CNA avalia condições da rodovia BR-163
Entidade participou de estradeiro que percorreu 2.661 km entre Mato Grosso e Pará
Brasília (24/04/2024) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na última semana, do Estradeiro da BR-163 para avaliar as condições da rodovia no trecho que liga Sinop (MT) a Santarém (PA).
A expedição foi organizada pela Aprosoja Mato Grosso e o Movimento Pró-Logística e percorreu 2.661 quilômetros da rodovia, considerada um importante corredor de comércio e de exportação da produção agrícola brasileira.
A equipe, composta por produtores rurais mato-grossenses, representantes da Aprosoja Brasil, do movimento e da concessionária Via Brasil, percorreu em média 600 km por dia, o que permitiu visualizar a situação da pavimentação, geometria e sinalização da estrada, inclusive das Estações de Transbordo de Cargas (ETC).
De acordo com a assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da CNA, Elisangela Pereira Lopes, é possível perceber que, a cada Estradeiro, as áreas de plantio que são atendidas pela BR-163 se desenvolvem em velocidade superior à implantação da estrutura disponível para o escoamento da safra.
Elisangela explicou que um corredor com predominância do modo rodoviário incorre em custos logísticos superiores aos que se alcançaria se houvesse maior interação entre os modos de transportes. “O trecho utilizado no rio Tapajós e do rio Amazonas, por exemplo, permite que o custo de transporte reduza nesse corredor e se torne uma opção viável para o envio de grãos ao sistema portuário do Arco Norte”.
Durante o estradeiro, a assessora observou que em alguns trechos da BR-163, parte do asfalto está soltando e possui buracos (panelas) ou buracos tapados inadequadamente (relevo), o que podem provocar acidentes de trânsito, principalmente no período noturno. Ela destacou também que o trecho entre Miritituba (PA) e Santarém (PA) ainda não foi asfaltado.
“Para uma via com fluxo continuo de 1,5 mil caminhões por dia e movimentação total de 17 milhões de toneladas essa situação é impropria. Ainda mais por se tratar de uma estrada pedagiada”, disse.
Em relação aos rios, a assessora reforçou a necessidade de manutenção permanente para impedir que eventos naturais comprometam a movimentação de cargas. “No último verão, a capacidade de carga nas composições das barcaças foi reduzida, resultando no desvio da logística para o Porto de Santos e aumento do custo de transporte. É necessário estabelecer um plano de manutenção dos rios (dragagem, derrocamento, balizamento e sinalização)”.
Segundo a representante da CNA, para que o corredor logístico se torne um modelo no país, algumas medidas precisam ser tomadas, como a implantação da Ferrogrão. “A ferrovia trará benefícios para a sociedade como um tudo. Inclusive a redução de externalidades ocasionadas pelo uso intensivo do modo rodoviário, como desgaste do pavimento da BR, acidentes e emissão de gases poluentes”.