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Assistência Técnica e Gerencial é essencial para resiliência climática
Brasília (14/09/2016) – Uma agropecuária sustentável, que respeita o meio ambiente, passa pela Assistência Técnica e Gerencial das propriedades. Essa é a principal conclusão do painel que tratou do assunto durante o 1º Seminário Internacional Resiliência Climática e Descarbonização da Economia, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), nesta quarta-feira (14/9), em Brasília.
O painel apresentou as ações de adaptação, mitigação e resiliência climática que tornam o SENAR um catalisador de todo o processo, por meio de capacitação e Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) ao pequeno e médio produtor. A metodologia da entidade promove geração e diversificação de renda, incorporação de tecnologias e sistemas agrícolas resilientes para fixar e estocar carbono, segurança alimentar, sucessão familiar, fixação do produtor no campo e ganho de escala de produção. Hoje, a entidade conta com 2 mil técnicos de campo e atende 40 mil produtores rurais.
“Eu não tenho a menor dúvida de que sem a produção assistida, sem a Assistência Técnica e Gerencial, o produtor terá dificuldade para encarar os desafios das mudanças climáticas. Temos que juntar pesquisa com implementação tecnológica, o que só se dá através de Assistência Técnica e Gerencial. O que estamos nos propondo a fazer é um estudo econômico da melhor solução tecnológica a ser implementada dentro da realidade de cada propriedade”, destaca o secretário executivo do SENAR, Daniel Carrara.
O debate foi moderado pelo superintendente do SENAR/MS, Rogério Beretta, e contou com a participação do coordenador nacional de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do SENAR, Matheus Ferreira; do vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), Humberto Miranda Oliveira; e do CEO da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski.
Matheus Ferreira falou sobre a Assistência Técnica e Gerencial e explicou como funciona o modelo desenvolvido pelo SENAR. Entre os destaques da apresentação, os avanços alcançados em alguns estados, como no Espírito Santo, onde a cafeicultura teve um aumento de 52,4% de produtividade de uma safra para outra depois que a ATeG Café foi implementada. Em Mato Grosso do Sul, o trabalho do Programa Mais Inovação, do SENAR/MS, elevou a produtividade da pecuária de corte em 3,6 vezes, de 2012 a 2016, e evitou o desmatamento de quase 85 mil hectares.
“Entendemos que a assistência técnica é o principal vetor para o Brasil cumprir as metas assumidas no Acordo de Paris. O SENAR está preparado para levar Assistência Técnica e Gerencial para todos que tiverem interesse em participar desse processo de evolução. O produtor precisa aprender que o clima muda e que ele deve se adaptar e aplicar tecnologias para vencer essas adversidades. Queremos mostrar que essas tecnologias são viáveis e que, no final, trazem ganhos econômicos para o produtor”, declara Matheus Ferreira.
Humberto Miranda Oliveira trouxe os resultados que a ATeG está proporcionando para os produtores rurais na Bahia. O serviço é oferecido dentro do Programa PRO-SENAR, desde 2010, e atende hoje, aproximadamente, 3.500 produtores no estado. “Foi uma transformação significativa, eu diria que uma revolução para os produtores que são acompanhados. O conhecimento, a mudança comportamental e a assistência técnica tem o poder de transformar vidas, mas nada disso é possível se não houver retorno econômico. Esse é o grande pilar estrutural para a fixação do homem no campo, a sucessão familiar e a sustentabilidade ambiental”, aponta.
Na opinião do superintendente do SENAR/MS, um dos pontos fundamentais para o avanço da ATeG é o acompanhamento permanente de dados e resultados. Segundo ele, esses índices permitem que o produtor faça comparações e verifique se está elevando a sua produtividade. Por outro lado, ressalta Beretta, o técnico também é beneficiado, pois consegue comprovar que o seu trabalho está proporcionando melhorias na propriedade. “Sem esses dados, o produtor não tem como verificar se está no caminho certo, se os seus índices estão crescendo e, muitas vezes, acaba questionando o trabalho do técnico. São informações que vão ajudar na gestão da propriedade e trazer segurança para ambos”.
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