de exportação desses grãos.
Segundo ele, o Brasil ainda não figura como relevante exportador no mercado de pulses em geral. A participação brasileira ainda é muito baixa e o mercado é dependente da Índia. “A abertura de mercados da China, Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão podem trazer grandes oportunidades de crescimento”, disse.
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